Permitam-me contestar a
visão idílica da sacra harmonia entre cães crianças, hoje considerados por
muitas famílias como irmãos, apesar desta “irmandade”, por força dos instintos
ou da irresponsabilidade, ser por vezes de pouca duração e acabar da pior maneira
possível. Mas vamos primeiro ao relato verídico e só depois às lições que ele
encerra. Kris e Cori Clark, moradores em Los Angeles, choram agora a morte de Isa,
uma cadela com seis anos de idade que fazia parte da família.
Tudo aconteceu neste
último fim-de-semana, quando a cadela descobriu numa xícara esquecida uma
embalagem meio vazia e mascada de chicletes “Ice Breakers”, proeza que cometeu
sem os seus donos se terem apercebido imediatamente. Quando o casal deu por
isso, rumou o mais depressa que pôde para um hospital veterinário, infelizmente
tarde demais, porque o animal comeu metade de uma chiclete, o seu fígado deixou
de funcionar e acabou por morrer graças ao Xilitol presente no “Ice Breakers”,
um aditivo alimentar e adoçante natural frequentemente usado como substituto do
açúcar em muitas gomas, de quem já falámos sucintamente no texto “NÃO LAVE OS DENTES DO SEU CÃO COM
DENTÍFRICOS PARA HUMANOS”, datado de 15/11/2018 e que é
altamente tóxico para os cães.
Analisando o ocorrido sem
querer incriminar ninguém, chega-se à conclusão que donos descuidados ou
desarrumados são um perigo para os cães, sendo-o ainda mais para as crianças,
uma vez que algumas delas acabam mortas pelos animais, mais por incúria dos
pais do que por outra razão, e o seu número não pára de aumentar. Mas se há
cães capazes de assassinar crianças, também há crianças que involuntariamente
acabam por matar cães, ao dar-lhes ou deixar ao seu dispor guloseimas várias,
inofensivas para elas, mas altamente tóxicas para os animais, perigo que sempre
ronda quem tem cães e recebe visitas em casa com crianças.
Neste caso, o procedimento
correcto é passar a casa e o jardim a “pente fino” - em revista, depois da
saída das visitas, não vá o cão comer algo que por lá deixaram indevidamente,
por descuido ou mau hábito, capaz de fazer perigar a sua saúde ou de acostumá-lo
a devorar fatalmente toda a sorte de engodos. Faça sempre isto, mesmo que prévia
e atempadamente tenha avisado as suas visitas para não o fazer, porque os
vícios, sejam eles bons ou maus, ultrapassam muitas vezes os avisos sem os seus
portadores darem conta. Longevo será o cão cujo dono abraça este procedimento.
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