quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

DESTA VEZ FOI UMA MULHER

 

Todos os invernos, conforme infelizmente temos noticiado, há pessoas na Alemanha que se lançam aos rios para resgatar os seus cães e nem todas retornam vivas. Ontem à tarde, na cidade bávara de Landshut, banhada pelo rio Isar e capital da região de Niederbayern, uma senhora lançou-se ao rio atrás citado, um afluente do Danúbio, para salvar o seu cão que não conseguia voltar para terra sozinho. Ao tomar essa decisão, também a sua dona acabou com a mesma dificuldade.

Felizmente os gritos de socorro da senhora foram ouvidos por alguns transeuntes e dona e cão acabaram puxados para terra com auxílio de uma trela. Segundo a polícia, ambos estão bem após o incidente. Há que evitar disparates destes, em tudo iguais àqueles que levam alguém, que não sabe nadar, a socorrer outro em vias de se afogar. Ademais, a aflição não é a melhor das conselheiras. 

Quantos donos já morreram a tentar salvar os seus cães, tanto em terra como no mar? Provavelmente os menos impensados, confiados e incautos, os mesmos que desprezaram a salvaguarda dos seus cães e que nunca tiveram tempo para ensiná-los a nadar. Sim, é verdade, nem todos os cães sabem nadar convenientemente, acabando muitos por morrer afogados. Não será grave insanidade trazer um cão solto e de obediência precária para as margens de um rio gelado?

Da mesma forma que podemos condenar os alemães por não saberem improvisar, também podemos acusar os portugueses de não fazerem outra coisa. Os primeiros procuram as regras antes do improviso e os últimos improvisam por ausência de regras (há excepções). Todavia, no que ao adestramento concerne, não podemos nem devemos destronar a sobrevivência canina pelo uso dos cães ou pelo gozo que nos dão, porque se eles não se poderem valer a si mesmos, como poderão socorrer-nos? Anda gente demais a brincar aos cães!

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