O Presidente da República,
Marcelo Rebelo de Sousa, inaugurou ontem o Museu Vilar Formoso Fronteira da Paz
(núcleo museológico), dedicado ao ex-diplomata português Aristides de Sousa
Mendes e aos refugiados judeus que por aquela fronteira entraram fugidos do
holocausto.
Sousa Mendes foi
responsável por promover a fuga para a liberdade de 30.000 judeus que se
encontravam encurralados em França, ao passar-lhes vistos de entrada para
Portugal, quando Cônsul do nosso País em Bordéus, contrariando o estipulado por
Salazar mas obedecendo à sua consciência, o que teve como consequência vir a
morrer na miséria por haver desobedecido ao ditador, condenando à partida a sua imensa
família à mesma sorte.
A homenagem é tão justa
quanto tardia e aguarda-se a plena reconstrução da “Casa do Passal” em Cabanas
de Viriato, residência da Família de Sousa Mendes que até há bem poucos anos
atrás se encontrava em ruínas.
Quem parece condenada ao
extermínio é a nossa floresta que não pára de arder, sem dúvida às mãos de
criminosos, uma vez que as ignições dos fogos e os seus reacendimentos acontecem
à noite ou de madrugada, quando as temperaturas são baixas e o calor menos se
faz sentir. Já arderam perto de 80.000 hectares de floresta e ignora-se quem
conseguirá salvar a restante, quando o fará e como o fará.
A quem interessará tanto
fogo? A resposta parece-nos óbvia: a quem lucra com ele, muito embora possam
haver vários interessados ou uma conjugação de interesses na costumeira
submissão da política à economia. E dizemos isto porquê? Pelo aproveitamento
político que os incêndios florestais têm merecido, o que reforça a manifesta
índole terrorista destas acções que afectam o bem-estar e o futuro dos
portugueses.
Sem comentários:
Enviar um comentário