A história
do Soneca é extraordinária, equivalente àquela do soldado que chegou a general
ou à do marreco que se transformou um belo cisne. Este nosso amigo de quatro
patas estava numa loja de animais para adopção junto com os seus irmãos. O
Jorge e a família passaram por lá, escolheram-no e levaram-no para casa. Como
ele passava a vida a dormir, puseram-lhe o nome de Soneca, que é exactamente o
contrário daquilo que ele é hoje. O seu dono optou por treiná-lo, procurou-nos
e aqui tem vindo a ensiná-lo. O Soneca não se enquadrava em nenhuma das tabelas
de crescimento conhecidas, nem mesmo nas dos rafeiros médios, demorando
inclusive a atingir a maturidade sexual – este híbrido de Labrador era um
quebra-cabeças! Demasiado recto de angulações traseiras, sofrível do ponto de
vista biomecânico e invariavelmente carente de aprovação e estímulo, este
híbrido tinha tudo para não dar certo. Mas o querer do dono dotou o cão de uma
alegria pouco vista, daquela capaz de atravessar montanhas e vales sem nunca
olhar para trás. Hoje o Soneca é uma vedeta, o mastronço de outrora
transformou-se num dançarino. Na foto atrás vemo-lo a “ladear” e na seguinte a “cruzar”.
Como
não estamos a tratar de um cão leve, surpreendendo-nos a velocidade que
empresta a tudo o que faz, por norma acompanhada de uma alegria contagiante. Na
foto abaixo está a partir decidido para a primeira figura do “APC”, para o meio
de um círculo feito pelos braços do seu dono.
Depois
foi convidado a saltar sobre a perna do dono, exercício do qual se agrada e que
não gosta de esperar para fazê-lo, apesar do particular do salto não ser muito
cómodo para ele (vale a pena reparar na posição dos quartos traseiros).
A
alegria dos cães sempre é denunciada pela sua linguagem mímica e será ela a
denunciar que método de ensino foi usado na educação de cada cão. Mesmo a
saltar ao eixo por cima do seu dono e condutor, o Soneca salta de cauda
levantada e até a abanar.
As
“habilidades” do Soneca vão muito para além disto, muito embora eu não goste do
termo “habilidades” por não me ver como um “amestrador de animais”, nome com o
qual esporadicamente sou confundido. Queria dizer aos nossos leitores que o
Soneca não é um caso único ou uma geração espontânea, que há muitos Sonecas por
aí, com muito para dar, à espera que os vão buscar.
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