terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

COM IDADE PARA TER JUÍZO

 

Quando o frio vem em força e para ficar, há sempre alguém no norte e centro da Europa que acaba por morrer escusadamente por diversos motivos. Um frequente e perfeitamente evitável prende-se com o salvamento de cães dentro rios e lagos gelados, quando a camada de gelo se quebra, os animais ficam aprisionados e em risco de vida, situação que leva muitos donos a socorrê-los, morrendo alguns desgraçadamente de hipotermia, como foi o caso de um homem de 75 anos, que ao ver o seu cão em apuros no lago da cidade alemã de Salzgitter, no Estado de Niedersachsen, se lançou de imediato à água gelada.

Certo é que o cão conseguiu regressar sozinho, enquanto o dono teve que ser resgatado por mergulhadores e foi declarado cadáver pouco tempo depois de ter dado entrada numa clínica para onde tinha sido levado. Com a chegada do inverno rigoroso, as polícias locais não param de alertar: “Se um animal ficar preso no gelo, chame os bombeiros. Eles estão preparados para essas operações”. Mas será algum aviso capaz de travar uma reacção instintiva ou de evitar o resultado de uma inesperada e forte emoção? A nossa história comum diz-nos que não! Debaixo de surpresa, exactamente porque não estamos à espera, enveredamos tendencialmente por atitudes impensadas, bem mais perto dos instintos do que da razão, já que ninguém consegue estar preparado para tudo o que der e vier. Assim, a solução para casos como o ocorrido em Salzgitter deverá passar também pela interdição e policiamento dos espaços até que deixem de ser perigosos, porque doutro modo sempre haverá lugar à recolha de um dois cadáveres de “estóicos”. 

Sem comentários:

Enviar um comentário