domingo, 27 de agosto de 2017

NÓS POR CÁ: ELE SALVOU 30.000, QUEM SALVARÁ A NOSSA FLORESTA?

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, inaugurou ontem o Museu Vilar Formoso Fronteira da Paz (núcleo museológico), dedicado ao ex-diplomata português Aristides de Sousa Mendes e aos refugiados judeus que por aquela fronteira entraram fugidos do holocausto.
Sousa Mendes foi responsável por promover a fuga para a liberdade de 30.000 judeus que se encontravam encurralados em França, ao passar-lhes vistos de entrada para Portugal, quando Cônsul do nosso País em Bordéus, contrariando o estipulado por Salazar mas obedecendo à sua consciência, o que teve como consequência vir a morrer na miséria por haver desobedecido ao ditador, condenando à partida a sua imensa família à mesma sorte.
A homenagem é tão justa quanto tardia e aguarda-se a plena reconstrução da “Casa do Passal” em Cabanas de Viriato, residência da Família de Sousa Mendes que até há bem poucos anos atrás se encontrava em ruínas.
Quem parece condenada ao extermínio é a nossa floresta que não pára de arder, sem dúvida às mãos de criminosos, uma vez que as ignições dos fogos e os seus reacendimentos acontecem à noite ou de madrugada, quando as temperaturas são baixas e o calor menos se faz sentir. Já arderam perto de 80.000 hectares de floresta e ignora-se quem conseguirá salvar a restante, quando o fará e como o fará. 
A quem interessará tanto fogo? A resposta parece-nos óbvia: a quem lucra com ele, muito embora possam haver vários interessados ou uma conjugação de interesses na costumeira submissão da política à economia. E dizemos isto porquê? Pelo aproveitamento político que os incêndios florestais têm merecido, o que reforça a manifesta índole terrorista destas acções que afectam o bem-estar e o futuro dos portugueses. 

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