quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

NEM TODOS ACREDITAMOS NO PAI NATAL

Como os cães se prestam a quase tudo o que os homens querem, ao fazerem-lhes as vontades, acabam por ruir com eles no mesmo descalabro ou miséria, pagando muitas vezes com a vida os desejos mais ocultos dos seus donos. Entre tantas coisas, os cães podem oferecer poder, fama e dinheiro, abonos que muitos procuram sem olhar a meios e muito menos ao bem-estar dos animais que detêm.
Acusam-se os galgueiros de drogarem os seus animais para que estes corram mais, prática hedionda que os falsos atletas humanos persistem em não deixar. Terão os galgueiros a exclusividade de tal prática? É evidente que não, uma vez que nem todos acreditamos no Pai Natal.
Também nos cães destinados a outros desempenhos acontece o mesmo e não só para que corram mais, mas também para ficarem mais vigilantes, agressivos e combativos, literalmente transtornados e de certo modo insensíveis. Muitos dos produtos naturais ou sintéticos administrados aos cães são oriundos e foram previamente testados nos cães de combate, muito embora alguns produtos destinados ao “ferro” de alguns saltem dos ginásios para a cinotecnia. Fome, pancada e prisão à corrente costumam compor o "cenário".
Esta prática a todos os títulos condenável e que resulta da fragilidade/maldade humana, pode levar um ébrio a dar cerveja ao seu cão ou um toxicodependente a administrar droga ao seu fiel amigo, o que acontece com alguma frequência por todo o lado, entre os drogados de índole menos violenta. Também aos cães de guerra no passado, para que se tornassem mais atentos e bravos, foram administradas substâncias tóxicas, muitas vezes responsáveis por dolorosas convulsões.
Actualmente, os produtos naturais ou sintéticos condenavelmente usados para intoxicar os cães, visando a melhoria do seu rendimento, são administrados ou aplicados por fricção tópica, inalação, ingestão e através de injecções. As substâncias são mais do que muitas e raramente são detectadas, o que obviamente se lamenta. Nas distintas provas caninas (em todas elas), à imitação do que sucede nas humanas, deveria haver um controlo anti-doping, considerando o bem-estar e a vida dos animais sujeitos a tais agruras. 

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