Há quem diga que judeus e
cães não combinam, que a nossa herança religiosa judaico-cristã nunca teve
estes animais em grande conta, associando-os normalmente à miséria, à desgraça,
aos desafortunados, aos indigentes e por norma ligados a algum tipo de castigo.
Na verdade diz-se muita coisa mas Telavive contradiz tudo isso de forma categórica
e sem deixar dúvidas a ninguém, sendo a cidade mais amiga dos cães e já vamos
ver porquê.
Primeiro, porque é a
cidade com maior número de cães per capita (30.000 cães para 413.000
habitantes); segundo, porque esses animais têm livre acesso a cafés, lojas e
restaurantes; terceiro, porque podem ser transportados em comboios, autocarros
e táxis carrinha; quarto, porque têm à sua disposição 70 parques e quatro
praias; quinto, porque por toda a parte se vêem recipientes com água à porta
das empresas para se refrescarem; sexto, são cada vez mais as empresas que
prestam serviços direccionados aos cães; sétimo, basta andar dois ou três
blocos de apartamentos para se encontrar uma pet shop; oitavo, são numerosos os
“walkers” que se prestam a passear cães e têm até um indicativo próprio
publicitado por todo o lado.
Nono, ali existem seis
empresas constituídas para esse fim que mantêm o mesmo número de creches para
cães; décimo, a cada km2 existe um parque para eles (mesmo assim há quem se
queixe que precisa de 15 minutos para lá chegar; décimo primeiro, este ano a
Cidade vai lançar um programa intitulado de “Digidog” para dar aos
proprietários de animais de estimação em Telavive actualizações personalizadas
sobre animais de estimação eventos e serviços, bem como promoções de empresas
locais de estimação. O serviço será baseado no premiado serviço “Digitel” da Cidade
para os residentes humanos.
Décimo
segundo, cresce vertiginosamente o número de cães resgatados e adoptados (no
Bairro florentino de Telavive, que se situa ao Sul da Cidade e que é o seu
enclave mais badalado, existe 1 cão para cada três pessoas); décimo terceiro, o
movimento pela defesa dos direitos dos animais têm ali uma forte expressão,
entendo que melhor tratar os animais levará a uma mudança positiva no mundo;
décimo quarto, os proprietários caninos de Telavive são por norma pessoas mais
evoluídas e liberais, distinguindo-se das comunidades mais pobres de Israel, árabes
e judeus ortodoxos haredi, para quem a posse do cão é rara, o que se deve em
parte à tradicional existência de tabus sobre cães no judaísmo e no Islão.
Diante destes dados impressionantes, Telavive é uma nova Jerusalém para cães,
um exemplo para as outras cidades do mundo e uma cidade que vale a pena
visitar.
PS:
Os dados fornecidos para a elaboração do presente artigo tiveram como fonte a agência
noticiosa “JTA” (Jewish Telegraphic Agency).
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