Assim como a maioria dos
lobos sabe nadar, a maioria dos cães de raça pura não o sabe por culpa da selecção
humana, que ao formar raças para fins específicos alterou a sua biomecânica e
versatilidade próprias, factores que vieram reforçar ainda mais a dependência
canina e comprometer a sua salvaguarda. Não obstante, lobos e cães depressa
aprendem a nadar e ambos nisso melhoram pela experiência, iniciando-se os
primeiros pelo instinto e os últimos pelo ensino (existem cães de raça e outros
sem raça definida que aprendem a nadar naturalmente sem qualquer tipo de ajuda).
Lemos num site muito requisitado
na Internet em matéria de pets, elaborado em língua inglesa, que há cães que
devem ser mantidos longe da água por não poderem nadar, destacando 7 raças que
passamos a citar: Pug, Dachshund, English Bulldog, Basset hound, Boxer, Bichon Maltês
e Staffordshire bull terrier.
Ainda que consigamos
compreender as reticências nos casos do Pug, English Bulldog e Bichon Maltês,
os dois primeiros por conta do exagerado aumento dos seus ritmos vitais e o
último porque o comprimento, densidade e peso do seu pelo molhado impedem-no de
ir para diante livremente e puxam-no para o fundo, não descortinamos quais as dificuldades
ou contra-indicações atribuídas as dois bassetóides, ao molosso alemão e ao
terrier britânico, muito embora saibamos dos problemas resultantes do
encurtamento dos membros do Dachshund e do Basset Hound na natação, mas que
mesmo assim têm a vantagem de ter corpos aerodinâmicos. Também sabemos que o Boxer usa os membros anteriores em detrimento dos posteriores, o que o leva a
nadar em parafuso se não for ensinado. Quanto ao Staffordshire bull terrier,
não lhe antevemos qualquer incapacidade ou impedimento sério.
Todos os cães com ou sem
raça necessitam de aprender a nadar e nisso ser exercitados (com os quatro
membros a trabalhar debaixo da linha de água), porque só assim poderão valer-se
a si mesmos e a outrem em caso de necessidade. Mesmo os cães cujas raças
tradicionalmente transportam problemas cardíaco-respiratórios deverão ser
convidados para a natação, não com o intuito de fazer deles campeões ou de
transformá-los em cães de salvamento, mas de lhes melhorar gradualmente a frequência
dos seus ritmos vitais, benefício que a natação lhes oferece.
Para os cães mais nervosos,
resistentes e menos adaptados morfologicamente, também para os donos mais
coléricos e trapalhões, a iniciação à natação canina deverá acontecer de
coletes postos, estratégia que evitará o trauma e aumentará a confiança dos
animais, condições que os levarão a aprender mais depressa. Também quando
importa muscular os restantes membros de um cão por ausência de um deles, o colete é
também a melhor solução.
E se é verdade o que dissemos, que tal aproveitar estes dias quentes de Primavera para ensinar o seu cão a
nadar?
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