Quando o frio vem em força
e para ficar, há sempre alguém no norte e centro da Europa que acaba por morrer
escusadamente por diversos motivos. Um frequente e perfeitamente evitável prende-se
com o salvamento de cães dentro rios e lagos gelados, quando a camada de gelo
se quebra, os animais ficam aprisionados e em risco de vida, situação que leva
muitos donos a socorrê-los, morrendo alguns desgraçadamente de hipotermia, como
foi o caso de um homem de 75 anos, que ao ver o seu cão em apuros no lago da
cidade alemã de Salzgitter, no Estado de Niedersachsen, se lançou de imediato à
água gelada.
Certo é que o cão conseguiu regressar sozinho, enquanto o dono teve que ser resgatado por mergulhadores e foi declarado cadáver pouco tempo depois de ter dado entrada numa clínica para onde tinha sido levado. Com a chegada do inverno rigoroso, as polícias locais não param de alertar: “Se um animal ficar preso no gelo, chame os bombeiros. Eles estão preparados para essas operações”. Mas será algum aviso capaz de travar uma reacção instintiva ou de evitar o resultado de uma inesperada e forte emoção? A nossa história comum diz-nos que não! Debaixo de surpresa, exactamente porque não estamos à espera, enveredamos tendencialmente por atitudes impensadas, bem mais perto dos instintos do que da razão, já que ninguém consegue estar preparado para tudo o que der e vier. Assim, a solução para casos como o ocorrido em Salzgitter deverá passar também pela interdição e policiamento dos espaços até que deixem de ser perigosos, porque doutro modo sempre haverá lugar à recolha de um dois cadáveres de “estóicos”.
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