A Cidade de Eugene no
Oregon, a segunda maior daquele Estado e que tem a maior universidade (sua
primeira fonte de proventos), saltou para os media internacionais
por ter aprovado uma lei que proíbe a presença de cães no centro daquela
metrópole, proibição que não abrange os cães policiais, os de serviço, os de
terapia e os que são propriedade de cidadãos com residência fixa (pensamos que
os dos turistas e forasteiros também não).
Excluindo todos estes cães,
quantos sobrarão? Estará Eugene superlotada de cães vadios? De cães vadios não
está, mas de cães pertencentes a indigentes, mendigos e sem-abrigo está cheia.
A lei recentemente aprovada, engenhosa quanto baste, é uma medida que visa
lançar tal gente para fora dos limites daquela cidade, uma vez que se fazem
acompanhar por cães para sensibilizarem quem passa a dar-lhes esmola (há aqui
quem faça o mesmo).
Se todas as cidades e
vilarejos do Oregon aprovarem leis semelhantes, não restará aos sem-abrigo
outro remédio do que lançarem-se ao mar, já que o Pacífico está ali tão perto!
Esta política de mandar “ir morrer longe quem não se deseja” (get out of here), antiquíssima e tipicamente
eugénica, ao invés de resolver o problema dos sem-abrigo, pode levar futuramente
a graves conflitos sociais. De qualquer modo, a aprovação da citada lei, bem ao
gosto do actual Presidente dos Estados Unidos, surpreende mais pelo engenho que
pela novidade.
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