sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

O SENSO DE NÚMEROS CANINO É SEMELHANTE AO DOS HUMANOS

Os cães e os seres humanos usam as mesmas áreas do cérebro para estimar quantidades numéricas. É isso que emerge De um estudo publicado na revista BIOLOGY LETTERS por um grupo de pesquisadores da American University Emory, coordenado por Gregory Berns. A pesquisa, de acordo com especialistas, poderá vir a ser útil no melhoramento dos sistemas de inteligência artificial. Os autores do estudo usaram a técnica funcional de ressonância magnética para analisar em tempo real uma área do córtex cerebral, o córtex parietotemporal, de 11 cães de raças diferentes. Ao monitorarem a actividade cerebral nessa região, verificaram que ela mudava quando os animais observavam os pontos brilhantes de um número diferente numa tela.
“Fomos directamente à fonte ao observarmos o cérebro dos cães para entendermos o que faziam os seus neurónios quando observavam várias quantidades de pontos brilhantes, adiantou Berns (na imagem seguinte). Este estudo, segundo o mesmo investigador, “não mostra apenas que os cães usam regiões cerebrais semelhantes às dos humanos para processar números, mas também que eles não precisam de ser treinados para fazê-lo, o que prova que alguns mecanismos nervosos foram bem preservados nos mamíferos durante a evolução” (estamos perante uma bagagem evolucionária).
Ao debruçar-me sobre este assunto, lembro-me imediatamente da HUNDESPRECHSCHULE ASRA, ocorrida durante o regime nazi na Alemanha e da qual já falámos num artigo anterior, uma escola para cães situada em Villa Viola, nos limites da cidade de Leutenberg, onde se pretendia ensinar cães a falar, contar e raciocinar. Teriam sido descabidos e inválidos todos os esforços dos Schmidts? Conseguiriam chegar mais longe com os actuais avanços científicos? Como há muito ainda por descobrir e a ciência avança à velocidade do relâmpago, breve teremos resposta para estas e outras questões que se levantam.

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