Gregory Okin (na foto abaixo), professor de
geografia na UCLA, universidade californiana de Los Angeles, revelou num estudo
publicado a 02 de Agosto do corrente mês, na revista científica “PLOS One”, que
alimentar animais de estimação cria o equivalente a 64 milhões de toneladas de
dióxido de carbono anuais, o que equivale a dizer que cães e gatos são
responsáveis por 25 a 30 por cento do impacto ambiental do consumo de carne nos
Estados Unidos, débito igual ao fornecido por 13,6 milhões de automóveis.
Chegou também à conclusão
que o consumo de calorias dos pets norte-americanos, cerca de 163 milhões, é
igual ao consumido pelo total da população da França e que cães e gatos
consomem de 25 a 30% das calorias totais provenientes de origem animal nos
Estados Unidos, produzindo ao mesmo tempo 5,1 milhões de toneladas de fezes,
quantidade que apanhada e jogada no lixo rivalizaria com a produção total de
lixo do Estado do Massachusetts.
A proliferação exagerada
de animais carnívoros de estimação nos países mais populosos, segundo Orkin,
está a contribuir para desequilíbrios ambientais, uma vez que é responsável por
libertar grandes quantidades de poderosos gases de efeito estufa na atmosfera, pelo
que a futura aquisição de pets vegetarianos (aves e roedores) poderá evitar
males maiores, assim como a alteração das dietas dos actuais, que considerados como
crianças comem agora também bifes (urge pôr-lhes à disposição proteínas
vegetais).
Os animais de estimação
actuais nos States, na sua esmagadora maioria cães e gatos, consomem
actualmente idêntica quantidade de carne que 26 milhões de americanos, número
tangível aos habitantes do Estado do Texas (há tanta gente no mundo a morrer de
fome). Um estudo de 2013, publicado na revista norte-americana “Proceedings of
the National Academy of Sciences” revelou as quantidades de gases de efeito
estufa libertados após a produção de um quilograma das diferentes proteínas
animais mais correntes. Os pesquisadores descobriram que produzir apenas 1 kg
de galinha liberta 3,7 kg de dióxido de carbono. O impacto para a carne de
porco é muito maior: 24 kg de dióxido de carbono liberados por kg. Mas o pior
infractor é a carne bovina, que pode libertar até uma tonelada, excluindo ainda
o uso de água pelos animais.
Diante destas conclusões e
atendendo ao bem-estar de todos (homens e animais) ninguém poderá ficar
indiferente, há que reequilibrar os ecossistemas que desequilibrámos e proteger
o meio ambiente que nos sustenta e mantém vivos. Assim, ter cães e gatos em
bardo é um fardo que todos já estamos a pagar, opção que deverá ser repensada
para não ser repetida. Por outro lado, importa substituir sempre que possível
as proteínas de origem animal por outras de origem vegetal na alimentação de
caninos e felinos, papel importante que caberá em maior escalada à indústria
alimentar para animais. Entretanto, para minorar os prejuízos e correr atrás do
prejuízo, torna-se importante rejeitar as rações ou dietas “premium”, mais
ricas que as comuns em proteínas de origem animal. A título de curiosidade e
segundo as mais recentes estatísticas, a relação de animais de estimação per capita nos Estados Unidos é de 1.9 e
em Portugal de 0.67; o índice de natalidade por mulher nos States é de 1.84 e
em terras lusas é de 1.23 (cada um que tire as suas elações). As nossas mascotes escravizar-nos-ão e governarão o mundo?
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