quarta-feira, 30 de agosto de 2017

MEIO MILHÃO COM TENDÊNCIAS PARA AUMENTAR

Segundo a pesquisa anual da Associação de Fabricantes de Alimentos para Animais de Estimação, no Reino Unido já existe meio milhão de galinhas que são tratadas como animais de estimação e não como aves de capoeira, que vivem nos jardins e quintais dos seus donos como se de cães se tratassem.
Desde 2010 que esse número se mantém estável mas tudo indica que virá a ser aumentado, aumento que ficará a dever-se ao sucesso que as galinhas têm tido como companheiras e ao aparecimento de literatura mais detalhada a esse respeito, como é o caso da obra “THE CHICKEN CHICK’S GUIDE TO BACKYARD CHICKENS”, da autoria de Kathy Shea Mormino, uma verdadeira expert na matéria.
Ainda que nos pareça caricato, dos pontos de vista ecológico e da protecção do meio-ambiente, a troca de cães por galinhas diminuiria a libertação de dióxido de carbono para a atmosfera em vários milhões de toneladas, o que naturalmente causaria menor impacto ambiental, considerando que estas e mais aves não comem rações à base de carne.
A troca de galinhas por cães não coloca em risco o número dos últimos, que só no Reino Unido alcançam os oito milhões e meio. De qualquer modo, o número de cães domésticos carece de ser repensado e as suas dietas alteradas, porque ambos estão a contribuir de sobremaneira para a libertação de grandes quantidades de poderosos gases de efeito estufa na atmosfera, conforme adiantámos no texto “PETS: PATA PESADA NO MEIO AMBIENTE”, editado em 15/08/2017.
Pouco a pouco e quase sem se dar por isso, o número de galinhas transformadas em pets nas Ilhas Britânicas vai aumentado, alcançando estas ex-aves de capoeira nomes próprios e até direitos de roaming. Estará o mundo louco ou teremos que retroceder ao nosso simples viver para que o Planeta não se extinga? Será por acaso que nos mandam ter hortas nas varandas e agora galinhas no quintal?

HARVEY HURRICANE: UNS SÃO SALVOS E OUTROS SALVAM O QUE PODEM

Os estragos que a tempestade tropical Harvey está a causar no Estado norte-americano do Texas levarão anos a ser reparados e haverá gente que jamais recuperará o que perdeu: familiares, amigos, animais, casas, carros e outros bens. Dir-se-á que lamentavelmente os texanos já estão acostumados a tempestades assim e que mais cedo do que se pensa se levantarão, o que de todo não é verdade porque os ventos e águas estão a levar pecúlios que jamais devolverão, particularmente aos mais idosos e aos desfavorecidos, porque recomeçar e refazer vidas torna-se mais fácil para gente moça, em idade de trabalhar e com emprego garantido.
No meio da tempestade, enquanto uns salvam o que podem, outros são salvos, nomeadamente os encarcerados, os idosos, os deficientes, os incapacitados, as crianças e os bebés, os que por si mesmo jamais conseguiram salvar-se. Igual drama sofre o gado e os animais domésticos que levados pelas torrentes, encarcerados ou isolados por elas, se não forem objecto de socorro, têm a morte como certa.
Felizmente há por ali gente que não se esqueceu dos animais, que se mobilizou e que opera o seu socorro, tanto local como vinda doutros Estados e lugares, cujo esforço tem resultado no resgate de um sem número de animais domésticos, maioritariamente cães e gatos.
Ante tamanha tragédia, a política a seguir só pode ser uma: salvar-se e salvar o que for possível! Uma das imagens mais marcantes da passagem do furacão Harvey pelo Texas já publicadas na Internet e que em pouco tempo se tornou viral foi a de um cão que ao pôr-se a salvo carregou na boca o seu saco de ração (foto abaixo).
Aqueles que se dedicam ao resgate dos animais não estão só a salvá-los mas a preservá-los para os seus proprietários e a labutar para o seu bem-estar, porque se à privação dos seus bens se somasse a perca dos seus animais de companhia, maior seria a sua tristeza e desalento.
Meanwhile, o Sr. Donald Trump continua a portar-se como um asno, encantado que anda com a sua potranca Ivanka, ao não atentar para o agravamento das condições climáticas na Terra e ter isentado os Estados Unidos do “Acordo de Paris” de 2015, que pretende implementar medidas de redução na emissão de dióxido de carbono a partir de 2020. Atentando para o que está a suceder no Texas, cujo maior preço será pago pelos texanos, que eventualmente serão os menos culpados, pode dizer-se que o tiro saiu pela culatra ao até agora Presidente dos Estados Unidos da América. Queira Deus que o número de vítimas causado pelo Furação Harvey não aumente, que a tempestade passe depressa, que a bonança não demore e torne possível a reconstrução.

terça-feira, 29 de agosto de 2017

A MAGGIE DAS PIRUETAS

A Maggie é uma Bull Terrier branca com 8 meses de idade, irreverente, cheia de vida e dada a fazer piruetas, ao mesmo tempo teimosa e tendente a amuos, uma companheira que adestramos todas as manhãs logo a seguir ao pequeno-almoço, quando o sol é menos intenso e o calor não causa entraves. Com uma capacidade atlética invejável, que nem sempre destina a fim útil, esta cadela estranha-se a princípio e entranha-se depois pela amizade que oferece. Com apenas uma semana de treino já faz razoavelmente o “junto” à trela, o “alto”, o “senta”, o “troca” o “roda e o “quieto”, executando este comando durante alguns instantes a 50 metros da sua dona e condutora. Esta Bull Terrier tem-se mostrado valente e desinibida, o que indicia ser capaz de abraçar o ofício guardião, porque não se intimida com coisa alguma, quer lhe seja arremessada ou usada como ameaça. Nutre uma especial amizade com o Benjamim lá de casa, um menino de 4 anos chamado Lourenço, que provoca para a brincadeira e segue por toda a parte. Assim é a Maggie e estamos muito satisfeitos com ela!

UM CASO PATOLÓGICO

Se há gente que nasce sem sorte, o que dizer de certos cães? Vamos à história da “Florence”, uma Cocker Spaniel Parti-color com 2 anos de idade, que não teve sorte nenhuma com a dona que lhe coube, uma enfermeira veterinária de 28 anos chamada Georgina Bretman (na foto acima), moradora e a trabalhar ao tempo em Glasgow/Escócia, carente de atenção e ainda mais de tratamento.
Entre 2011 e Junho de 2013, Bretman trabalhou como enfermeira numa clínica veterinária privada, que aberta fora de horas cobrava preços mais altos. Descontente com as noites de folga que lhe eram atribuídas e querendo chamar à atenção, esta “enfermeira” injectou por várias vezes insulina na sua Cocker, para que o animal desse entrada na referida clínica. Como resultado da sua nefasta acção, o animal esteve nessas ocasiões entre a vida e a morte, quase a colapsar, entregue a convulsões, a contorcer-se com dores e a vomitar. Os resultados dos testes feitos na Cocker indicavam um baixo nível de glicose.
Como o animal se apresentava saudável entre episódios, a desconfiança sobre a responsabilidade da sua dona aumentou, ainda mais porque coincidiam com as suas folgas. A Sr.ª Herd, que havia contratado Georgina Bretman, decidiu enviar as amostras de sangue da Cocker para a Escola de Veterinária da Universidade de Glasgow, entrega que a enfermeira de imediato se prontificou a fazer, nunca chegando as análises aquele estabelecimento superior de ensino. 
Descobertos os seus actos criminosos e ao abrigo da lei local, para além de despedida, Bretman foi acusada segundo a “Lei de Saúde Animal e Bem-estar da Escócia” e julgada no Glasgow Sheriff Court, incorrendo agora numa pena de multa de 20.000 libras ou até um ano de prisão efectiva (está a aguardar sentença).
Apesar de não ser impossível, dificilmente encontraremos enfermeiras veterinárias tão afectadas com Georgina Bretman, cuja doença e gravidade de actos exigem sério tratamento. Felizmente não há notícia em Portugal duma enfermeira assim, talvez porque não soframos aqui da depressão de inverno que tanto fustiga os cidadãos britânicos, ali entendida como “seasonal affective Disorder”.

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

ACUPUNCTURA E REABILITAÇÃO

Acerca do texto “ACUPUNCTURA PARA CÃES E GATOS”, editado no dia 25 do corrente mês, recebemos da Rita Nabais o seguinte email: “Bom dia. Estive a ler o artigo sobre a acupunctura para cães e gatos e quis partilhar o nosso testemunho. Como sabe, devido à manifestação explosiva da hérnia discal do Bolt e consequente paralisia dos membros posteriores, que acabou por ser ultrapassada apenas com medicação, foi necessário arranjar (depois de todo esse processo) uma forma de controlar a crescente probabilidade de reincidência.
Por esse motivo, vamos semanalmente à fisioterapia. As nossas sessões são composta pela hidroterapia (primordial para a recuperação da coordenação motora com impacto mínimo nas articulações), aplicação de laser sobre a zona da coluna (aumenta o metabolismo local e reduz a inflamação e dor), fototerapia aplicada em três meridianos cervical, torácica e lombar (indicada para o relaxamento muscular e anti-inflamatório), electroestimulação para evitar atrofias musculares (essencial para o membro posterior esquerdo que ficou com mais nervos afectados com a explosão do disco) e exercícios que praticamos também em casa como fazer oitos, obstáculos (não de salto mas de passagem) e wobble board.
Desde Maio que começámos também a acupunctura e que tem tido efeitos muito positivos na evolução da propriocepção, nomeadamente no membro mais afectado. Mesmo a nível  muscular, é possível (em alguns casos) de observar a olho nu os efeitos imediatos pelos movimentos involuntários dos músculos nas zonas mais contraídas. Junto envio algumas fotografias que vou tirando ao longo das sessões.
Em várias delas dá para perceber o quão descontraídos ficam durante o tratamento, mesmo aqueles que vão só fazer companhia (como é o caso da galga tigrada que se deita sobre o Bolt enquanto ele está com as agulhas).De resto espero que esteja tudo bem. Nós por cá continuamos. Em frente, sempre (…)”
Agradecemos à Rita o testemunho, congratulamo-nos com as melhoras do Bolt e chamamos de bem-vindos todos os avanços alcançados na reabilitação canina.

domingo, 27 de agosto de 2017

SIMPLES TRUQUES OU ALTERAÇÃO DE CARÁCTER?

Quando hoje se pergunta a alguém se o seu cão se encontra treinado, é comum obter-se como resposta: “ Sim, alguns truques fui eu que lhe ensinei e outros aprendeu numa escola” e “Sim, ele faz «give me five», senta, deita, rebola e com um auxílio de um biscoito consegue andar somente apoiado nas patas de trás!”. Resumir-se-á o adestramento a uns tantos truques? Ao olhar para o trabalho que alguns profissionais desenvolvem com os seus cães juraríamos que sim mas sabemos que não!
Conseguirá algum método de ensino subsistir tendo como base unicamente um conjunto de truques? Os ditos truques conseguirão adestrar convenientemente um cão? Serão os seus resultados perpétuos? Às três interrogações respondemos com um peremptório não, considerando primeiro a salvaguarda dos cães e depois as alterações de carácter necessárias à sua inserção harmoniosa no lar e na sociedade. Pelo contrário, sabemos que os truques prestam-se de sobremaneira para enganar os binómios e quem os aprecia, coisa que não é de hoje já que sempre se ouviu que “com papas e bolos se enganam os tolos”.
Como não faltam por aí cães com uma forte personalidade e mau carácter (há quem diga que homens também não), ao adestramento digno desse nome cabe adequar o carácter dos animais para que venham a ser companheiros melhor adaptados e mais úteis, pelo aproveitamento da plasticidade presente nos seus ciclos infantis e pelo concurso da experiência variada e rica, dotando-os assim de um comportamento que por si mesmos não atingiriam, por vezes aparentemente contrário à sua propensão genética, quando comparados com outros iguais e dispensados de idêntico cuidado.
Ao contrário do que acontece com a personalidade (individualidade) canina, que ao invés do carácter não é boa nem má, mas sim forte ou fraca, o carácter da maioria dos cães carece de ser melhorado e a sua capacidade de aprendizagem aumentada, visando a sua salvaguarda e possível uso. Se entendermos o carácter como uma componente de grande importância na personalidade de um cão como um todo, então podemos dizer que a sua personalidade é também alterável em grande parte pelo enriquecimento do seu carácter, alteração que não se pode alhear da dependência canina, da idade da cópia que todos os cães atravessam, do seu quadro experimental, do condicionamento havido e dos méritos de quem o educa.
Um cão quando devidamente adestrado terá sempre duas filiações graças à sua natureza social: uma biológica e outra pedagógica, podendo facilmente substituir os seus rituais naturais por outros atempadamente absorvidos, compreendidos, experimentados e necessariamente aprovados. Esta transformação que não acontece por artes mágicas e que dificilmente será efectuada por um “encantador”, resulta do conhecimento dos animais, da individualidade de cada um, da comunhão de vida e do tempo dispensado ao seu estudo e apetrechamento.
 
Não é nenhum crime ensinar um cão a andar de trotineta, mas melhor será ensiná-lo a atravessar uma estrada. Varremos os animais selvagens do circo, quando expulsaremos os cães de lá? Basta de enganar os cães!

NÓS POR CÁ: ELE SALVOU 30.000, QUEM SALVARÁ A NOSSA FLORESTA?

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, inaugurou ontem o Museu Vilar Formoso Fronteira da Paz (núcleo museológico), dedicado ao ex-diplomata português Aristides de Sousa Mendes e aos refugiados judeus que por aquela fronteira entraram fugidos do holocausto.
Sousa Mendes foi responsável por promover a fuga para a liberdade de 30.000 judeus que se encontravam encurralados em França, ao passar-lhes vistos de entrada para Portugal, quando Cônsul do nosso País em Bordéus, contrariando o estipulado por Salazar mas obedecendo à sua consciência, o que teve como consequência vir a morrer na miséria por haver desobedecido ao ditador, condenando à partida a sua imensa família à mesma sorte.
A homenagem é tão justa quanto tardia e aguarda-se a plena reconstrução da “Casa do Passal” em Cabanas de Viriato, residência da Família de Sousa Mendes que até há bem poucos anos atrás se encontrava em ruínas.
Quem parece condenada ao extermínio é a nossa floresta que não pára de arder, sem dúvida às mãos de criminosos, uma vez que as ignições dos fogos e os seus reacendimentos acontecem à noite ou de madrugada, quando as temperaturas são baixas e o calor menos se faz sentir. Já arderam perto de 80.000 hectares de floresta e ignora-se quem conseguirá salvar a restante, quando o fará e como o fará. 
A quem interessará tanto fogo? A resposta parece-nos óbvia: a quem lucra com ele, muito embora possam haver vários interessados ou uma conjugação de interesses na costumeira submissão da política à economia. E dizemos isto porquê? Pelo aproveitamento político que os incêndios florestais têm merecido, o que reforça a manifesta índole terrorista destas acções que afectam o bem-estar e o futuro dos portugueses. 

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

RANKING SEMANAL DOS TEXTOS MAIS LIDOS

O Ranking semanal dos textos mais lidos ficou assim ordenado:
1º _ OS FALSOS PASTORES ALEMÃES, editado em 24/02/2015
2º _ PASTOR ALEMÃO X MALINOIS: VANTAGENS E DESVANTAGENS, editado em 15/06/2011
3º _ A CURVA DE CRESCIMENTO DAS DIVERSAS LINHAS DO PASTOR ALEMÃO, editado em 29/08/2013
4º _ HÍBRIDO DE CHOW-CHOW/PASTOR ALEMÃO: MÁQUINA OU DESASTRE?, editado em 11/05/2016
5º _ A FÁBULA DO LOBO CHECO: O REGRESSO AO ATAVISMO, editado em 15/03/2014
6º _ PASTOR DE SHILOH: SUPER-CÃO OU DECEPÇÃO?, editado em 23/01/2014
7º _ “P” DE PARDAL E POLICARPO, editado em 22/08/2017
8º _ O GUARDA DAS GALINHAS, editado em 05/04/2014
9º _ AND THE SECOND PLACE GOES… TO THE DOGS!, editado em 21/08/2017
10º _ O PESO DOS 4 MESES NO CÃO DO AMANHÃ, editado em 28/1072010

TOP 10 SEMANAL DE LEITORES POR PAÍS

O TOP 10 semanal de leitores por país obedeceu à seguinte ordem:
1º Portugal, 2º Brasil, 3º Estados Unidos, 4º Índia, 5º Espanha, 6º Reino Unido, 7º Angola, 8º República Checa, 9º Alemanha e 10º França. 

ACUPUNCTURA PARA CÃES E GATOS

Na cidade chinesa de Xangai, a mais populosa do Planeta e que tem o porto de contentores mais movimentado do Mundo, sendo por isso mesmo um enorme centro financeiro, existe um Centro de Neurologia e Acupunctura de Saúde Animal, que se vale da medicina tradicional chinesa para alívio das dores e para curar os achaques mais comuns dos cães e os gatos residentes naquela grande metrópole.
Devido às melhoras dos seus pacientes, que alcançam 80% do seu número total, este centro clínico médico-veterinário tem sido um êxito e é bastante procurado. Cada sessão com 45 minutos de duração custa ali 260 yuan, o equivalente a 39€.
Não faltam em Portugal clínicas e veterinários que prestam os mesmos serviços a partir da acupunctura e da medicina tradicional chinesa, apesar de haver outros que se valem doutras medicinas alternativas. Desconhecemos o número exacto dos veterinários que fazem uso da acupunctura, mas sabemos que são a primeira opção à Medicina Veterinária Alopática (convencional).
Na sua esmagadora maioria, os veterinários portugueses que fazem uso da acupunctura, antes de abraçarem a medicina tradicional chinesa, licenciaram-se em Medicina Veterinária convencional nas várias universidades peninsulares. Desconhecemos se o sucesso aqui alcançado é igual ao que acontece em Xangai, como desconhecemos quais os valores cobrados por cada sessão de acupunctura ministrada a um cão ou a um gato.
Os serviços mais comuns prestados por veterinários que seguem a medicina tradicional chinesa são: acupunctura, acupunctura laser, electroacupunctura, implantes de oro, moxabustão e massagens manuais. No site da “International Veterinary Acupuncture Society” diz-se que a acupunctura tem sido usada na prática veterinária chinesa há milhares de anos para tratar inúmeras doenças. Os adeptos da sua prática crêem que a inserção de agulhas longas e finas em locais específicos, conhecidos como meridianos do corpo, pode estimular a circulação sanguínea para promover a cura e aliviar algumas dores.
É bem possível que tudo isto seja verdade, porque os benefícios terapêuticos da acupunctura em humanos são inegáveis e estão sobejamente comprovados. Bom é haver alternativas para o tratamento eficaz dos nossos fiéis amigos e a acupunctura parece-nos ser a melhor delas. 

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

O QUE MAIS EXALTA UMA LINHA DE CRIAÇÃO: OS CÃES OU AS CADELAS?

Tenho reparado aqui e noutras partes do mundo por onde tenho andado, quando observo os reprodutores usados pela maioria dos canicultores, e aqui não há distinção entre os amadores e os profissionais, que muitos deles possuem excelentes machos e fêmeas a rasar o desprezível, descuido que a breve trecho condenará a sua linha de criação pela lástima dos seus produtos. E quando digo “fêmeas a rasar o desprezível”, digo-o dos pontos de vista físico, psicológico e cognitivo, que uma vez usadas como matriarcas geram cachorros débeis (carentes de robustez e envergadura), irritadiços ou medrosos, por demais dependentes, com baixa capacidade de aprendizagem e incapazes de ultrapassar as adversidades que irão ter pela frente.
Quer se trate da morfologia, da psicologia ou da cognição dos cachorros, estes sempre ficarão a dever mais às mães que aos pais, considerando o papel primordial das primeiras no seu sustento, desenvolvimento, adaptação e ensino, o que torna a selecção, compra e aquisição das fêmeas num assunto muito sério e merecedor de toda a atenção, já que as primeiras interacções entre os cachorros e as mães parecem ser de efeito duradouro. Assim fizemos e temos aconselhado outros a fazê-lo, porque não nos envergonhamos de fazer o bem e quem nos dá ouvidos nunca se deu mal.
A corroborar o que acabámos de dizer, surgiu recentemente um estudo oriundo da Universidade do Arizona/US e publicado na revista “Proceedings of the National Academy of Sciences”, que se debruçou sobre o papel das mães no sucesso e insucesso dos cães destinados a guiar invisuais (cães-guia). A principal autora deste estudo, Emily Bray, pesquisadora pós-doutorada do “Arizona Canine Cognition Center” da Universidade de Antropologia do Arizona, adiantou que as cinco semanas que os cachorros passam com as suas mães influem directamente sobre o seu sucesso dois anos mais tarde, que nesse período inicial das suas vidas necessitam de lidar com pequenos desafios e que se não o fizerem virão a penar mais tarde.
O estudo aconteceu nas instalações da associação “The Seeing Eye” que se dedica à formação de cães-guia e abrangeu 23 cadelas e os seus 98 cachorros durante as primeiras cinco semanas da sua vida. A análise dos dados obtidos revelou que havia diversidade de comportamentos nas mães, sendo umas mais atenciosas que outras. Ao observar-se dois anos mais tarde esses cães, verificou-se que os cachorros que tiveram mães mais atenciosas (mães-galinha) foram os menos propensos a formar-se como cães-guia, particularmente os que tiveram uma mãe que os amamentava invariavelmente deitada, ao invés de o fazer de pé ou sentada.
Robert Seyfarth, co-autor deste mesmo estudo e professor de psicologia na Universidade da Pensilvânia, acerta do pormenor acima citado (o das mães que invariavelmente amamentam deitadas) adiantou: “Se uma mãe está deitada sobre o seu estômago, os cachorros têm acesso gratuito ao leite, mas se ela estiver de pé terão que trabalhar para obtê-lo”, o que realça a importância das matriarcas na criação de pequenos desafios ao alcance dos cachorros, para que mais tarde possam desenvencilhar-se e ter sucesso na vida, aumentando assim as suas chances de sobrevivência pelo desenvolvimento cognitivo.
Este assunto só agora está a ser abordado e ainda há muito por descobrir e comprovar. Todavia, não se pode confundir uma cadela com uma coelha e uma boa cadela é aquela que começa a ensinar a sua prole bem cedo, dotando-a da curiosidade que melhor a servirá para a vida e conduzirá ao sucesso. Já havíamos abordado este assunto, ainda que noutra perspectiva no texto “A PARAQUEDISTA E A LOBEIRA”, editado em 13/12/2012.
Tendo em visto a utilidade da generalidade dos cães e não a dos cães-guia em particular, apraz-nos dizer: cadelas carentes de envergadura, disfuncionais, desaprumadas e medrosas, com fracos impulsos ao alimento, movimento, à defesa e à luta, ao poder e ao conhecimento - não, obrigado! 

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

SEVEN POLICE ANGELS TO ONE YORKSHIRE

Certa vez assisti na televisão ao abate de um Husky que andava a monte por um polícia britânico que o entendeu perigoso, excesso de zelo que não compreendi e que ainda não compreendo. Mas como dizem não haver duas sem três, desta vez em Kingston, no sudoeste londrino, uma septuagenária viu inesperadamente a sua casa invadida por sete polícias enviados para deterem o seu pequeno Yorkshire com 10 anos de idade, de acordo com a Secção 5 do “Dangerous Dogs Act” (lei sobre os cães perigosos).
E todo este aparato porquê? Porque a Sr.ª Claudia Settimo, dona do Alfie (assim se chama o Yorkshire) recebeu uma encomenda de um pedido on-line no passado mês de Junho e como se encontrava no piso superior da sua habitação, pediu ao homem das entregas que deixasse o embrulho à sua porta. Dez minutos depois abriu a porta e foi buscar a encomenda. Para espanto seu o homem ainda ali se encontrava e o Alfie correu atrás dele. Tomado de pânico o acossado começou a gritar que o cão estava a matá-lo, vindo a cair no chão e a sofrer um pequeno arranhão acima da cintura em virtude da queda, acabando por solicitar veementemente a um vizinho que o levasse ao hospital, desejo que viu cumprido.
A pobre da Sr.ª Settimo não entende porque foi tratada como uma criminosa, porque razão a polícia não a notificou previamente e muito menos a causa da detenção do seu pequeno companheiro de quatro patas, que deve estar muito assustado no canil para onde foi levado, já que nunca se viu nesses assados. Na defesa do seu cãozinho a dona disse para os jornalistas que se deslocaram ao local: “o meu cão não é perigoso. Ele não é um Rottweiler - ele é um pequeno Yorkshire Terrier. Eu vivo sozinha e ele protege-me muito” e “ele simplesmente gosta de perseguir. Mostrem-me um cão que não goste de o fazer”. Compreendemos e aceitamos os argumentos da septuagenária por serem válidos e verdadeiros, não compreendemos o aparato e o pânico policial. Oxalá o Alfie não venha a ser abatido!