terça-feira, 11 de outubro de 2016

QUANTOS “VOLYA” TEREMOS POR CÁ A PRECISAR DE LIBERDADE?

A história do cão “Volya” (liberdade em russo) conta-se em poucas palavras. Foi remetido em cachorro para dentro dum buraco numa parede entre prédios na cidade russa de Khabarovsk Krai/Khabarovsk, permanecendo ali durante três anos e sobrevivendo graças à caridade dos moradores que por lá passavam e que lhe davam de comer. Como cresceu, ficou ali emparedado naquele buraco e impedido de sair, pelo que mereceu o cognome de “Château d’Se”, numa alusão a uma prisão na Baía de Marselha. 
Consciente do drama vivido pelo animal, um grupo de cinófilos empreendeu a sua extracção, rebentando com a parede, amordaçando-o e laçando-o de volta para o exterior. Ao chegar cá fora, o pobre animal sentiu-se aterrorizado com a novidade por estranhar os espaços amplos. Neste momento encontra-se num abrigo para cães a aguardar adopção, adopção que não será para breve por se mostrar ainda muito desconfiado. Quantos “Volya” teremos por cá? Quantos cães aqui nascem e morrem sem sair de casa ou dos canis, confinados num canto enquanto o mundo pula e avança e os seus dias se esfumam? Melhor estariam se fossem ratos! O excessivo confinamento compromete a saúde dos cães, estupidifica-os, induze-os ao desenvolvimento de várias taras, obsta à sua sociabilização, impede que cresçam equilibrados, pode levar à automutilação e torna-os infelizes. Quando teremos um Decreto-Lei que obrigue os proprietários caninos a passear os seus cães durante uma hora por dia? Não sabemos, mas temos notícia de que outros em boa hora o fizeram.    

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