quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

INESPERADAMENTE, VINTE ANOS DEPOIS...

 

Durante 20 anos pensou-se que o fragmento de osso PP-00128 da colecção de ciências da terra do Museu da Universidade do Alasca pertencia a um urso muito antigo. Este fragmento de fémur, tão pequeno que podemos segurá-lo entre dois dedos, foi escavado num local ao longo da costa sudeste do Alasca, onde os arqueólogos descobriram em simultâneo restes de peixes, pássaros, mamíferos e de humanos que remontam a milhares de anos. Testes genéticos recentes da amostra, surpreendentemente, provaram algo que os cientistas não esperavam: o fragmento PP-00128 pertenceu afinal a um fiel companheiro canino que trotou lado a lado como os humanos no novo mundo gelado das Américas há cerca de 10.000 anos atrás.


Esta análise do cão mais antigo descoberto nas Américas, publicada hoje na revista Proceedings of the Royal Society B, fornece pistas sobre as migrações dos primeiros americanos, quando entraram nas Américas com os seus cães pela primeira vez, que caminhos tomaram para chegar ali e revela quão longínquo e profundo é o vínculo entre homens e cães domesticados. A zooarqueóloga da Universidade inglesa de Exeter, Carly Ameen, disse acerca desta inesperada descoberta: “Mesmo que você não consiga imaginar nada sobre a vida das pessoas há 10.000 anos atrás, ainda consegue entender a relação entre elas e os seus cães.”

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