Nunca
nos agradou o sensacionalismo e a miséria de alheia, somos por norma recatados
e também cientes dos nossos dramas e imperfeições, ensinamos cães para valer às
pessoas e através do adestramento procuramos que os donos se apossem verdadeiramente
da amizade e utilidade dos seus companheiros de quatro patas, porque viemos
para servir e estamos cá para consertar, para ajudar no necessário diálogo e equilíbrio
entre homens e cães e vice-versa, o que nos leva a não nos coibirmos e a
denunciar todas as bestialidades cometidas contra os animais que respeitamos e
ensinamos. Assim, a notícia seguinte choca-nos, não por ser uma novidade para
nós mas porque é uma clara e brutal violação dos direitos dos animais. Vamos
transmiti-la numa linguagem decente perante a indecência do seu conteúdo.
Uma
sexagenária britânica chamada Carol Bowditch, que em função dos seus actos e bizarras
deveria passar a chamar-se de “Bowbitch”, aposentada e natural de Lincolnshire,
foi levada a julgamento por ter transformado a sua casa num lupanar e ali
proceder a bacanais com cães e pessoas, mantendo com ambos variadas práticas
sexuais, primeiro com os animais e depois com os seus donos, valendo-se de um
São Bernardo, dum Labrador e dum Pastor Alemão, nefasta prática que manteve
pelo menos durante três anos consecutivos. As “proezas” desta senhora foram por
ela e por quem a acessorava publicadas num fórum na Internet com vídeos e
fotos, um tal de Galloway, residente na mesma morada, co-autor e participante da
mesma trampa, também sexagenário e que tinha em sua posse imagens de
pornografia infantil, distribuindo até a altura do julgamento 1.861 delas (que
riqueza de menino!).
Confrontada
com as acusações que confessou e argumentado que não sabia ser ilegal manter
relações sexuais com animais, a Srª Carol Bowditch livrou-se da prisão e foi
condenada a fazer serviço comunitário durante um ano e obrigada a recolher
obrigatório durante a noite por quatro meses (espera-se que o referido serviço
não seja num canil!). Quanto ao dito Galloway, a sua sentença foi adiada para
data posterior. Ambos dizem-se agora vítimas de ostracismo por parte familiares
e amigos e lamentam o mediatismo do caso?! Ignora-se se os outros participantes
presentes nos diversos vídeos, que participaram naqueles “festins” na qualidade
de guest stars, foram ou não objecto de algum tipo de acusação.
A
que se deverá tudo isto, à demência, à miséria, à solidão, à maldade ou à sua soma?
Não mereceria a acusada e condenada ser objecto de estudo, tratamento,
reeducação, recuperação e reabilitação? Quem nos garantirá que não voltará a
fazer o mesmo, ainda mais se a sua “actividade” for rentável para si e para
outros? Como não é natural descer-se tão baixo e a idade da mulher ser menos
própria para aventuras deste género (há avós mais novas), o caso tem contornos
de exploração da miséria, seja ela de que índole for. Infelizmente episódios
destes repetem-se desde os primórdios da humanidade, sucedendo isoladamente em
todos os grupos etários, não sendo por isso produto exclusivo das Ilhas Britânicas. Cada
vez está mais difícil confiar um cão a alguém nesta sociedade sem parâmetros, onde
ainda despontam relações doentias com animais. Como os cães a tudo se prestam,
a educação dos donos torna-se primordial e quanto mais cedo melhor!
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