A
Erliquiose Canina, doença causada pela bactéria gram-negativa Erlichia canis da
ordem Rickettsiales, cujo principal transmissor é a carraça Rhipicephalus
sanguineus e que afecta tanto canídeos domésticos como selvagens, ocasionalmente
também gatos e pessoas, está varrer o continente australiano e já chegou a Queensland,
o último estado a confirmar casos desta doença em cães infectados vindos do
Território do Norte, sendo que três de cinco cães dessa origem testaram
positivo no final do mês passado. O Departamento de Agricultura confirmou
também a presença da doença num cão que viajou isoladamente para o mesmo território
no ano transacto. A Biosecurity Queensland, do Departamento de Agricultura e
Pescas, está a trabalhar com os donos dos cães afectados para garantir que
recebam os cuidados apropriados, incluindo avaliação veterinária, tratamento e
a implementação de um programa eficaz de controlo de carraças.
Segundo
as estatísticas existentes, 1 em cada 10 cães que contraíam a doença na
Austrália morreu. A alta taxa de mortalidade foi revelada nas últimas
estatísticas recolhidas para o programa nacional de vigilância da erliquiose que
abrangeu um total de 867 cães testados no Território do Norte e na Austrália
Ocidental. Destes, 323 foram afectados pela doença, o que dá um total de 37%.
Apenas Victoria, o Território da Capital Australiana e a Tasmânia não relataram
nenhum caso da doença que se tem espalhado rapidamente pela Austrália. A
Erliquiose causa febre, letargia, perca de apetite, hemorragia, dor e perda de
peso e, se não tratada rapidamente, morte.
Não obstante, ainda não são conhecidos planos para estabelecer qualquer controlo de fronteira para cães. Alguns especialistas dizem que provavelmente já é tarde demais para isso e que provavelmente seria muito difícil aplicá-los (o verão australiano decorre entre Dezembro e Fevereiro). Como já dissemos atrás, os portadores da doença não são os cães, mas as carraças castanhas, que foram detectadas com Erliquiose no norte da Austrália do Sul. Os focos da doença ocorrem na Austrália Ocidental, onde a doença foi descoberta pela primeira vez em Maio do ano passado, e no Território do Norte, onde sentenciou à morte centenas de cães. Diante desta situação, para mitigar a expansão da doença e permitir a entrada de cães no seu território, as autoridades de Queensland querem saber a origem dos cães oriundos doutros estados e que tipo de prevenção tiveram contra as carraças, preocupação que estendem também aos cães de abrigo. Na Austrália nada é fácil, mas os australianos nada estranham e não deixarão morrer os seus cães.
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