A temperatura no Sábado
ultrapassou os 30º graus celsius durante o dia. Diante de tanto calor e
importunados pelo sol, decidimos treinar à sombra, num parque urbano repleto de
desafios para os binómios em instrução. Na foto acima podemos ver a
Pétia a conduzir o CPA Bjorn sobre uma superfície estreita e redonda, para
aumentar a autonomia condicionada do cachorro, melhorar-lhe o equilíbrio,
tirar-lhe o medo das alturas e levá-lo a segui-la por toda a parte sem oferecer
resistência. Neste parque, por exigência técnica ou estética, viemos a
descobrir algo parecido com uma passerelle de linhas. Na foto seguinte vemos a
Maria a vencê-la com o CPA Blaze, onde vale a pena reparar no carinho e no acerto
das indicações da condutora para o cão (esta é a nossa Maria!).
Das duas cadelas Doberman
oriundas da Federação Russa, a “Russa” é que necessita de mais apoio e amparo,
porque nasceu diferente da sua irmã e mostra-se sempre mais receosa. Pouco a
pouco, com a paciência e a constância necessárias, a Svetlana está a conseguir
elevar a cachorra para patamares mais elevados do que aqueles que alcançaria
naturalmente, verdade que é testemunhada pela foto que se segue.
O Aníbal tem um grande cão
e o cão necessita de um grande dono, porque o CPA é um atleta de mão-cheia,
voluntarioso e valente que espera o despertar do dono para evidenciar todas as
suas mais-valias. Na foto seguinte é possível vê-los a vencer o topo do muro
com a maior descontracção deste mundo.
Como todos sabemos a
manha não tem origem genética, tende a afectar com maior frequência os cães
mimados logo na adolescência e manifesta-se invariavelmente através do
ensurdecimento e da desobediência, manifestações que tanto podem ser explícitas
como dissimuladas, dependendo isso do perfil psicológico de cada cachorro. No
caso do cachorro CPA Bjorn, a dissimulação deu lugar à resistência física desde
que atingiu a maturidade sexual, tirando partido do seu peso e robustez. Como
os cães manhosos são de pouco préstimo, está a ser exigido ao Bjorn maior
disponibilidade e acerto – uma obediência inequívoca e incondicional dentro dos
limites considerados razoáveis. O que acabámos de dizer pode ser compreendido
através da comparação da 1ª foto deste artigo e a seguinte.
Por enquanto e entre nós,
quando um exercício é mais exigente do ponto de vista técnico-atlético, a
escolha sempre recai sobre o CPA Bohr, um lobeiro que avança para os desafios
sem pestanejar, resolvendo-os com acerto independentemente do seu grau de
dificuldade (um reprodutor que aconselhamos). Ao Afonso exigimos muito porque é
jovem, elástico e um condutor inato. Passámos-lhe o Bohr para as mãos e
convidámo-los a saltar uma vala.
Vencidos o muro, a
passerelle de linhas e a vala, passámos para a aplicação dos comandos de “à
frente” e “atrás” valendo-nos dos parapeitos de uma escadaria íngreme, onde
mais uma vez a juventude do Afonso deu cartas, conduzindo agora a Doberman
Lupa.
Em matéria de força a
Doberman Russa não apresenta nenhum deficit, mais-valia que a leva a executar
os dois comandos com alegria, decisão e confiança, pormenores que muito agradam
à Svetlana.
O CPA Bjorn, um colosso de
força e agilidade, por tudo o que atrás se disse, precisa de fazer muitas vezes o “à frente” para aumentar a sua determinação e velocidade de execução.
Fez o “atrás” de modo
irrepreensível, muito embora não seja difícil travar quem não é dado a grandes
explosões.
A Doberman Lupa é um
verdadeiro furacão, porque nada teme e tudo enfrenta, arrancando determinada
para o que der e vier sem medir as consequências, pelo que o seu controlo tem
que ser levado a sério, considerando a sua salvaguarda e o dolo que possa
causar. O Afonso entendeu-se bem com ela e conseguiu extrair-lhe o “atrás” sem
maiores dificuldades.
Também o Aníbal conseguiu
condicionar o CPA Max no “atrás”, muito embora o cachorro necessite mais de
aceleração do que de travamento, mercê da sua idade, comportamento e propensão
– o Max nasceu para ser campeão!
Quem tem a sorte de
conduzir o CPA Blaze sabe o que é “passear na avenida” durante o treino, porque
o pastor negro é extraordinariamente concentrado e obediente, zeloso de quem o
conduz e sempre pronto a agradar. No Sábado o "passeio" calhou à Maria.
Atrasado como é seu
apanágio e com o cabelo a indiciar noites alvoraçadas, o Zé Maria entrou com a
CPA Mel já no período do trabalho específico, quando importava fazer “atrás” e
“à frente” numa escada em caracol. Desenrascou-se do jeito que pôde e desta vez
já trouxe a Mel mais ou menos escovada (a CPA está na muda do pêlo).
O CPA Max portou-se à
altura na escada em caracol, subindo-a e descendo-a descontraído e confiante
como se evoluísse em terreno liso. O seu condutor ouviu as explicações técnicas,
compreendeu-as e executou-as irrepreensivelmente.
A imagem seguinte solicita
uma pergunta: quanto vale um cão que induz o dono ao exercício físico? Desta
vez o CPA arrancou e a condutora viu-se obrigada a recuperar do seu atraso em
relação ao cão.
Na iniciação às verticais
cruas (as que apresentam apenas uma vara horizontal de transposição), devido à
confusão que causam nos cães, à possibilidade de insucesso e as possíveis
lesões dele resultantes, é de todo conveniente melhorar a sinalização da área a
transpor. Geralmente usamos um pano, uma t-shirt ou um casaco para o efeito e
foi isso que fizemos (o casaco do fato de treino é do Aníbal). Fez a introdução
do CPA Max quem se encontrava mais habilitado para o fazer.
Depois chegou a vez do
dono, ainda com o tecido posto para sinalizar a área de transposição e tudo
correu conforme o esperado, saltando o cão com relativa folga.
Finalmente o cão foi
convidado a fazer o salto limpo nas mãos do seu condutor habitual e não houve
qualquer atropelo ou dificuldade. No nosso entender, como já atrás dissemos os
saltos das verticais cruas, na sua iniciação e para maior segurança e sucesso,
devem obedecer a 3 etapas: 1ª _ O adestrador leva o cão a saltar a vertical
parcialmente coberta por um pano; 2ª _ O condutor habitual do cão é convidado a
fazer o mesmo; 3ª _ O cão é convidado para saltar a vertical crua a mando do seu
condutor.
Todos os cães em classe
saltaram a vertical crua de 80 cm de forma satisfatória, incluindo os mais
novos, como foi o caso do CPA Bjorn.
A Doberman Russa, ao fazer
a chamada correcta e ter ganho a elevação necessária, passou folgada aquela
vertical crua, sucesso que ficou também a dever-se ao acerto da sua condutora
habitual.
Também a CPA Mel logrou
ultrapassar esta barreira, apesar de isenta muitas vezes do período destinado
ao aquecimento e à recapitulação, responsabilidade do seu dono que é pródigo em
se atrasar. Daqui apelamos ao José Maria que seja mais pontual para melhor poder valer à sua fiel amiga.
Considerando que a maioria
destes cães é urbana, importa que se acostumem a andar sobre grades de ferro,
muitas vezes presentes nas nossas calçadas e jardins. Aproveitando a cobertura
de um poço com este material, convidámos os binómios a passar por cima dele.
O Luis Carvalho sempre
está de piquete e é chamado, quando necessário, para conduzir o CPA Bjorn em
substituição da Pétia.
Participaram nos trabalhos
os seguintes binómios: Afonso/Bohr; Afonso/Lupa; Aníbal/Max; José Maria/Mel;
Luis Carvalho/Bjorn; Maria/Blaze; Paulo/Bohr; Pétia/Bjorn e Svetlana/Russa. O
Fotógrafo de serviço foi o Paulinho Jorge, sentimos a ausência da Carla e lembrámo-nos do Tomás e do seu excelente Rottweiler.
Para a semana estaremos de
volta com novos exercícios e desafios, num ecossistema diferente e com outras
exigências. Boa semana de trabalho!
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