quinta-feira, 23 de maio de 2019

UM ESTUDO SÓ VÁLIDO PELAS RECOMENDAÇÕES

Ontem saiu a público um estudo proveniente da THE OHIO STATE UNIVERSITY WEXNER MEDICAL CENTER/US, publicado no INTERNATIONAL JOURNAL OF PEDIATRIC OTORHINOLAYNGOLOGY, para dar a conhecer quais as raças caninas e as características físicas dos cães que apresentam o maior risco de morder e causar ferimentos graves, não se abstraindo dele qualquer novidade a não ser as recomendações adiantadas (o mês de Maio é tramado), muito embora o tema seja actual porque nos States quase 5 milhões de pessoas são mordidas por cães anualmente. Uma das conclusões do estudo é que 60% dos ataques foram perpetrados por cães de raça desconhecida e que as raças cruzadas são responsáveis por uma parte significativa dos ataques.
Para além disso, este trabalho explora os riscos de lesões por dentadas de cães em rostos de crianças e outros ferimentos graves pela raça, tamanho e estrutura da cabeça dos agressores, vindo a concluir que os Pitbulls e os cães de raça cruzada são os que apresentam maior propensão para morder e causar mais dano, assim como aqueles que ostentam cabeças largas e curtas, com um peso entre os 30 e os 45 kg. Para avaliar a gravidade das dentadas, os pesquisadores reviram 15 anos de casos de traumas faciais relacionados com cães no Nationwide Children's Hospital e na University of Virginia Health System, analisando o tamanho da ferida, a ruptura dos tecidos, as fracturas ósseas e outras lesões graves que justificassem a consulta por um trauma facial de um cirurgião reconstrutor, criando em simultâneo uma escala de gravidade dos danos.
Os pesquisadores realizaram também uma extensa pesquisa bibliográfica, de 1970 até à presente data (as meta-análises estão na moda), em artigos sobre ataques caninos que relatavam a raça dos agressores para se determinar a propensão de determinada raça para atacar, combinando depois os dados do hospital para determinar o risco relativo de morder de uma raça e os danos no tecido intermédio por ela causados.
Estima-se que existam nos Estados Unidos 83 milhões de cães com dono e este número continua em ascensão. Tendo disso conhecimento, os autores do estudo pretenderam ajudar as famílias na escolha do cão certo para as crianças (de acordo com os Centros para o Controle e Prevenção de Doenças, 4,7 milhões de pessoas nos Estados Unidos são mordidas por cães anualmente e 20% dessas vítimas precisam de assistência médica para as suas feridas. Aqueles que necessitam de tratamento após serem mordidos por cães são predominantemente crianças com idades compreendidas entre 5 e 9 anos).


Depois de adiantarem que as crianças pequenas são mais vulneráveis e sujeitas a ser mordidas por cães ao não se aperceberem da subtil mímica canina, os médicos deste estudo esclareceram que as circunstâncias que levam um cão a morder são várias e podem resultar do comportamento da raça canina em questão, do comportamento da vítima, dos pais e do dono do cão. MEGHAN HERRON (na foto abaixo), professora associada de serviços clínico-veterinários da Faculdade de Medicina Veterinária do Estado de Ohio, completou ainda: “As crianças imitam os pais… Seja um exemplo para o seu filho e evite interacções conflituosas ou arriscadas que possam desencadear um medo ou uma resposta de agressão por medo se a criança o imitar, o que inclui severas repreensões, agressões, o empurrar de móveis e o confisco de algum pertence do cão à força”.
A professora atrás mencionada adianta os seguintes conselhos: 1º_ Como a maioria dos ataques sobre crianças ocorre quando o cão está em repouso e a criança se aproxima, tente encontrar e encorajar locais de descanso longe dos lugares onde as crianças correm e brincam; 2º _ Muitos ataques a crianças ocorrem mesmo quando um adulto está na mesma sala. Se você não puder dedicar sua atenção às interacções entre o cão e a criança, é melhor criar uma barreira física entre eles, como um portão de bebé ou uma box para o cão. Este procedimento é de extrema importância para as crianças com comportamentos mais erráticos, imprevisíveis ou assustadores para um cão; 
3º _ Ensine as crianças a não importunarem os cães em repouso e a não invadirem ficarem as boxes dos cães, camas e outros locais de descanso atribuídos ao cão. Se o lugar favorito do cão for no sofá, coloque uma toalha ou um cobertor em baixo para delinear claramente o espaço do cão em relação ao espaço da criança; 4º _ As crianças não devem abordar, tocar ou interagir com os cães quando eles estiverem a comer. Forneça áreas tranquilas e separadas para os cães comerem longe dos espaços onde as crianças correm e brincam. Toda a casta de biscoitos e guloseimas a distribuir a um cão só deverão ser entregues em áreas separadas dos locais de brincadeira das crianças ou na sua ausência; 5º _ Ensine as crianças a pedir ajuda a um adulto quando o cão levar um de seus brinquedos ou lanche. As crianças nunca deverão tentar recuperar esses itens por conta própria.
Como se pode comprovar o presente estudo vale mais do ponto de vista pedagógico do que do científico. Lamentavelmente até os docentes são obrigados a dizer que estão vivos, porque doutro modo serão esquecidos!

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