O que vamos adiantar nada
tem a ver com a alimentação vegana canina que outros justificam como a melhor
para os nossos fiéis amigos, porque os cães são animais carnívoros, ainda que
alguns pareçam ser omnívoros, e porque exigimos dos que treinamos um bom e
constante desempenho atlético. Hoje vamos falar sobre a “Calamintha Nepeta”,
outrora bastante conhecida por Erva-de-azeitona, nome popular que ficou a dever-se
a seu contributo no curtir das azeitonas. Esta planta sem contra-indicações, justiçada
pelo prefixo grego “Cal” que significa “boa”, é uma planta silvestre e perene, que
exige pouca água e é resistente ao frio, perde no Inverno toda a sua parte aérea,
encontrando-se principalmente em terrenos pobres, incultos e pedregosos, assim
como na orla das diferentes florestas. Pode ser envasada e a sua propagação
tanto acontece por semente ou estaca como por divisão das suas raízes na
Primavera (o uso de pesticidas na agricultura tem contribuído para o seu
desaparecimento progressivo). “Nepeta” é uma subvariedade da Calamintha e as
restantes são igualmente boas e usadas para diferentes fins (culinários,
cosméticos e medicinais).
Muito antes do
aparecimento dos medicamentos sintéticos e durante séculos, quando às
populações não restava outro remédio a não ser a homeopatia, a Calamintha, para
além do seu uso culinário, justificado pelo seu sabor e aroma agradáveis, foi e
ainda hoje é usada como planta medicinal, nomeadamente com chá, hábito curativo
que se estendeu também a alguns animais domésticos no combate à aerofagia, às
gastroenterites, à fadiga, às dores articulares e para alívio dos problemas
respiratórios (nos ruminantes através da administração de “garrafadas” e nos
cães mediante a adição de 30 g das suas folhas e flores por kg de penso). Nas
populações rurais do Sul do País, a Calamintha era também distribuída aos
animais como prevenção contra os problemas causados pelo “Vento Zéfiro” (vento
de Oeste), que marcava a transição da Primavera para o Verão, que carregava típicas
afecções sazonais e que coincidia com 1ª muda de pelo dos cães. Mais por via da
superstição, temendo o pior pela força da Nortada (a morte dos animais mais
frágeis pela chegada do vento polar), à entrada do Outono repetiam o mesmo
procedimento.
Caso o seu cão seja um dos
raros felizardos que ainda come comida fresca devidamente balanceada, considerando
o excelente aroma que a Calamintha empresta aos pensos e o auxílio que presta à
digestão dos animais, não tendo ao mesmo tempo qualquer contra-indicação
conhecida, aconselhamos que junte aos ingredientes do repasto dois pequenos
caules desta planta com as respectivas folhas e flores, podendo retirá-los depois
de cozinhados ou não. Para além disto, devido ao seu óleo essencial, esta
planta exerce uma eficaz acção antifúngica quando consumida regularmente,
protegendo assim a pele e o manto dos animais. Não há como experimentar!
Sem comentários:
Enviar um comentário