quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

CRÓNICA DO SÁBADO ANTES DAS PRENDAS

No passado Sábado pela manhã, depois da passagem da “Tempestade Elsa”, que fustigou Portugal com grande agitação marítima, ventos ciclónicos e chuva torrencial, que no seu tono causaram graves inundações, decidimos dar início as nossos trabalhos de fim-de-semana, aqui e ali salpicados por leves aguaceiros. De acordo com o cronograma de actividades que traçámos, começámos por executar exercícios colectivos de obediência, intercalando-os amiúde com alguns exercícios de ginástica para evitar a possível tensão dos nossos cães.
Com a cidade aparentemente deserta, porque a corrida aos supermercados aconteceu antes de abrirem, não nos faltou espaço para desenvolvermos as nossas actividades de grupo, que decorreram assim dentro da maior paz e tranquilidade.
O Tomás, um amigo do condutor da Nasha, optou por acompanhar-nos nas actividades escolares ao conduzir a Fila Lexa, apesar de não se encontrar na altura muito bem-disposto, indisposição devida em parte a uma insónia que não o deixou “pregar olho”. Apesar da cara de “desenterrado”, conforme atesta a foto seguinte, o rapaz lá se aguentou.
Como o Adestrador optou por trazer o Boris consigo, o Boerboel viu continuados os seus trabalhos relativos à familiarização com as gentes, cidadãos de passagem que, acedendo ao nosso pedido, acariciaram e acalmaram o cachorro (ainda estamos na fase das senhoras).
Apesar de Natal e pedintes não rimarem, os últimos brotam do chão como formigas nesta época festiva, perfilando-se à porta das igrejas de mão estendida ou em qualquer esquina de uma praça movimentada. A determinada altura do nosso trajecto, deparámo-nos com dois músicos de ocasião, dois acordeonistas já maduros que esperavam vir a ter uma consoada mais rica. Ao vê-los ali, para acostumarmos o “cão-javali” (Ben) a algumas notas mais agudas, deixámo-lo por instantes junto daqueles artistas de rua.
Numa calçada movimentada e com a chuva a cair (chuva civil não molha militar), pedimos a uma simpática jovem de passagem que fizesse festas ao Boris, pedido que ela satisfez prontamente por gostar de animais e ter também um cão.
Quando o Adestrador menos esperava, o Boris começou a recuar ao ver um enfeite natalício à porta de um estabelecimento comercial. Com o discernimento e a paciência que a situação exige, devagarinho, o cachorro lá aceitou aquela bizarra árvore de natal.
Numa boutique deserta e sem clientes à vista, encontrámos a sua proprietária encostada à porta, sem nada que fazer e com cara de entediada. Apostados no seu bem-estar e na sociabilização irrepreensível da Nasha, pedimos-lhe que pegasse na cadela e a conduzisse por breves instantes, o que veio a acontecer sem sobressaltos e que contribuiu decisivamente para a boa disposição da senhora.
Por momentos, atendendo à sua apresentação, julgámos estar na presença de duas esquimós radiantes, o que atendendo ao local onde se encontravam seria praticamente impossível. Tratava-se afinal de duas senhoras, mãe e filha, vindas de um conhecido supermercado, que acabaram também por conduzir a Nasha.
A senhora mais idosa, longe de patentear a comum “depressão da 3ª idade”, mostrou-se de bem com a vida apesar de agarrada a uma bengala. O seu optimismo e inesperada jovialidade cativaram-nos e acabámos por tirar-lhe uma foto.
Entretanto, com a pontualidade que lhe é reconhecida, o José Maria integrou-se na classe com a CPA Mel e coube à Svetlana continuar com a lição do Boris, que tendo uma cadela na frente, parece ganhar asas ou vestir a pele de outro cão.
E como a entrega do cachorro aos donos já tardava, estes meteram os pés ao caminho e foram ao seu encontro. Aproveitando a presença da sua dona, pedimos à simpática jovem que conduzisse por momentos a Nasha.
Visando a amplitude e para explicação da importância da convergência nos saltos, colocámos o Paulo na frente de uma sebe com 120 cm de altura e a Nasha nem deu pela sua presença. É curioso ver a mímica do CPA Bohr, como que a dizer: “Sempre te prestas a cada figura!”
E como quem sabe nunca esquece e quem ensina tem que exemplificar, o Adestrador pegou no Bohr e levou-o a fazer a mesma transposição. Pela projecção das mãos do cão, dá para ver se o cão é destro ou sinistro, uma vez que a partida para o salto foi frontal.
Deo Gratias! Que prenda de Natal! O José Maria já consegue fazer um salto em condições com a CPA Mel. Na foto seguinte podemos ver como saiu acertadamente da transposição de uma caixa, bem adiantado em relação à saída da sua voluntariosa cadela.
Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: Adestrador/Boris; Afonso/Nasha; José António/Ben; José/Maria/Mel; Paulo/Bohr; Svetlana/Boris e Tomás/Lexa. Como de costume, os fotógrafos foram o José António e o Paulo Jorge.
Voltaremos a dar notícia das nossas actividades. Continuação de Boas Festas e boas entradas.

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