segunda-feira, 24 de abril de 2017

ATÉ JUNTO AO TIBETE!

Depois da Guerra Fronteiriça Sino-Indiana, que ocorreu em 1962 no Sul de Xinjiang (Aksai Chin) e em Arunachal Pradesh (Tibete do Sul), quando O Dalai Lama já se tinha exilado e governavam Nehru na Índia e Mao Tsé-Tung na China, conflito que teve como desfecho uma vergonhosa derrota para a União Indiana ou uma estrondosa vitória chinesa, a Índia decidiu reforçar os seus postos fronteiriços e instalações militares naqueles territórios (quartéis e aeródromos), observando a China o mesmo cuidado, vivendo-se ali ainda hoje um clima de forte tensão e de constante desafio (um rastilho pronto a acender-se).
No meio do contingente indiano destacado para aquelas terras áridas e longínquas (80.000 homens), várias companhias cinotécnicas fazem-se presentes e o trabalho dos cães tem sido objecto de reconhecimento e louvor por parte das autoridades militares que decidiram, à imitação do que sucede em Inglaterra e nos Estados Unidos, atribuir condecorações aos mais valorosos no final do ano passado.
Não deixa de ser estranho ver naquelas remotas paragens Labradores, Malinois e Pastores Alemães, mas eles estão lá e cumprem zelosamente o seu serviço, auxiliando os seus tratadores nas buscas, acompanhando-os nas patrulhas, detectando explosivos, avisando-os da presença dos inimigos e perseguindo-os quando necessário, numa fronteira que tem de comprimento 3.488 km. Como o papel dos cães nas operações militares é longo e obscuro, fazem bem os indianos ao mencionar e condecorar os mais bravos.
Para além das missões de âmbito militar e das relativas à segurança interna do País (policiais), os cães são ainda obrigados a adaptar-se aos pisos irregulares, à rarefacção do oxigénio e um clima deveras hostil, enquanto braço silencioso do exército a que pertencem. Quem melhor do que eles poderia acompanhar os soldados indianos de infantaria até às portas do Tibete? Só os cavalos, mulas e póneis, muito embora não farejem explosivos, sejam de difícil ocultação e só usem os dentes para comer! No entanto, sem a colaboração deste gado equino há muito que os esforços militares indianos teriam caído por terra naquelas inóspitas terras altas (já foram condecorados dois cavalos). Considerando a ocorrência de vítimas, seria bom para ambos os lados que o conflito fronteiriço sino-indiano nunca se reacendesse, o que parece pouco provável, a menos que a Coreia do Norte seja dor de cabeça quanto baste para a China. 

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