O hábito canino de marcar
território através da urina é um hábito mais enraizado nos machos, que depois
da maturidade sexual e de se encontrarem fisicamente estabilizados, urinam
sobre as marcas deixadas pelos outros cães em árvores, paredes, esquinas e
pneus. Por seu lado, os machos castrados diminuem a sua frequência ou tendem a
abandonar este hábito, coabitando com os odores dos outros cães com alguma
indiferença e desprezando os seus avisos, invadindo o território de outros como
cordeiros para o matadouro. Devemos deixar os cães marcar território ou não? Sim,
se alcançarmos a sociabilização dos animais antes da fixação do hábito; sim, se
atentarmos para o seu bem-estar; sim, se os cães se destinarem à competição e
sim, se os cães forem endereçados à protecção civil, forças policiais e
militares.
A proibição da marcação de
território canino, por ser um procedimento inibitório agressivo e muito lesivo,
pode “rebentar” com qualquer valente (daí poder ser usado como subsídio nos
processos de reeducação); condenar os animais à letargia e à indiferença;
promover-lhes um conjunto de manhas; fragilizar o carácter dos cães; enfraquecer
os seus impulsos à luta e ao poder e comprometer a sua autonomia por carência
de estímulos quando isolados. Há serviços destinados aos cães que pelo seu particular
não podem pactuar com a marcação territorial arbitrária (não são difíceis de
adivinhar). Por seu lado, a exagerada marcação territorial, quando estimulada
ou não contrariada, ao promover a potenciação do impulso ao poder, pode levar
os animais, à insubordinação e até ao desafio dos próprios donos. Lembre-se que
o seu cão ao marcar o território está a dizer “este é o meu território, aqui
mando eu!”, cabendo-lhe a si investi-lo de maior ou menor poder, mas nunca um
tão grande que leve o animal a subordiná-lo!
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