Hoje não há gato-sapato, não estou a falar de uma brincadeira parecida com a “cabra-cega”, que não tenha um cão e faça questão de ser visto com ele, porque é de bom-tom ter um e a presença do “bicho” vende que se farta! Talvez por causa disso, de um momento para o outro, nunca se ouviu tanta gente a dizer que adora cães. E quando uma celebridade adopta um cão de um abrigo e incentiva outros a fazê-lo, o número dos seus eleitores, partidários, seguidores ou fãs aumenta exponencialmente. Mas gostará realmente de cães esta gente que precisa de ser vista, badalada e adorada? Curiosamente é raro vê-los na companhia dos animais para além dos eventos públicos, reportagens ou sessões fotográficas. E, quando vejo estes cães na rua, são passeados na maioria dos casos por uma terceira pessoa, geralmente uma empregada. No treino destes cães não acontece coisa diversa, porque ou são treinados por um indivíduo pago para o efeito ou acabam remetidos prós bons ofícios do “regime interno”. Gente assim precisa de cães como adereço, mas não tem a atenção, o tempo e a paciência que eles exigem. Gostarão de cães? Só se não incomodarem muito e não tanto como os sem-abrigo quando têm algum.
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