Os
arcos, enquanto obstáculos tipo alvo, que podem elevar-se até 125 cm de altura
e ter diâmetros entre os 50 e 70 cm, são antecedidos pelo Pórtico Latino e pelo
Pneu, alcançando o seu expoente máximo no Arco do Fogo quando elevado a 120 cm.
Estes obstáculos são de precisão e como tal carecem de técnica apropriada para
a sua transposição. O arco transposto nas fotos deste texto é um arco suspenso
(não balizado) elevado a 60cm e com um diâmetro de 50cm. Através dele vamos
adiantar algumas particularidades dos binómios que na ocasião os ultrapassaram.
Na foto acima vemos a prestação do binómio Pedro Baptista/Lord, um dos binómios
mais recentes da Escola cuja evolução não há sido fácil, porque o Weimaraner foi
tratado como um principezinho, é valente como poucos e tomou as “rédeas do
poder” no lar que o adoptou. Apesar de já estar diferente, o Pedro não se pode
descuidar, porque à menor distracção, o Lord tentará usurpar a liderança. Na
foto seguinte temos o Jorge com o Soneca, ambos gordos e em baixo de forma por
conta do Covid-19. A estes nada há a acrescentar – espera-se que façam dieta.
Na
foto seguinte é-nos dado a observar a transposição do Labrador Shelby,
conduzido pelo seu dono, o André. O Shelby chegou à Escola sedento de
liberdade, com as mãos às 10 para as duas, abatimento de metacarpos e dorso
selado, desaprumos ligados à falta de passeio e o facto de ter o seu prato da
comida colocado no chão. Com o sucesso que tem vindo a alcançar nos obstáculos
e com a sociabilização de que tem sido alvo, deixou de temer os outros cães,
largou a pele de piegas e já alcançou amigos na classe. Não foi fácil
introduzi-lo aos obstáculos tipo alvo, porque partia para eles na esperança de
escapar-lhes, dificuldade hoje vencida e que é indubitavelmente um bom
presságio.
O
binómio Tomás/Dingo não pode ser mais impróprio do que é, sendo um daqueles
casos excepcionais que confirma a regra. O Tomás terá 1,64m mais coisa menos
coisa e o SRD Dingo acima dos 70cm, o que à partida obrigará o condutor a andar
“sobre rodas” para não estragar o cão e musculá-lo através da marcha. A diferença
de altura recomendável e ideal entre dono e cão deverá ser de 110cm,
aceitando-se apenas 100 quando o condutor é jovem e de propensão atlética. Assim,
o Tomás deveria ter um 1.80m para conduzir o Dingo. Como não tem, é obrigado a
dar duas passadas rápidas enquanto os demais condutores dão uma. Todavia,
porque a idade ajuda e o rapaz nunca se dá por vencido, o Dingo já chegou ao
pelotão da frente animado pelo amor que tem ao dono. Este SRD tem que se “partir
todo” para caber no arco, estamos a falar de um cão com o tamanho de um
Greyhound, bem elevado de pescoço, com maior envergadura que o lebrel, de superior
ossatura e com maior peso de orelhas, pormenores que não o impedem de ser extraordinariamente
versátil.
O
que haverá mais a dizer sobre o binómio Afonso/Nasha, presente na foto
seguinte, quando ele é a “La cerise sur le gâteau” e a “crème de la crème” (a
nata) dos nossos condutores escolares? Quem melhor do que ele representa a
nossa pedagogia de ensino, abrangência, conhecimento e arte? Hoje, felizmente,
outra coisa não seria de esperar, já temos binómios que estão quase a
equipará-lo, o que é para nós motivo de redobrada alegria. Não falta nada à Fila
para ser uma cadela com letra grande e ao seu condutor só falta a experiência
que os anos lhe darão, o que não o impede de ser competitivo, combativo e um
rijo figurante. Obrigado Afonso, valeu a pena ter caminhado até aqui para te encontrar
e ensinar. Quando tu arrancas com a Nasha levas-me contigo, despertas o jovem
que ainda vive em mim.
E por falar em Filas de S. Miguel, cães que considero os mais rústicos, hábeis, versáteis, fiéis, valentes e completos dos cães nacionais, por onde andará o Doc, que há tanto tempo não o vemos? A encantar transeuntes ou a assustar vizinhos? Provavelmente a desfilar altaneiro num jardim com uma pedra na boca! O afastamento do Doc distanciou-nos do José António e da incomparável “Voz off”, a Isabelinha, amigos que esperamos reencontrar em breve. Lamentavelmente, o forçado confinamento está a afastar familiares e amigos, a suspender por tempo demasiado ou indeterminado o amor e a amizade que suportam o nosso viver. Porém, há que acreditar no meio do desânimo e reagir contra o infortúnio – só nos interessa a vitória!
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