Ontem saiu a público um
estudo proveniente da THE
OHIO STATE UNIVERSITY WEXNER
MEDICAL CENTER/US, publicado no INTERNATIONAL
JOURNAL OF PEDIATRIC OTORHINOLAYNGOLOGY, para dar a conhecer
quais as raças caninas e as características físicas dos cães que apresentam o
maior risco de morder e causar ferimentos graves, não se abstraindo dele
qualquer novidade a não ser as recomendações adiantadas (o mês de Maio é
tramado), muito embora o tema seja actual porque nos States quase 5 milhões de
pessoas são mordidas por cães anualmente. Uma das conclusões do estudo é que 60%
dos ataques foram perpetrados por cães de raça desconhecida e que as raças
cruzadas são responsáveis por uma parte significativa dos ataques.
Para
além disso, este trabalho explora os riscos de lesões por dentadas de cães em
rostos de crianças e outros ferimentos graves pela raça, tamanho e estrutura da
cabeça dos agressores, vindo a concluir que os Pitbulls e os cães de raça
cruzada são os que apresentam maior propensão para morder e causar mais dano,
assim como aqueles que ostentam cabeças largas e curtas, com um peso entre os
30 e os 45 kg. Para avaliar a gravidade das dentadas, os pesquisadores reviram
15 anos de casos de traumas faciais relacionados com cães no Nationwide
Children's Hospital e na University of Virginia Health System, analisando o
tamanho da ferida, a ruptura dos tecidos, as fracturas ósseas e outras lesões
graves que justificassem a consulta por um trauma facial de um cirurgião
reconstrutor, criando em simultâneo uma escala de gravidade dos danos.
Os pesquisadores realizaram
também uma extensa pesquisa bibliográfica, de 1970 até à presente data (as
meta-análises estão na moda), em artigos sobre ataques caninos que relatavam a raça
dos agressores para se determinar a propensão de determinada raça para atacar,
combinando depois os dados do hospital para determinar o risco relativo de
morder de uma raça e os danos no tecido intermédio por ela causados.
Estima-se que existam nos
Estados Unidos 83 milhões de cães com dono e este número continua em ascensão.
Tendo disso conhecimento, os autores do estudo pretenderam ajudar as famílias
na escolha do cão certo para as crianças (de acordo com os Centros para o Controle
e Prevenção de Doenças, 4,7 milhões de pessoas nos Estados Unidos são mordidas
por cães anualmente e 20% dessas vítimas precisam de assistência médica para as
suas feridas. Aqueles que necessitam de tratamento após serem mordidos por cães
são predominantemente crianças com idades compreendidas entre 5 e 9 anos).
Depois de adiantarem que
as crianças pequenas são mais vulneráveis e sujeitas a ser mordidas por cães ao
não se aperceberem da subtil mímica canina, os médicos deste estudo
esclareceram que as circunstâncias que levam um cão a morder são várias e podem
resultar do comportamento da raça canina em questão, do comportamento da
vítima, dos pais e do dono do cão. MEGHAN
HERRON (na foto abaixo), professora associada de
serviços clínico-veterinários da Faculdade de Medicina Veterinária do Estado de
Ohio, completou ainda: “As crianças imitam os pais… Seja um exemplo para o seu
filho e evite interacções conflituosas ou arriscadas que possam desencadear um
medo ou uma resposta de agressão por medo se a criança o imitar, o que inclui
severas repreensões, agressões, o empurrar de móveis e o confisco de algum
pertence do cão à força”.
A professora atrás
mencionada adianta os seguintes conselhos: 1º_ Como a maioria dos ataques sobre
crianças ocorre quando o cão está em repouso e a criança se aproxima, tente encontrar
e encorajar locais de descanso longe dos lugares onde as crianças correm e
brincam; 2º _ Muitos ataques a crianças ocorrem mesmo quando um adulto está na
mesma sala. Se você não puder dedicar sua atenção às interacções entre o cão e a
criança, é melhor criar uma barreira física entre eles, como um portão de bebé
ou uma box para o cão. Este procedimento é de extrema importância para as crianças
com comportamentos mais erráticos, imprevisíveis ou assustadores para um cão;
3º _ Ensine as crianças a não
importunarem os cães em repouso e a não invadirem ficarem as boxes dos cães, camas
e outros locais de descanso atribuídos ao cão. Se o lugar favorito do cão for
no sofá, coloque uma toalha ou um cobertor em baixo para delinear claramente o
espaço do cão em relação ao espaço da criança; 4º _ As crianças não devem
abordar, tocar ou interagir com os cães quando eles estiverem a comer. Forneça
áreas tranquilas e separadas para os cães comerem longe dos espaços onde as
crianças correm e brincam. Toda a casta de biscoitos e guloseimas a distribuir
a um cão só deverão ser entregues em áreas separadas dos locais de brincadeira
das crianças ou na sua ausência; 5º _ Ensine as crianças a pedir ajuda a um
adulto quando o cão levar um de seus brinquedos ou lanche. As crianças nunca
deverão tentar recuperar esses itens por conta própria.
Como se pode comprovar o
presente estudo vale mais do ponto de vista pedagógico do que do científico.
Lamentavelmente até os docentes são obrigados a dizer que estão vivos, porque
doutro modo serão esquecidos!
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