quinta-feira, 9 de maio de 2019

DETECTAR FORMIGAS INVASORAS PARA PROTEGER A BIODIVERSIDADE

Para quem se dedica à pesquisa animal, à veterinária, à etologia e ao adestramento, há dois locais na Áustria de visita obrigatória: o WOLF SCIENCE CENTRE (WSC) em Ernstbrunn/ Korneuburg e o ISC ÁUSTRIA (Instituto de Ciência e Tecnologia) em Maria Gugging/Klosterneuburg.
No Campus deste último 3 cães (Nala, Mia e Django) foram treinados para farejar uma formiga invasora em particular, a Lasius Neglectus), que ao longo de duas décadas tem invadido os jardins europeus, confundindo-se frequentemente com a nativa formiga negra (Lasius Niger). Apesar de parecidas, estas formigas têm um odor diferente, diferença que não escapa aos cães detectores de espécies, nascendo assim o “PROJECTO ESPÉCIE BEAGLE DA SUIÇA” como modo alternativo para detectar espécies invasoras.
Depois de 3 semanas exaustivas de treino, os cães acabaram por fazer um óptimo trabalho e são motivo de orgulho do Instituto que os formou. Para a capacitação destes animais foi necessário experimentar diferentes abordagens de treino e novas opções de apresentação de odores. A colaboração com os membros do grupo de pesquisa liderado pela Professora Sylvia Cremer (na foto abaixo) do IST Áustria foi de grande importância para o sucesso do trabalho canino. Foi necessário alguma flexibilidade quanto às peculiaridades e estratégias de aprendizagem dos indivíduos caninos, uma vez que as diferentes etapas aconteceram em momentos diferentes, nada que impedisse a detecção das formigas invasoras, uma vez que os experimentos iniciais produziram resultados promissores.
Para quem não sabe adianta-se que as formigas invasoras formam super colónias, usando o habitat com muito mais eficiência do que as espécies nativas, deslocando não só outras formigas como também grande número de espécies de insectos, o que compromete e está a diminuir de sobremaneira a biodiversidade. Como estas formigas vivem normalmente junto de habitações e jardins, perto das pessoas, elas invadem massivamente estes locais, carregando também consigo pulgões susceptíveis de prejudicar as plantas. A detecção destas formigas nos seus estágios iniciais pode reverter-se futuramente numa excelente ajuda e esse papel caberá também aos cães.

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