PRINCÍPIO GERAL: QUALQUER
AGRESSÃO OU PREPOTÊNCIA DESMESURADA SOBRE UM ANIMAL QUE ACEITA A HIERARQUIA IMPLICA
SEMPRE NUMA DESPROMOÇÃO MAIOR DO QUE O DESEJADO PELA EXPERIÊNCIA E ACEITAÇÃO DA
DERROTA, MORMENTE QUANDO O AGREDIDO OU SUBJUGADO É UM CACHORRO COM IDADE
INFERIOR AOS 4 MESES OU
UMA FÊMEA QUE AINDA NÃO ATINGIU A MATURIDADE SEXUAL.
Vamos agora debruçar-nos
sobre um caso concreto onde o princípio atrás adiantado deverá ser observado.
Um cachorrinho, com idade compreendida entre os 2 e os 3 meses, separado dos
seus irmãos de ninhada e recém-chegado ao seu novo lar, ao ser-lhe distribuído
um penso de carne, sôfrego, ataca e fere a mão do seu dono.
Numa situação destas,
segundo o consenso popular e o parecer de alguns adestradores pouco
recomendados, o dono deverá partir para cima do cachorro e mostrar-lhe quem ali
manda, suspendendo o pobre coitado no ar, esfregando-o no chão, apertando-lhe
as goelas, dando-lhe duas ou três cacetadas com um jornal ou adiantando-lhe
dois sopapos. E tudo isto porquê? Para que não volte a repetir a ”proeza” e
para impedir que no futuro venha a atacar o dono. O medo tem nisto tudo uma
importante palavra a dizer!
Para quem já se esqueceu,
relembramos que o primeiro comando de obediência a instalar num cachorro é a
atribuição do seu nome, que funcionará daí em diante como um “CÓDIGO PIN”,
não sendo por isso desejável que muita gente o saiba, particularmente pessoas que
encontramos na rua, para quem o cão deverá ser um “NO
NAME”
ou ter outro nome, visando o seu bem-estar, segurança, controlo e serviço. Do
mesmo modo, a primeira regra a ensinar a um cachorro é que só deve comer
debaixo de ordem e não quando lhe apetece, considerando a coabitação harmoniosa
do cão assim como a salvaguarda e bem-estar da família que o adoptou.
Nos casos em que os
cachorros têm a ração à descrição tal não é necessário, sendo necessário somente
quando lhes damos pensos frescos de carne, tanto crus quanto cozidos. A ordem a
instituir é “COME”
e só depois dela terá o cachorro autorização para comer. Para que a ordem surta
efeito é necessário estabelecer um protocolo com o cachorro, o de esperar
quieto até que o mandem comer. Enquanto hesitar e resistir a aquietar-se, não
terá ao seu dispor a comida que tanto deseja. Este aguardar da ordem é de suma
importância para a futura recusa de engodos, porque devido ao condicionamento
operado, o cão não comerá comida jogada no chão sem ordem expressa do dono.
Mesmo nos casos em que os
cachorros já morderam os donos, o procedimento é igual e será igualmente
eficaz. O dono um condutor de um cão, como qualquer tutor ou professor, deverá
ser tardio em irar-se, porque doutro modo denunciará as suas dificuldades ao
animal, o que não é nada aconselhável, já que o cão, sentindo-o em apuros, tudo
fará para o demover dos seus intentos. O melhor entendimento possível entre
homens e cães resulta da interacção que a cumplicidade oferece e que não
dispensa como alicerces as regras e os códigos que a sustentam. Agora já todos
sabemos qual é a primeira regra a ensinar a um cachorro recém-chegado a casa,
que veio para ser amado e não para “começar a enfardar”.
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