quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

NÓS TEMOS UM COMPROMISSO E HONRÁ-LO-EMOS SEMPRE!

Nós temos um compromisso com os cães e vamos honrá-lo sempre, para que possam minimamente integrar-se na sociedade humana e com isso defender-se. O objectivo central do adestramento é para nós a salvaguarda dos cães e não o seu fim útil, que resulta do aproveitamento das características individuais de cada animal para uma ou mais tarefas onde se sinta à vontade, esteja a gosto e seja eficaz. Jamais o fim útil deverá sobrepor-se ao objectivo central do adestramento, porque ao fazê-lo estaríamos a dizimar animais e a malbaratar a sua fidelidade. Como nada podemos fazer sem alcançar a cumplicidade humano-canina, educamos gente para valer aos cães, árdua tarefa que suportamos por amor a estes animais. Não se trata de uma utopia, mas de religar uma relação ancestral e mútua que se perde pelos confins dos tempos. Os cães não nasceram para estar sós, tampouco os homens e juntos sempre serão mais fortes.
Nos últimos dois dias fizemos de tudo um pouco, porque entendemos que as disciplinas cinotécnicas concorrem umas para as outras. Ao fazer isto não saturamos os cães e mantemos a sua alegria pela variação das tarefas. Começámos primeiro pela obediência linear atrelada, privilegiando a condução “em frente por um”, porque é a que melhor serve para as correcções binomiais individuais.
Para além dos mais elementares subsídios de direcção, insistimos no comando de “quieto” nas aulas colectivas e não nos demos mal, apesar de estarmos a trabalhar com cachorros. Na foto abaixo podemos ver a saída dos condutores.
Não foi só o comando de “quieto” que foi solicitado aos binómios durante a instrução circular, mas também outros comandos de imobilização como o “alto”, “o senta” e o “deita”, imobilizações que se prestam às explicações necessárias relativas às figuras.
Como objectivamos a condução dos cães em liberdade, desenvolvemos um conjunto de exercícios dispensando o uso da trela e usando somente os comandos verbais. Na foto seguinte podemos ver os três binómios presentes evoluindo de mãos à nuca com a trela suspensa sobre os ombros.
Na mesma instrução circular, como é nosso hábito e benefício, operámos também a “troca de condutores”, manobra que convida cada condutor a conduzir todos os cães em classe, para que os cães ganhem com o auxílio dos condutores mais experientes, os condutores mais receosos percam o medo e o adestrador possa aquilatar a quem cabe a maior fatia de sucesso dentro de cada binómio. Na foto abaixo vemos um momento desses por ocasião do comando de “senta”.
Depois evoluímos em várias frentes (por 1, por 2 e por 3), exercício que visa criar espírito de corpo entre os condutores e auxiliar a sociabilização animal que se deseja, graças aos alinhamentos que requerem e que muito auxiliam na constituição da matilha heterogénea escolar.
Com auxílio de duas barreiras direccionais, ainda aperfeiçoámos os comandos direccionais de “à frente” e “atrás”. Podemos ver a Svetlana na foto seguinte a fazer o “à frente” como é exigido – no comprimento total da trela (com a trela totalmente esticada). Este comando é direccional é de extrema utilidade quando importa bater território, auxiliar o condutor nas subidas e onde é impossível que o binómio marche alinhado.
O Afonso, perante a incapacidade física momentânea do Paulo Motrena, foi convidado a conduzir o CPA Bohr, trabalho que aceitou de bom grado e com louvável desempenho. Na foto abaixo podemos vê-los na execução do “atrás”.
Hoje começámos o dia com a protocolar légua terrestre, momento em que os condutores, para além de ganharem resistência e muscularem os seus cães, puderam usufruir de um alegre e idílico passeio no campo.
O cachorro Doberman Zeus está a adquirir um preparo e robustez físicas invejáveis, pelo que foi convidado mais uma vez a transpor consecutivamente o muro de 150 cm de altura, transposição que executa sem grande esforço.
Ainda houve tempo para treinar no “Espelho do Solo”, local onde melhoramos amiúde os alinhamentos requeridos pelas figuras de imobilização. Na ocasião vemos a Svetlana a deitar o Zeus dentro do espeço reservado para a figura.
Pelos perigos que corre e pela destreza que demonstra, o Tomás daria um excelente bombeiro voluntário, porque quando toca a fugir é sempre o escolhido. Na foto abaixo vemo-lo pendurado num mastro de bandeira para escapar aos afiados dentes do Zeus.
O Tomás correu primeiro em plano direito para alcançar o mastro e fugir ao Zeus, depois a situação complicou-se, foi obrigado a subir um plano inclinado pedregoso até amarinhar por um poste, refúgio que encontrou para não deixar o Doberman fazer o gosto ao dente.
Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: Afonso/Bohr; Afonso/Cosi; Carla Capo; Paulo/Bohr e Svetlana/Zeus. O condutor de dia foi o habitual e a equipa fotográfica foi constituída pelo Adestrador e pelo Afonso. O Pedro imaginou-se o Robinson Crusoe e por vezes virou Tarzan. Este é um curto resumo das actividades que desenvolvemos nos últimos dois dias.

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