Por serem naturalmente
mais reservados ou por ainda haver feridas abertas pela GUERRA DOS SETE ANOS,
ocorrida entre 1756 e 1763, na qual a França perdeu o Canadá, os canadianos dão
menos nas vistas que os seus vizinhos norte-americanos. Também silenciosamente,
as forças especiais canadianas têm vindo a construir as suas unidades caninas e
não gostam de tocar no assunto. O Canadá, tal como outros países, tem um
história já longa no uso de cães, cavalos e até pombos-correios na guerra,
usando também no Afeganistão cães farejadores para encontrar dispositivos
explosivos improvisados, responsáveis pela maioria das mortes canadianas
durante a missão de uma década. Contudo, apesar das suas mais-valias e
prestações heróicas, os cães ali utilizados não pertenciam às forças armadas
canadianas, mas contratados por elas especificamente para a tarefa, contratos
que expiraram quando a missão terminou. No entanto, a experiência dos militares
canadianos com cães não terminou ali, estava apenas a começar, conforme disse o
Capitão Jamie Donovan, do Comando das Forças Especiais do Canadá.
Embora não fornecesse
informações detalhadas sobre o número de cães ou de unidades caninas nas forças
especiais do Canadá, tampouco onde foram utilizadas, o mesmo oficial disse que
os cães militares estão divididos em dois grupos: um grupo é treinado
exclusivamente para detectar explosivos e outro que é usado para realizar
patrulhas com os soldados das forças especiais, rastrear e apreender combatentes
inimigos. Donovan disse ainda que “As forças especiais canadianas receberam
muito dos aliados no Afeganistão quanto ao emprego de cães no apoio às forças
de operações especiais, que foram usados nas operações até o final daquela
missão" e “Depois do Afeganistão e desde 2012, pretendemos desenvolver e
sustentar uma força canina dentro do comando.”
As forças armadas
canadianas não forneceram mais detalhes sobre suas unidades caninas, mas
algumas pistas podem ser encontradas num anúncio público publicado no ano transacto,
onde o Departamento de Defesa Nacional (DND) revelou que pretendia comprar
vários cães. "O DND precisa de cães que demonstrem as características e
capacidades que os levem a concluir com êxito um programa de treino exigente
seguido de trabalho num ambiente operacional desafiador" - dizia o aviso
publicado em Dezembro de 2018. Os militares procuravam Pastores Belgas
Malinois, Pastores Alemães e Holandeses não treinados, entre os 10 meses e os 3
anos de idade. Em simultâneo, os cães seleccionados precisavam de evidenciar um
"temperamento sólido e uma atitude ousada e confiante, sem sinais de
timidez ou agressividade excessiva", sendo capazes de aprender e de
trabalhar com pessoas, um forte impulso de caça e uma "capacidade implícita"
de lutar, se necessário (eles sabiam do que andavam à procura, há quem não
saiba!).
Os cães a seleccionar
também não podiam ter medo da água, morder o seu manipulador debaixo de tensão,
evidenciar medo ou distracção perante passos inseguros, espaços fechados e/ou
escuros, veículos em movimento, barulhos altos, incluindo tiros. Os cinófilos
canadianos podem ficar descansados, já que o exército canadiano está enviar os
seus cães para os conflitos com o equipamento adequado, segundo mostram os
registos públicos, onde se pode ver que o Governo canadiano gastou dezenas de
milhares de dólares em coletes de protecção canina nos últimos anos. O mesmo
Governo gastou discretamente mais de 500.000 dólares na aquisição de uma dúzia
de coletes personalizados para as unidades caninas militares, que incluem câmeras
de vídeo e receptores que permitem aos treinadores ver e ouvir o que seus cães
estão a experimentar no anfiteatro operacional. Acedemos a estas informações
pelo relatório adiantado pela THE
CANADIAN PRESS, publicado pela primeira vez em 31 de Outubro
de 2019 e estendemo-las aos nossos leitores para que conheçam as características
exigidas a um cão de guerra, que não diferem muito das exigidas a um cão de
guarda, indiciando ao mesmo tempo qual o treino a administrar-lhe.
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