O número de lobos na
Europa tem vindo a aumentar, principalmente em França, Alemanha e Itália. O
aumento desta espécie, que por um lado se saúda, para além de levar os lobos à
procura de novos territórios (cada vez mais perto dos aglomerados humanos),
está a criar sérios problemas e prejuízos aos ovinicultores, que sempre acabam
por perder algum efectivo dos seus rebanhos. Consciente do problema, o Estado
alemão da Turíngia aprovou uma nova directiva de financiamento para protecção contra
os ataques dos lobos, assinada pela Ministra do Meio-Ambiente Anja Siegesmund
(verdes), que estipula que a totalidade dos custos, com cercas especiais e cães
guardas de rebanho, será coberta pelo Estado Livre da Turíngia e não apenas
parte como até aqui.
Este
financiamento não se restringe apenas ao famoso território lupino de caça de
Ohrdruf (1),
mas abrange toda a Turíngia. No Campo de Treino Militar desta cidade,
pertencente ao Distrito de Gotha, foi detectada uma loba pela primeira vez em
2013, que veio a copular com um cão doméstico gerando híbridos, podendo alguns ainda
viver com a mãe. O alargamento territorial dos lobos pode ameaçar, mais uma
vez, a sobrevivência da sua espécie, uma vez que o número de híbridos cresce a
um ritmo assustador. Como vai o crescimento populacional do Lobo Ibérico em
Portugal? Sofreu igual aumento? Não têm entrado novas alcateias pelo Gerês? O
questionamento é premente, já que temos algures um Centro de Recuperação do
Lobo Ibérico. Quantos lobinhos nasceram no ano passado? Quantos são esperados
este ano? Estarão por lá a seguir a estratégia correcta?
(1)Cidade alemã em cujos arredores funcionou,
entre 1944 e 1945, um campo de concentração adstrito ao de Buchenwald, que
chegou a albergar 20.000 prisioneiros, na sua maioria russos, polacos, judeus
húngaros, alguns franceses, checos, italianos, belgas, gregos, jugoslavos e
alemães. O campo foi construído originalmente para as tropas da Wehrmacht em
1940.
Sem comentários:
Enviar um comentário