Com o aumento dos javalis
e a proliferação da “Peste Suína Africana” que carregam, cresce na Alemanha o
número de cães treinados para encontrarem as carcaças destes porcos selvagens,
porque importa recolhê-las quanto antes por serem uma fonte incrível de
infecção, sendo igualmente necessário desinfectar completamente as áreas ao seu
redor, já que o vírus é altamente contagioso e muito estável. Para os porcos
selvagens e domésticos a infecção é por norma fatal, sendo no entanto
inofensiva para os humanos. A situação agrava-se quando a peste suína africana
é agora comum na Ásia e na Europa Oriental. Um surto da doença seria
economicamente catastrófico para os suinicultores germânicos.
As autoridades dos estados
federais alemães há muito tempo que tomam medidas para evitar um surto na
doença nos seus territórios. Segundo Hubertus Lehnhausen, Chefe do Departamento
florestal e de Caça do Ministério do Meio Ambiente do Saarland, existe apenas
um treino especial para cães de busca de cadáveres no seu estado e foi ele quem
teve a ideia do projecto. Nem sempre é fácil para os seres humanos detectarem
as carcaças numa área grande e a passagem por uma área restrita poderá
acarretar o risco de propagar ainda mais a doença, já que o vírus pode ser
transportado pelo calçado e pelos pneus.
Além disso, um javali
contaminado, quando assustado, poderá estender a contaminação a outras áreas. O
próximo exame para cães de busca de carcaças está agendado para antes do Natal.
Reinhold Jost, Ministro do Meio Ambiente, diz ser necessário treinar mais cães
para esse fim, pelo que o seu Ministério elaborou o curso com a mais alta
autoridade da caça, com a Associação de Caçadores do Saar e com uma escola
canina particular. Depois de devidamente preparados, os cães entrarão em campo.
Os cães destinados a este
trabalho carregam consigo um dispositivo de localização que aparece numa tela
junto ao centro de coordenação de actividades, para que nenhuma carcaça seja
desprezada e o esforço dos cães desaproveitado. Actualmente a Saxónia está a
realizar um exercício de doença animal em larga escala, com a duração de vários
dias, para que numa emergência, a interacção entre as autoridades, municípios,
agricultores e caçadores funcione. Após a activação do Centro Estadual de
Controle de Doenças de Animais e o estabelecimento de uma equipa de crise, ontem
em Thümmlitzwald, no Distrito de Leipzig, treinou-se a localização, recuperação
e remoção de javalis mortos.
Conhecendo os alemães como
conheço, dificilmente a Peste Suína Africana passará por eles e escapará aos
seus cães. Desconheço se o Governo Português tem algum plano de contingência
para este surto, apesar dos seus 39 ministros. Se não tiver e o azar nos tocar
à porta, nem tudo é mau - depressa se livrará dos suinicultores e das suas
reivindicações!
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