“De
manhã é que se começa o dia”, sempre ouvir dizer e assim acontece comigo. Por
volta das 09h00 da manhã, por vezes um pouco antes, tenho encontro marcado com
a cachorra CPA negra Tuka, uma amiga precoce, fiel e dedicada, decididamente
vocacionada para defender os seus donos e respectivos pertences. Graças a ela
percorro arrozais infindos, vejo pássaros pouco vistos, oiço multidões de rãs a
coaxar, cegonhas a alimentar-se, lagostins a saltar para a água e pegadas de
javalis dispersas pelos estreitos caminhos, tudo na companhia da dona da
cachorra e de um menino que é seu filho, um garotinho valente que se espraia
pelos campos até desaparecer (na foto seguinte é possível vê-lo ao fundo). E
quanto mais andamos, mais a Tuka acaba por robustecer-se.
Como
os arrozais não são ricos em obstáculos e acidentes naturais, porque importa
deixar a água correr, valemo-nos de pequenos obstáculos artificiais para levar
de vencida os receios da Tuka e fortalecer o seu carácter. E enquanto ensino a cachorra,
estou simultaneamente a ensinar a dona, senhora briosa que não apresenta
grandes dificuldades de aprendizagem.
A
Tuka tem tudo para dar certo, porque é fiável e pode confiar plenamente nos
seus donos, pessoas sinceramente apostadas no seu bem-estar e interacção, com as quais já tem uma excelente ligação, inclusive com o garoto, que não é propriamente
um anjinho caído à terra, mas um adorável diabinho que quer ser gente e que
reclama pelo seu lugar ao sol. Eu gosto muito da Tuka e tenho consciência do
muito que tem para dar. Amanhã, quando já cá não estiver, continuarei a
caminhar com ela lado a lado pelos mesmos locais, ainda que invisível, mas igualmente encantado.
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