Hoje trabalhámos debaixo
de neblina cerrada entre as 11 e as 13 horas, com o termómetro a marcar 13º
celsius, a chuva a ameaçar a todo o momento e debaixo de um percentual de
humidade bastante elevado, condições climatéricas que não nos impediram de ir
para a serra, onde a temperatura era ligeiramente mais baixa. Desta vez
contámos com a presença da Carla e do CPA Capo, binómio que do ponto de vista
atlético se encontrava ligeiramente atrasado em relação aos demais. Por causa
disso, o binómio foi convidado para um conjunto de saltos que os seus
companheiros de classe já haviam ultrapassado satisfatoriamente.
O mesmo binómio foi também
convidado para a transposição da vala através de um tronco, exercício de
equilíbrio indutor às acções de resgate e salvamento. O Capo continua a acusar
falta de confiança na dona perante a novidade de desafios, particularmente
quando exigem maior rigor técnico e esforço. Não obstante, porque há sempre uma
mão estendida em ajuda, este CPA negro saiu dali com a vala feita.
Como é do conhecimento
geral e muita gente não gosta de o ouvir, há medida que o tempo de treino
avança, por culpa da cumplicidade que se vai estabelecendo, existe uma transferência
física e anímica do dono para o cão, espelhando o animal as virtudes e defeitos
presentes no seu condutor, que será tão disponível ou mandrião quanto o seu
líder. Como a Carla nunca gostou muito de ginástica e ainda hoje foge ao
exercício físico (prefere o automóvel), também o Capo resiste a maiores
esforços, preferindo grandes sestas. Dona e cão foram convidados para subir um
pequeno muro. Ainda a dona estudava como o escalar, já o cão o tinha
ultrapassado.
Como não podíamos desleixar
a aptidão do Pastor Alemão, acabámos por pedir aos irmãos Mendonça que subissem
aquele muro com ele. Na foto seguinte podemos ver a transposição liderada pelo
Tomás Mendonça.
O binómio Svetlana/Zeus
subiu aquele muro natural com invejável destreza, celeridade e confiança, como
se a escalada daquela parede fizesse parte do seu dia-a-dia. Neste momento, em
termos de força, o Zeus apresenta-se invejável e com desempenhos bem acima dos
esperados para a sua idade. Contudo, mostra-se ainda desequilibrado e pouco
confiante nos obstáculos mais técnicos.
Nos obstáculos técnicos,
pese embora a pouca vontade inicial, o CPA Capo é rei. Na foto abaixo podemos
vê-lo a passar por dentro de um pneu com 40 cm de diâmetro, como se tal fosse
fácil para um cão a rasar os 70 cm de altura.
Venham lá os obstáculos
que vierem, muito embora se sinta inseguro nalguns técnicos, o CPA Bohr parece
ter nascido para os levar de vencida, executando-os muitas vezes acima da
velocidade média esperada e exigida, o que em matéria de prestação de socorro é
excelente.
Depois da ginástica, que
serviu de aquecimento para a disciplina de guarda, começámos o ensino do ataque
a alvos imóveis, tirando partido da imobilização da cobaia (Tomás Mendonça) em
decúbito ventral. Na imagem seguinte é possível ver o CPA lobeiro Bohr a atacar
a zona do pescoço do figurante, puxando e mordendo os membros anteriores que o protegiam.
Se pela ginástica não
mostra grande interesse, o mesmo não se pode dizer da participação do CPA Capo nas
acções de guarda, trabalho que adora e ao qual empresta um disponibilidade
inesperada. Durante os ataques aos alvos imóveis sempre fez moça nas costas,
nádegas e coxas do figurante. A imagem seguinte disso dá mostras.
Louvável é o esforço do CPA
Bohr ao tentar virar o figurante para aquilatar das suas intenções e certificar-se
da sua derrota. Todos os cães em classe foram aprovados neste trabalhando e irão
retomá-lo quando possível até alcançarem a perícia necessária, que não
dispensará o desarme de um agressor imóvel munido de arma de fogo.
Participaram nos trabalhos
os seguintes binómios: Afonso/Capo; Carla/Capo; Paulo/Bohr; Svetlana/Zeus e
Tomás/Capo. O figurante do dia foi o Tomás Mendonça, o fotógrafo foi o seu irmão
Afonso e o pequeno Pedro foi também solicitado para algumas acções, onde
patenteou decisão e valentia, mostrando um espírito competitivo pouco visto em miúdos
da sua idade (7 anos). Hoje fomos apenas vultos e lobos perdidos na neblina,
amanhã logo veremos o tempo que a mãe natureza nos reserva.
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