Um respeitável casal
texano e cinófilo de nomeada, ela Lou Robinson e ele Mark Bowlin, moradores nos
arredores de Houston e directores do grupo de resgate canino “Warriors Educate
About Rescue”, decidiram adoptar em Fevereiro deste ano um cachorrinho Boxer
branco que havia nascido sem as patas dianteiras, contra o parecer de um
veterinário que aconselhou o seu abate logo após o nascimento. O cachorrinho
veio a chamar-se “Nubby” e ainda teve que vencer um grave problema esofágico.
Incapacitado para lutar pelo alimento na ninhada, acabou por ser criado a
biberão, encontrando-se hoje feliz na companhia de 4 irmãos e outro cão.
O feito do Sr. Bowlin é de
louvar, porque não é todos os dias que se encontra alguém disposto a adoptar um
cachorro deficiente, muito embora seja mais fácil adoptar um cachorrinho assim
que uma criança com um problema idêntico, o que não deixa de me causar alguma
estranheza, apesar deste mundo dificilmente me apanhar desprevenido. A
dedicação do Sr. Bowlin e a história do “Nubby” lembraram-me automaticamente de
um homem bom, que depois de haver criado os seus dois filhos biológicos,
decidiu adoptar outros dois, bebés que dificilmente seriam do agrado doutros
casais brancos por serem de etnia africana e um deles ter um grau de
deficiência física bastante elevado. Eu conheço o homem e sinto-me honrado em
ser seu amigo, treino-lhe o cão e recebo dele lições de solidariedade.
O que levará os homens a
serem mais solidários com os animais do que com os seus iguais? Será porque não
falam, tudo ouvem e não se queixam? Ou resultará a disparidade de alguma
incapacidade presente na natureza humana? Há quem tenha respostas para tudo e
há quem continue a morrer carregado de dúvidas, lamentavelmente nós pertencemos a este grupo, apesar de nos inclinarmos mais para o segundo caso.
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