quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

O QUE ANDAM OS CANADIANOS A TRAMAR?

Por serem naturalmente mais reservados ou por ainda haver feridas abertas pela GUERRA DOS SETE ANOS, ocorrida entre 1756 e 1763, na qual a França perdeu o Canadá, os canadianos dão menos nas vistas que os seus vizinhos norte-americanos. Também silenciosamente, as forças especiais canadianas têm vindo a construir as suas unidades caninas e não gostam de tocar no assunto. O Canadá, tal como outros países, tem um história já longa no uso de cães, cavalos e até pombos-correios na guerra, usando também no Afeganistão cães farejadores para encontrar dispositivos explosivos improvisados, responsáveis pela maioria das mortes canadianas durante a missão de uma década. Contudo, apesar das suas mais-valias e prestações heróicas, os cães ali utilizados não pertenciam às forças armadas canadianas, mas contratados por elas especificamente para a tarefa, contratos que expiraram quando a missão terminou. No entanto, a experiência dos militares canadianos com cães não terminou ali, estava apenas a começar, conforme disse o Capitão Jamie Donovan, do Comando das Forças Especiais do Canadá.
Embora não fornecesse informações detalhadas sobre o número de cães ou de unidades caninas nas forças especiais do Canadá, tampouco onde foram utilizadas, o mesmo oficial disse que os cães militares estão divididos em dois grupos: um grupo é treinado exclusivamente para detectar explosivos e outro que é usado para realizar patrulhas com os soldados das forças especiais, rastrear e apreender combatentes inimigos. Donovan disse ainda que “As forças especiais canadianas receberam muito dos aliados no Afeganistão quanto ao emprego de cães no apoio às forças de operações especiais, que foram usados nas operações até o final daquela missão" e “Depois do Afeganistão e desde 2012, pretendemos desenvolver e sustentar uma força canina dentro do comando.”
As forças armadas canadianas não forneceram mais detalhes sobre suas unidades caninas, mas algumas pistas podem ser encontradas num anúncio público publicado no ano transacto, onde o Departamento de Defesa Nacional (DND) revelou que pretendia comprar vários cães. "O DND precisa de cães que demonstrem as características e capacidades que os levem a concluir com êxito um programa de treino exigente seguido de trabalho num ambiente operacional desafiador" - dizia o aviso publicado em Dezembro de 2018. Os militares procuravam Pastores Belgas Malinois, Pastores Alemães e Holandeses não treinados, entre os 10 meses e os 3 anos de idade. Em simultâneo, os cães seleccionados precisavam de evidenciar um "temperamento sólido e uma atitude ousada e confiante, sem sinais de timidez ou agressividade excessiva", sendo capazes de aprender e de trabalhar com pessoas, um forte impulso de caça e uma "capacidade implícita" de lutar, se necessário (eles sabiam do que andavam à procura, há quem não saiba!).
Os cães a seleccionar também não podiam ter medo da água, morder o seu manipulador debaixo de tensão, evidenciar medo ou distracção perante passos inseguros, espaços fechados e/ou escuros, veículos em movimento, barulhos altos, incluindo tiros. Os cinófilos canadianos podem ficar descansados, já que o exército canadiano está enviar os seus cães para os conflitos com o equipamento adequado, segundo mostram os registos públicos, onde se pode ver que o Governo canadiano gastou dezenas de milhares de dólares em coletes de protecção canina nos últimos anos. O mesmo Governo gastou discretamente mais de 500.000 dólares na aquisição de uma dúzia de coletes personalizados para as unidades caninas militares, que incluem câmeras de vídeo e receptores que permitem aos treinadores ver e ouvir o que seus cães estão a experimentar no anfiteatro operacional. Acedemos a estas informações pelo relatório adiantado pela THE CANADIAN PRESS, publicado pela primeira vez em 31 de Outubro de 2019 e estendemo-las aos nossos leitores para que conheçam as características exigidas a um cão de guerra, que não diferem muito das exigidas a um cão de guarda, indiciando ao mesmo tempo qual o treino a administrar-lhe.

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