O Dia de trabalho de ontem
começou às 09 horas com uma passeata por uma estrada florestal. A distância a
bater foi reduzida e substituída por trabalhos na serra. Tivemos como visitas
os binómios Matos/Dakota e Michael/Simba, o tempo esteve de feição e os
conteúdos de ensinos assentaram sobre exercícios de obediência, ginástica e
guarda. Quanto ao inesperado cão preto, lá iremos mais adiante.
Chegados à serra, com os
binómios revigorados pela frescura da manhã, com alma extasiada pela paisagem e
depois de alguns minutos para o retempero das forças, iniciámos os trabalhos no
círculo de 36 metros, onde desenvolvemos evoluções típicas da obediência linear
e atrelada, nomeadamente a condução com a trela suspensa, para fundamentar a
supremacia dos comandos verbais em relação às induções fornecidas pela trela.
O Michael, que nos visitou
pela primeira vez, mostrou-se encantado com o que viu, particularmente com a
alegria dos cães durante os trabalhos. Surpreendido com o que viu em matéria
laboral, manifestou desejo de continuar a visitar-nos.
Fizemos uso de vários
exercícios para a transferência da condução atrelada para a condução em
liberdade, também para melhorar a postura dos condutores e diminuir o seu
inapropriado impacto visual sobre os cães.
Para aliviar a possível
tensão dos condutores e fortalecer o seu espírito de equipa, optámos for
fazê-los passar entre si uma garrafa sem se deterem, o que para além doutros
benefícios, impede o atraso de qualquer binómio relativo ao lugar que lhe é
requerido na formação.
Ainda no círculo de 36
metros, como não podia deixar de ser (somos uma escola que forma condutores),
procedemos à troca de condutores. Na foto abaixo podemos ver o Luis Matos a
conduzir o Doberman Zeus.
A CPA Simba, propriedade
do Michael, uma lobeira mediana de ascendência negra e com uma cabeça bastante
típica, iniciou entre nós o comando de “quieto”, possibilitando ao seu condutor
um afastamento máximo de 8 metros, o que para primeiro dia é muito bom.
Na ausência de obstáculos convencionais
e pondo de parte o grande número de naturais à nossa disposição, optámos por
fazê-los de tecido humano, convidando os jovens que nos acompanhavam para o
efeito. E isto porquê, para que os futuros cães de guarda não temam os homens
que tiverem que enfrentar e entendam-nos apenas como obstáculos a vencer.
Convém dizer que a maioria dos cães afasta-se da cara dos humanos, preferindo
saltar sobre os seus pés, o que é sintomático e revela o quanto há a fazer.
Quando um exercício proposto é novo, sempre cabe a um aluno regular executá-lo
pela primeira vez e, assim foi. Na foto seguinte vemos a Svetlana com o Zeus a
executar um salto introdutório, não demonstrando o Doberman qualquer receio
pela cara dos indivíduos a ultrapassar.
Na foto seguinte vemos o
Luis Matos a conduzir a CPA Dakota sobre o mesmo exercício. Esta cadela
preta-afogueada mostrou-se voluntariosa e imprimiu a tudo o que fez demasiada
velocidade, tornando difícil o adiantamento do seu condutor na saída dos
obstáculos conforme manda a boa técnica, o que indicia muitos percurso em
liberdade e poucos à trela, carecendo agora de alargamentos de marcha
continuados e curtos, que lhe possibilitem transposições seguras sem entrar em
galope rasgado, o que a continuar obstará à melhoria da sua resistência.
O Michael, com o
entusiasmo que tem, deve ter andado por muito lado a perder tempo, a ouvir
psitacídeos que, sendo actuais, remontam ao neolítico inferior, época donde são
advindos todos burlões, porque doutro modo já se encontraria a anos de luz e a
sua cadelinha não teria ficado com jarrete de vaca, menos valia que poderia ter
ultrapassado durante a fase de maior plasticidade da Simba. Será lícito privilegiar
o uso em detrimento da saúde do animal? Nós julgamos que não! Não obstante, ele
a sua amada Simba venceram tudo o que tinham para vencer e poderão ter uma
gloriosa jornada pela frente.
A Dakota iniciou com êxito
o ataque à manga, graças ao incentivo do seu condutor e à extraordinária
prestação do Afonso Mendonça, que se mostrou incansável e destemido, nunca
regateando esforços para que as metas e o objectivos da classe fossem
alcançados. Com mais duas ou três sessões de treino, Esta CPA começará a encher
mais a boca e a procurar outras zonas de mordedura.
Quanto aos ataques da
Simba à manga, não há nada a adiantar, já está farta de fazê-los, bastando para
isso ver em que zona da manga desfere os seus ataques. Falta falar do
inesperado preto, o Capo, o CPA negro da Carla Leitão. Quem o vê, não dá 10
tostões por ele, parecendo longínquo e apático, como que a pedir “tirem-me
deste filme”. Mas “quando toca à hora de reunir”, o bicho transfigura-se e
torna-se indefensável, exactamente como o Doberman Zeus.
Participaram nos trabalhos
os seguintes binómios Carla/Capo; Matos/Dakota; Michael/Simba e Svetlana/Zeus.
O CPA Bohr não participou dos trabalhos por impedimento do seu condutor, que ao
momento se encontrava lesionado, o que infelizmente já não nos causa estranheza
(sempre o homem tem cá um azar!). Concorreram para o bom andamento desta classe
excursionista os miúdos Afonso, Manuel e Tiago. As fotografias estiveram a
cargo do Adestrador e da Carla. O anfitrião foi o mesmo do dia anterior e
mostrou-se inexcedível. Agradou-nos a presença dos nossos visitantes e esperamos
que voltem em breve.
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