Conforme noticiou o MALLORCA ZEITUNG
online há uma hora atrás, foi encontrado num apartamento em Palma de Maiorca o
cadáver de um homem “rasgado em pedaços” por cães. A terrível descoberta
aconteceu hoje, por volta das 12 horas locais, no Distrito de El Vivero. A
polícia já iniciou as suas investigações e os investigadores suspeitam que o
homem tenha morrido de causas naturais, vindo o seu cadáver a ser parcialmente
comido pelos animais por falta de outro alimento.
Já não é a primeira vez
que acontecem episódios macabros destes, em que cães esfomeados devoram os
cadáveres dos seus donos. Dificilmente um cão isolado e esfomeado atacará o
cadáver do seu mestre, mas dois ou mais cães fá-lo-ão com maior facilidade ao
competirem pela comida – basta um começar! Por outro lado, sempre que alguém é proprietário
de vários cães e passa a maior parte das horas longe deles, é natural que estes
se amatilhem entre si e que enfraqueçam a relação afectiva com o dono, o que
não implica que deixem de lutar pela sua atenção.
Cães nesta situação, cujo
número obsta à educação de todos, não tendo por isso um líder, obrigados pelo
instinto de sobrevivência, depois de alguns dias de barriga vazia, lançar-se-ão
sem hesitações sobre o cadáver dos seus donos. Devido ao cio das cadelas, os
machos convenientemente alimentados, podem ficar sem comer até 8 ou 10 dias, suportando
igual período de tempo sem se jogarem ao que aparecer e em aceitáveis condições
de saúde, resistindo por isso mesmo à devoração automática do cadáver dos seus
donos. O consumo apressado dos cadáveres humanos pelos cães domésticos, que
sempre resulta da fome, é forçado por uma precária alimentação e pela ausência
de fortes vínculos afectivos com os donos. Convém não esquecer a importância da
relação afectiva entre homens e cães, que é capaz levar à morte dos últimos
perante o desaparecimento dos primeiros.
Diga-se a título de
curiosidade e como matéria de reflexão, que o menor peso provocado pelo “fastio
das cadelas”, outra coisa não é que o peso mínimo, entendido entre nós como “peso
atlético”, limite extremo para qualquer interacção canina, peso que muitos procuram
para as distintas competições, quando importa que os cães sejam mais rápidos ou
que melhorem o seu desempenho pela fome que carregam, segundo o ritual dualista
que diz: “fizeste bem, comes; fizeste mal, não comes!” Pergunta-se: engodar
cães assim é manifestar preocupação com o seu bem-estar?
Há
coisas que os cães fazem aos homens que parecem ficção e há outras que os
homens fazem aos animais que ultrapassam a nossa imaginação. Infelizmente, para
grande pena de todos, ainda não se encontrou o freio apropriado para travar a
maldade que impera entre nós.
PS: As raças caninas
actuais criadas a partir do Chacal, usadas na detecção de componentes explosivos,
por descenderem de um necrófago, podem manifestar essa mesma tendência.
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