terça-feira, 15 de agosto de 2017

PETS: PATA PESADA NO MEIO AMBIENTE

Gregory Okin (na foto abaixo), professor de geografia na UCLA, universidade californiana de Los Angeles, revelou num estudo publicado a 02 de Agosto do corrente mês, na revista científica “PLOS One”, que alimentar animais de estimação cria o equivalente a 64 milhões de toneladas de dióxido de carbono anuais, o que equivale a dizer que cães e gatos são responsáveis por 25 a 30 por cento do impacto ambiental do consumo de carne nos Estados Unidos, débito igual ao fornecido por 13,6 milhões de automóveis.
Chegou também à conclusão que o consumo de calorias dos pets norte-americanos, cerca de 163 milhões, é igual ao consumido pelo total da população da França e que cães e gatos consomem de 25 a 30% das calorias totais provenientes de origem animal nos Estados Unidos, produzindo ao mesmo tempo 5,1 milhões de toneladas de fezes, quantidade que apanhada e jogada no lixo rivalizaria com a produção total de lixo do Estado do Massachusetts.
A proliferação exagerada de animais carnívoros de estimação nos países mais populosos, segundo Orkin, está a contribuir para desequilíbrios ambientais, uma vez que é responsável por libertar grandes quantidades de poderosos gases de efeito estufa na atmosfera, pelo que a futura aquisição de pets vegetarianos (aves e roedores) poderá evitar males maiores, assim como a alteração das dietas dos actuais, que considerados como crianças comem agora também bifes (urge pôr-lhes à disposição proteínas vegetais).
Os animais de estimação actuais nos States, na sua esmagadora maioria cães e gatos, consomem actualmente idêntica quantidade de carne que 26 milhões de americanos, número tangível aos habitantes do Estado do Texas (há tanta gente no mundo a morrer de fome). Um estudo de 2013, publicado na revista norte-americana “Proceedings of the National Academy of Sciences” revelou as quantidades de gases de efeito estufa libertados após a produção de um quilograma das diferentes proteínas animais mais correntes. Os pesquisadores descobriram que produzir apenas 1 kg de galinha liberta 3,7 kg de dióxido de carbono. O impacto para a carne de porco é muito maior: 24 kg de dióxido de carbono liberados por kg. Mas o pior infractor é a carne bovina, que pode libertar até uma tonelada, excluindo ainda o uso de água pelos animais.
Diante destas conclusões e atendendo ao bem-estar de todos (homens e animais) ninguém poderá ficar indiferente, há que reequilibrar os ecossistemas que desequilibrámos e proteger o meio ambiente que nos sustenta e mantém vivos. Assim, ter cães e gatos em bardo é um fardo que todos já estamos a pagar, opção que deverá ser repensada para não ser repetida. Por outro lado, importa substituir sempre que possível as proteínas de origem animal por outras de origem vegetal na alimentação de caninos e felinos, papel importante que caberá em maior escalada à indústria alimentar para animais. Entretanto, para minorar os prejuízos e correr atrás do prejuízo, torna-se importante rejeitar as rações ou dietas “premium”, mais ricas que as comuns em proteínas de origem animal. A título de curiosidade e segundo as mais recentes estatísticas, a relação de animais de estimação per capita nos Estados Unidos é de 1.9 e em Portugal de 0.67; o índice de natalidade por mulher nos States é de 1.84 e em terras lusas é de 1.23 (cada um que tire as suas elações). As nossas mascotes escravizar-nos-ão e governarão o mundo? 

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