quarta-feira, 12 de abril de 2017

SHE DIDN’T KNOW

Nunca nos agradou o sensacionalismo e a miséria de alheia, somos por norma recatados e também cientes dos nossos dramas e imperfeições, ensinamos cães para valer às pessoas e através do adestramento procuramos que os donos se apossem verdadeiramente da amizade e utilidade dos seus companheiros de quatro patas, porque viemos para servir e estamos cá para consertar, para ajudar no necessário diálogo e equilíbrio entre homens e cães e vice-versa, o que nos leva a não nos coibirmos e a denunciar todas as bestialidades cometidas contra os animais que respeitamos e ensinamos. Assim, a notícia seguinte choca-nos, não por ser uma novidade para nós mas porque é uma clara e brutal violação dos direitos dos animais. Vamos transmiti-la numa linguagem decente perante a indecência do seu conteúdo.
Uma sexagenária britânica chamada Carol Bowditch, que em função dos seus actos e bizarras deveria passar a chamar-se de “Bowbitch”, aposentada e natural de Lincolnshire, foi levada a julgamento por ter transformado a sua casa num lupanar e ali proceder a bacanais com cães e pessoas, mantendo com ambos variadas práticas sexuais, primeiro com os animais e depois com os seus donos, valendo-se de um São Bernardo, dum Labrador e dum Pastor Alemão, nefasta prática que manteve pelo menos durante três anos consecutivos. As “proezas” desta senhora foram por ela e por quem a acessorava publicadas num fórum na Internet com vídeos e fotos, um tal de Galloway, residente na mesma morada, co-autor e participante da mesma trampa, também sexagenário e que tinha em sua posse imagens de pornografia infantil, distribuindo até a altura do julgamento 1.861 delas (que riqueza de menino!).
Confrontada com as acusações que confessou e argumentado que não sabia ser ilegal manter relações sexuais com animais, a Srª Carol Bowditch livrou-se da prisão e foi condenada a fazer serviço comunitário durante um ano e obrigada a recolher obrigatório durante a noite por quatro meses (espera-se que o referido serviço não seja num canil!). Quanto ao dito Galloway, a sua sentença foi adiada para data posterior. Ambos dizem-se agora vítimas de ostracismo por parte familiares e amigos e lamentam o mediatismo do caso?! Ignora-se se os outros participantes presentes nos diversos vídeos, que participaram naqueles “festins” na qualidade de guest stars, foram ou não objecto de algum tipo de acusação.
A que se deverá tudo isto, à demência, à miséria, à solidão, à maldade ou à sua soma? Não mereceria a acusada e condenada ser objecto de estudo, tratamento, reeducação, recuperação e reabilitação? Quem nos garantirá que não voltará a fazer o mesmo, ainda mais se a sua “actividade” for rentável para si e para outros? Como não é natural descer-se tão baixo e a idade da mulher ser menos própria para aventuras deste género (há avós mais novas), o caso tem contornos de exploração da miséria, seja ela de que índole for. Infelizmente episódios destes repetem-se desde os primórdios da humanidade, sucedendo isoladamente em todos os grupos etários, não sendo por isso produto exclusivo das Ilhas Britânicas. Cada vez está mais difícil confiar um cão a alguém nesta sociedade sem parâmetros, onde ainda despontam relações doentias com animais. Como os cães a tudo se prestam, a educação dos donos torna-se primordial e quanto mais cedo melhor!

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