quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

A SACANICE DOS PEDINTES

Depois da pequena Maggie ter desaparecido sem deixar rasto no mês passado, outro cão desapareceu na capital austríaca, em Viena. Desta vez foi um pequeno mestiço de Shi Tzu que foi sequestrado à porta de uma sucursal da rede de supermercados SPAR, em Wien-Währing, episódio que aconteceu anteontem entre as 18h50 e as 19h10. Suspeita-se que o pequeno animal tenha sido levado por um mendigo, o que segundo a associação “DOG SEARCH HELP” de Viena acontece com muita frequência, já que os mendigos tentam vender estes pequenos cães em parques ou usam-nos para pedir esmola como eficaz manobra de imploração, já que dificilmente alguém resiste a um pequeno cachorro de olhar triste nas mãos de um miserável ou andrajoso.
Sem querer ser xenófobo, mas não querendo fugir à verdade, a mendicância com pequenos cães generalizou-se entre nós com a vinda dos ciganos romenos, que de um momento para o outro instalaram-se nas esquinas das ruas mais movimentadas ou históricas de Lisboa, munidos de Pinschers anões, constantemente a tremer e com um pequeno prato na boca. Depois destes, os mendigos que por cá temos, passaram a usar toda a sorte de cães, chegando ao ponto de adoptá-los para serem usados como ferramentas de trabalho. Que ninguém tenha dúvidas: se dois mendigos estiverem a pedir na mesma praça e um tiver um cão e o outro não, o primeiro levará clara vantagem sobre o segundo, mesmo que este esteja a pedir à porta de uma igreja.
Ao dizermos isto não estamos a fazer eco de certos preconceitos populistas, dos quais nos demarcamos imediatamente, mas a afirmar aquilo que experimentámos. No da 23 de Março de 2018, colocámos o Paulo a pedir esmola com o seu Pastor Alemão ao lado, no edifício de um mercado municipal e à porta de um talho, com um papelão com os estranhos dizeres: “UMA ESMOLINHA PARA O DONO QUE O CÃO É CEGUINHO! DEUS NOS ABENÇÕE”(?!). De um momento para o outro as esmolas começaram a cair e chegou-se à conclusão que era melhor para o Paulo pedir esmola do que ir trabalhar, porque acabava por ganhar ali mais!
O furto ou o roubo de pequenos cães aqui, não é tanto para os fazer desaparecer ou vender a uma 3ª pessoa, mas para exigir dos seus donos um resgate. Os cães roubados são por norma engodados quando se encontram isolados e desprotegidos em quintais, portões, janelas, por vezes dentro de carros com as janelas exageradamente abertas e também quando se encontram presos  na entrada dos mais variados estabelecimentos comerciais, que não permitem a entrada de animais. Alguns dias depois, com as ruas já cheias de avisos a oferecer recompensas a quem encontrar os cães, o sequestrador contacta os seus proprietários, acusa a sua posse, diz ter encontrado os cães acidentalmente e que já fez despesa com eles ao levá-los ao veterinário. É marcado um encontro para a entrega do animal, geralmente num local pouco aconselhável, que dá vantagem ao extorsor, e o proprietário canino acaba duplamente roubado ou é assaltado.
Tanto no caso dos mendigos como no dos sequestradores caninos, os cães são usados para alimentar a extorsão. Diante desta bandidagem, que não é produto de um só país ou duma etnia em particular, mas um mal generalizado (a antropologia explica), evite deixar o seu cão sozinho, à mercê de oportunista e demais meliantes, gente que só pensa em arranjar riqueza à custa dos outros, camaleões que se pintam de todas as cores para não trabalhar.
PS: Alguns dos pedintes aqui denunciados, graças à pedinchice e ao Espaço Schengen , conseguem viajar pela Europa de uma ponta à outra.

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