domingo, 16 de outubro de 2016

CALAMINTHA NEPETA E COMIDA FRESCA PARA CÃES

O que vamos adiantar nada tem a ver com a alimentação vegana canina que outros justificam como a melhor para os nossos fiéis amigos, porque os cães são animais carnívoros, ainda que alguns pareçam ser omnívoros, e porque exigimos dos que treinamos um bom e constante desempenho atlético. Hoje vamos falar sobre a “Calamintha Nepeta”, outrora bastante conhecida por Erva-de-azeitona, nome popular que ficou a dever-se a seu contributo no curtir das azeitonas. Esta planta sem contra-indicações, justiçada pelo prefixo grego “Cal” que significa “boa”, é uma planta silvestre e perene, que exige pouca água e é resistente ao frio, perde no Inverno toda a sua parte aérea, encontrando-se principalmente em terrenos pobres, incultos e pedregosos, assim como na orla das diferentes florestas. Pode ser envasada e a sua propagação tanto acontece por semente ou estaca como por divisão das suas raízes na Primavera (o uso de pesticidas na agricultura tem contribuído para o seu desaparecimento progressivo). “Nepeta” é uma subvariedade da Calamintha e as restantes são igualmente boas e usadas para diferentes fins (culinários, cosméticos e medicinais).
Muito antes do aparecimento dos medicamentos sintéticos e durante séculos, quando às populações não restava outro remédio a não ser a homeopatia, a Calamintha, para além do seu uso culinário, justificado pelo seu sabor e aroma agradáveis, foi e ainda hoje é usada como planta medicinal, nomeadamente com chá, hábito curativo que se estendeu também a alguns animais domésticos no combate à aerofagia, às gastroenterites, à fadiga, às dores articulares e para alívio dos problemas respiratórios (nos ruminantes através da administração de “garrafadas” e nos cães mediante a adição de 30 g das suas folhas e flores por kg de penso). Nas populações rurais do Sul do País, a Calamintha era também distribuída aos animais como prevenção contra os problemas causados pelo “Vento Zéfiro” (vento de Oeste), que marcava a transição da Primavera para o Verão, que carregava típicas afecções sazonais e que coincidia com 1ª muda de pelo dos cães. Mais por via da superstição, temendo o pior pela força da Nortada (a morte dos animais mais frágeis pela chegada do vento polar), à entrada do Outono repetiam o mesmo procedimento.
Caso o seu cão seja um dos raros felizardos que ainda come comida fresca devidamente balanceada, considerando o excelente aroma que a Calamintha empresta aos pensos e o auxílio que presta à digestão dos animais, não tendo ao mesmo tempo qualquer contra-indicação conhecida, aconselhamos que junte aos ingredientes do repasto dois pequenos caules desta planta com as respectivas folhas e flores, podendo retirá-los depois de cozinhados ou não. Para além disto, devido ao seu óleo essencial, esta planta exerce uma eficaz acção antifúngica quando consumida regularmente, protegendo assim a pele e o manto dos animais. Não há como experimentar! 

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