sexta-feira, 14 de abril de 2017

AFINAL O CAPONE NÃO ERA NENHUM LOBO ENCAPOTADO!

A fábula do “Lobo-Mau” continua a assustar muita gente e no Colorado/USA ainda muito mais, porque um cão mais próximo do Pastor Alemão negro que doutra raça, acabou apreendido por ser confundido com um híbrido de lobo, considerando a sua morfologia, uma fuga que empreendeu e as queixas de um vizinho que o disse agressivo quando indevidamente entrou no seu quintal. O infeliz foi apreendido em Fevereiro pelas autoridades do Serviço Animal da Cidade de Aurora e só pôde voltar para casa no mês seguinte, depois da análise do seu DNA não ter mostrado qualquer indício de sangue lobo. O animal chama-se “Capone”, foi adoptado há 10 anos e veio de um abrigo daquele Condado, descrito como mestiço de Pastor Alemão. Os seus proprietários foram na altura acusados pelo Ministério Público de terem um animal fora de controlo, agressivo, exótico, não licenciado e sem a vacina contra a raiva, vacinação que viria a acontecer durante a sua detenção. A entrega do cão sujeitou os donos a construírem uma cerca de 6 metros de altura no perímetro do seu quintal e a mantê-lo atrelado até à sua conclusão. Resta dizer que a apreensão do cão foi objecto de repúdio internacional, que nos Estados Unidos existe legislação específica que estipula qual o percentual de sangue lobo permitido nos cães (por causa dos abusos) e que a notícia foi colhida do “The Huffington Post”.
Para serenar os ânimos dos mais exaltados, gente idêntica aos que “viram” no passado um leão à solta em Rio Maior e uma loba errante na Lourinhã, adianta-se que os mestiços de lobo, quando isolados, são por norma arredios, evitam o confronto com as pessoas e gozam de pouca empatia com os seus donos, muito embora possam ser agressivos contra cães e outros animais domésticos devido à presença de sangue silvestre, retorno ao atavismo que os coloca entre dois mundos, entre a floresta e a urbe, sendo em parte inadaptados nos dois lugares e por isso mesmo propensos a fugas. As raças actuais que receberam infusão de sangue lobo (“híbridas”), maioritariamente produzidas para guarda e que não vamos agora especificar por já o havermos feito, oscilam nesta matéria entre o regular e o deplorável, pertencendo o maior número de indivíduos ao último caso, por reclamarem uma autonomia que não se coaduna com o serviço pretendido, mostrando-se normalmente apáticos perante as solicitações que lhe são feitas. Quanto ao cão de Aurora, cujas fotos ilustram este artigo, de lobo-mau só tinha o nome!

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