quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

JÁ NÃO É A PRIMEIRA VEZ QUE ACONTECE!

Conforme noticiou o MALLORCA ZEITUNG online há uma hora atrás, foi encontrado num apartamento em Palma de Maiorca o cadáver de um homem “rasgado em pedaços” por cães. A terrível descoberta aconteceu hoje, por volta das 12 horas locais, no Distrito de El Vivero. A polícia já iniciou as suas investigações e os investigadores suspeitam que o homem tenha morrido de causas naturais, vindo o seu cadáver a ser parcialmente comido pelos animais por falta de outro alimento.
Já não é a primeira vez que acontecem episódios macabros destes, em que cães esfomeados devoram os cadáveres dos seus donos. Dificilmente um cão isolado e esfomeado atacará o cadáver do seu mestre, mas dois ou mais cães fá-lo-ão com maior facilidade ao competirem pela comida – basta um começar! Por outro lado, sempre que alguém é proprietário de vários cães e passa a maior parte das horas longe deles, é natural que estes se amatilhem entre si e que enfraqueçam a relação afectiva com o dono, o que não implica que deixem de lutar pela sua atenção.
Cães nesta situação, cujo número obsta à educação de todos, não tendo por isso um líder, obrigados pelo instinto de sobrevivência, depois de alguns dias de barriga vazia, lançar-se-ão sem hesitações sobre o cadáver dos seus donos. Devido ao cio das cadelas, os machos convenientemente alimentados, podem ficar sem comer até 8 ou 10 dias, suportando igual período de tempo sem se jogarem ao que aparecer e em aceitáveis condições de saúde, resistindo por isso mesmo à devoração automática do cadáver dos seus donos. O consumo apressado dos cadáveres humanos pelos cães domésticos, que sempre resulta da fome, é forçado por uma precária alimentação e pela ausência de fortes vínculos afectivos com os donos. Convém não esquecer a importância da relação afectiva entre homens e cães, que é capaz levar à morte dos últimos perante o desaparecimento dos primeiros.
Diga-se a título de curiosidade e como matéria de reflexão, que o menor peso provocado pelo “fastio das cadelas”, outra coisa não é que o peso mínimo, entendido entre nós como “peso atlético”, limite extremo para qualquer interacção canina, peso que muitos procuram para as distintas competições, quando importa que os cães sejam mais rápidos ou que melhorem o seu desempenho pela fome que carregam, segundo o ritual dualista que diz: “fizeste bem, comes; fizeste mal, não comes!” Pergunta-se: engodar cães assim é manifestar preocupação com o seu bem-estar?
Há coisas que os cães fazem aos homens que parecem ficção e há outras que os homens fazem aos animais que ultrapassam a nossa imaginação. Infelizmente, para grande pena de todos, ainda não se encontrou o freio apropriado para travar a maldade que impera entre nós.
PS: As raças caninas actuais criadas a partir do Chacal, usadas na detecção de componentes explosivos, por descenderem de um necrófago, podem manifestar essa mesma tendência.

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