sexta-feira, 3 de maio de 2019

OS CARROS DO LOURENÇO SAÍRAM NO 1º DE MAIO

Com um 1º de Maio a cheirar a Agosto, quente em demasia e com o sol sempre a brilhar, aproveitámos o Dia do Trabalhador para trabalharmos afincadamente e começámos cedo, na paz de um condomínio fechado, de caras para a planície alentejana, onde ainda sobrevive um velho castelo muito descaracterizado. Os carros que saíram à rua e vieram em nosso auxílio foram os do Gonçalo Leitão, que usados extraordinariamente para outros fins, valeram-nos com obstáculos. Na foto acima podemos ver o CPA Bohr a transpor um obstáculo misto (com materiais e pessoas). Apesar de não ser visível, o Bohr foi conduzido pela Carla Leitão, que anteontem esteve inexcedível (parabéns). Carla que respondeu à chamada e fez-se presente com a Bull Terrier Maggie, conforme atesta a foto seguinte.
Na maioria das nossas sessões de treino, como recapitulação e reavivamento, procedemos à execução dos comandos de “junto”, “quieto” e “aqui" pelo tempo julgado conveniente e de modo a não saturar os cães. Assim procedemos mais uma vez, até porque ainda temos cães que manifestam alguma dificuldade na assimilação destes automatismos.
Surpreendentemente, as Doberman que sempre abandonavam as figuras de travamento e punham-se em fuga, conseguiram abraçar o comando de “quieto” e a classe ganhou com isso a serenidade que tanta precisa para ir adiante.
Como o calor apertava e os binómios ainda tinham pela frente a ginástica cinotécnica, o Adestrador viu-se obrigado a regar o recinto de instrução para que a temperatura ao seu redor baixasse e fosse melhor tolerado pelos cães. Entretanto recebemos duas visitas, por sinal duas senhoras: a Ana e a Jessy, a primeira é a esposa do Aníbal e a segunda a última paixão do José Maria. Ambas participaram nos trabalhos, a Ana com o CPA Max e Jessy com os CPA’s Mel e Bohr. Na foto que se segue vemos a Ana em primeiro plano e logo atrás a Jessy.
Terminado o período destinado à obediência, improvisámos uma pista de obstáculos com as “viaturas do Benjamim dos Leitões, que como sempre nunca pára e não sabe estar calado. Todos os binómios ultrapassaram com galhardia e denodo os obstáculos que tiveram pela frente, dando a azo a fotos dignas de postal. Apesar da novidade da tarefa, a Ana esteve à altura dos acontecimentos, marcando com rigor os tempos presentes nos saltos. Vemo-la em seguida a ultrapassar um obstáculo de aquecimento com o Max, que o executou tecnicamente perfeito.
A Svetlana continua em boa forma física e como tal capaz de transmitir alegria e ânimo aos cães que conduz. Na foto abaixo, o forte incentivo verbal que dispensa à Doberman Russa é por demais visível (seria impossível não reparar).
Como é seu apanágio, o José Maria chegou mais uma vez atrasado (diz-se que trabalha muito fora de horas) e a CPA Mel, que tanto gosta do treino e de estar com o dono, vê injustamente encurtado o seu tempo de cumplicidade com ele. Na foto seguinte vemos o José Maria a conduzir uma das Doberman, com a trela sobre os ombros, trabalho em que é secundado pela Carla.
Em rota ascendente continua o CPA Max, que evolui no treino a cada dia que passa, muito por mérito do querer e da disponibilidade do Aníbal, um condutor que observa os procedimentos, recapitula o que aprende e é que extremamente dedicado ao cão que o acompanha. Na foto seguinte vemos este binómio a executar e bem um salto em extensão.
Também a Jessy “teve que dar corda aos sapatos”, porque o Bohr nasceu para saltar e não gosta que o atrapalhem. Do ponto de vista atlético e até do técnico nada há a apontar à Jessy, outra coisa não seria de esperar, porque o cão está ensinado e só se tem 25 anos uma vez na vida!
Na foto seguinte, com a Carla em primeiro plano a conduzir o CPA Bohr, é fácil reparar no saltinho que a condutora dá no segundo momento do salto, o “salto das azémolas” como é conhecido na gíria, despropósito que geralmente produz o atraso dos condutores no 3º momento do salto, que deverão adiantar-se em relação ao cão e antes de tocar com as mãos no cão, para que mais depressa distribua o seu peso corporal sobre os dois pares de membros (aprende Carlinha, pois dizem que nunca é tarde para aprender!)
Mas justiça lhe seja feita, pois foi a que mais correu e se sacrificou, sendo “voluntariamente” obrigada a ir a todas. Com dois carros encavalitados pela frente, que constituíam uma barreira de 120cm de altura, a Carla partiu decidida e conseguiu que o Bohr ultrapassasse com facilidade aquela vertical sem lhe tocar.
Para mostrar à Maria que não corria qualquer risco em ficar dentro do jeep a saltar, o Adestrador pôs o Bohr a saltar sobre ambos para serenar a menina que parece haver nascido para os cães (adoramos tê-la entre nós, mas desejamos-lhe um futuro mais risonho).
Como é nosso hábito, quando na presença de classes mais jovens, efectuámos uma vertical humana, servindo-nos da Jessy e Ana como balizas e da Maria como fasquia. A Carla foi mais uma vez chamada para conduzir o Bohr.
Profundamente empenhados na plena sociabilização do CPA Max, terminámos a aula matinal com um túnel humano, onde é possível ver todas as senhoras que se fizeram presentes.
Apesar de termos ido almoçar para lá das 14 horas, às 16 já estávamos a embarcar para um novo ecossistema e para outra sessão de treino, onde inesperadamente acabámos por convidar três senhoras para participarem nos nossos trabalhos, gente da ternura dos 40 e picos que havia ido almoçar para debaixo dos pinheiros. Na foto seguinte vemos a primeira das convidadas, alegre e descontraída na frente da coluna escolar.
Depois veio a segunda convidada, também ela bem-disposta e de fácil integração, cabendo-lhe em sorte uma Doberman e tendo a Maria como madrinha escolar.
E como não há duas sem três, uma terceira chegou, descontraída e debaixo do mesmo espírito (é a que usa óculos, conduz um Pastor Alemão preto-afogueado (Max), tem saias compridas e um blusão de ganga.
De um momento para o outro a Escola parecia estar no meio de um arraial saloio. Volvidos alguns momentos, as senhoras tiveram que se ir embora, porque iam para o Porto e ainda tinham 300km pela frente.
Depois do aquecimento efectuado no Círculo de 36m convidámos todos os binómios a ultrapassar um muro de 1,5 metros, obstáculo que hoje é para nós de mera manutenção. A Jessy sentiu algumas dificuldades em fazer o muro com a CPA Mel, mais por falta de prática do que por outro motivo. Contudo, conseguiu levar aquele muro de vencida.
Na foto que se segue é visível o esforço da Andreia na ajuda à Russa durante a execução do muro. Ambas saíram vitoriosas e nada há que apontar-lhes.
O CPA Bohr “explicou” para a Maria como se faz um muro e a menina parece ter aprendido a lição. A ligação que esta menina tem com os animais é impressionante e isso acaba por facilitar-lhe a sua interacção com eles.
Com o muro aprovado, chegou a vez de uma vertical crua, tirada a partir duma corda estendida e elevada do solo 60cm. Todos os cães a ultrapassaram com relativa facilidade. Na foto abaixo vemos a participação do binómio Aníbal/Max.
Com os objectivos da ginástica cumpridos, passámos à disciplina guarda, onde começámos por despertar a CPA Mel para o ofício guardião, valendo-nos da disponibilidade e desejo da Andreia, que mais uma vez foi cobaia.
Após isto procedemos a técnicas para a defesa de ataques caninos, com especial incidência sobre a Jessy, que saiu dali ilesa apesar de não ter ganho para o susto, particularmente quando uma das Doberman lhe rasgou as calças.
Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: Ana/Max; Aníbal/Max; Andreia/Russa; Carla/Bohr; Carla/Maggie; Jessy/ Bohr; Jessy/Mel; João/Lupa; José Maria/Mel; Paulo/Bohr e Svetlana/Russa. O fotógrafo foi o Paulo Jorge e acabámos os trabalhos perto das 20 horas.
Amanhã teremos pela frente outro dia de trabalho, esperamos não ter que enfrentar altas temperaturas e logo daremos notícia daquilo que empreendermos.

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