A história do cão “Volya”
(liberdade em russo) conta-se em poucas palavras. Foi remetido em cachorro para
dentro dum buraco numa parede entre prédios na cidade russa de Khabarovsk Krai/Khabarovsk,
permanecendo ali durante três anos e sobrevivendo graças à caridade dos
moradores que por lá passavam e que lhe davam de comer. Como cresceu, ficou ali
emparedado naquele buraco e impedido de sair, pelo que mereceu o cognome de “Château
d’Se”, numa alusão a uma prisão na Baía de Marselha.
Consciente do drama vivido
pelo animal, um grupo de cinófilos empreendeu a sua extracção, rebentando com a
parede, amordaçando-o e laçando-o de volta para o exterior. Ao chegar cá fora,
o pobre animal sentiu-se aterrorizado com a novidade por estranhar os espaços
amplos. Neste momento encontra-se num abrigo para cães a aguardar adopção,
adopção que não será para breve por se mostrar ainda muito desconfiado. Quantos
“Volya” teremos por cá? Quantos cães aqui nascem e morrem sem sair de casa ou
dos canis, confinados num canto enquanto o mundo pula e avança e os seus dias
se esfumam? Melhor estariam se fossem ratos! O excessivo confinamento
compromete a saúde dos cães, estupidifica-os, induze-os ao desenvolvimento de
várias taras, obsta à sua sociabilização, impede que cresçam equilibrados, pode
levar à automutilação e torna-os infelizes. Quando teremos um Decreto-Lei que
obrigue os proprietários caninos a passear os seus cães durante uma hora por
dia? Não sabemos, mas temos notícia de que outros em boa hora o fizeram.
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