No passado Sábado pela
manhã, depois da passagem da “Tempestade Elsa”, que fustigou Portugal com grande
agitação marítima, ventos ciclónicos e chuva torrencial, que no seu tono
causaram graves inundações, decidimos dar início as nossos trabalhos de fim-de-semana,
aqui e ali salpicados por leves aguaceiros. De acordo com o cronograma de
actividades que traçámos, começámos por executar exercícios colectivos de
obediência, intercalando-os amiúde com alguns exercícios de ginástica para
evitar a possível tensão dos nossos cães.
Com a cidade aparentemente
deserta, porque a corrida aos supermercados aconteceu antes de abrirem, não nos
faltou espaço para desenvolvermos as nossas actividades de grupo, que
decorreram assim dentro da maior paz e tranquilidade.
O Tomás, um amigo do
condutor da Nasha, optou por acompanhar-nos nas actividades escolares ao
conduzir a Fila Lexa, apesar de não se encontrar na altura muito bem-disposto,
indisposição devida em parte a uma insónia que não o deixou “pregar olho”.
Apesar da cara de “desenterrado”, conforme atesta a foto seguinte, o rapaz lá
se aguentou.
Como o Adestrador optou
por trazer o Boris consigo, o Boerboel viu continuados os seus trabalhos
relativos à familiarização com as gentes, cidadãos de passagem que, acedendo ao
nosso pedido, acariciaram e acalmaram o cachorro (ainda estamos na fase das
senhoras).
Apesar de Natal e pedintes
não rimarem, os últimos brotam do chão como formigas nesta época festiva,
perfilando-se à porta das igrejas de mão estendida ou em qualquer esquina de
uma praça movimentada. A determinada altura do nosso trajecto, deparámo-nos com
dois músicos de ocasião, dois acordeonistas já maduros que esperavam vir a ter
uma consoada mais rica. Ao vê-los ali, para acostumarmos o “cão-javali” (Ben) a
algumas notas mais agudas, deixámo-lo por instantes junto daqueles artistas de
rua.
Numa calçada movimentada e
com a chuva a cair (chuva civil não molha militar), pedimos a uma simpática
jovem de passagem que fizesse festas ao Boris, pedido que ela satisfez prontamente
por gostar de animais e ter também um cão.
Quando o Adestrador menos
esperava, o Boris começou a recuar ao ver um enfeite natalício à porta de um
estabelecimento comercial. Com o discernimento e a paciência que a situação
exige, devagarinho, o cachorro lá aceitou aquela bizarra árvore de natal.
Numa boutique deserta e
sem clientes à vista, encontrámos a sua proprietária encostada à porta, sem
nada que fazer e com cara de entediada. Apostados no seu bem-estar e na
sociabilização irrepreensível da Nasha, pedimos-lhe que pegasse na cadela e a
conduzisse por breves instantes, o que veio a acontecer sem sobressaltos e que contribuiu
decisivamente para a boa disposição da senhora.
Por momentos, atendendo à
sua apresentação, julgámos estar na presença de duas esquimós radiantes, o que
atendendo ao local onde se encontravam seria praticamente impossível.
Tratava-se afinal de duas senhoras, mãe e filha, vindas de um conhecido
supermercado, que acabaram também por conduzir a Nasha.
A senhora mais idosa,
longe de patentear a comum “depressão da 3ª idade”, mostrou-se de bem com a vida
apesar de agarrada a uma bengala. O seu optimismo e inesperada jovialidade
cativaram-nos e acabámos por tirar-lhe uma foto.
Entretanto, com a
pontualidade que lhe é reconhecida, o José Maria integrou-se na classe com a
CPA Mel e coube à Svetlana continuar com a lição do Boris, que tendo uma cadela
na frente, parece ganhar asas ou vestir a pele de outro cão.
E como a entrega do
cachorro aos donos já tardava, estes meteram os pés ao caminho e foram ao seu
encontro. Aproveitando a presença da sua dona, pedimos à simpática jovem que
conduzisse por momentos a Nasha.
Visando a amplitude e para
explicação da importância da convergência nos saltos, colocámos o Paulo na
frente de uma sebe com 120 cm de altura e a Nasha nem deu pela sua presença. É
curioso ver a mímica do CPA Bohr, como que a dizer: “Sempre te prestas a cada
figura!”
E como quem sabe nunca
esquece e quem ensina tem que exemplificar, o Adestrador pegou no Bohr e
levou-o a fazer a mesma transposição. Pela projecção das mãos do cão, dá para ver
se o cão é destro ou sinistro, uma vez que a partida para o salto foi frontal.
Deo Gratias! Que prenda de
Natal! O José Maria já consegue fazer um salto em condições com a CPA Mel. Na
foto seguinte podemos ver como saiu acertadamente da transposição de uma caixa,
bem adiantado em relação à saída da sua voluntariosa cadela.
Participaram nos trabalhos
os seguintes binómios: Adestrador/Boris; Afonso/Nasha; José António/Ben;
José/Maria/Mel; Paulo/Bohr; Svetlana/Boris e Tomás/Lexa. Como de costume, os
fotógrafos foram o José António e o Paulo Jorge.
Voltaremos a dar notícia
das nossas actividades. Continuação de Boas Festas e boas entradas.
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