PREÂMBULO: A foto acima
não pretende fomentar a discussão entre franceses e alemães acerca da origem do
Caniche, nem tampouco dar razão a uns ou a outros, somente exaltar o Caniche
miniatura como um excepcional e inteligente cão de companhia.
O que é que se passou na
França em 2018 para que a cada 20 minutos um cão tenha sido declarado perdido e
um gato a cada 10? Os números são da empresa que gere o I-CAD
(Arquivo de Identificação de Carnívoros Domésticos) que os adiantou ontem. Segundo
a mesma fonte, no ano transacto foram declarados perdidos 78.957 animais
domésticos (51.871 gatos, 26.953 cães e 104 furões), mais 15% do que em 2017. O
pódio das três raças caninas mais perdidas ficou assim ordenado: 1º_ Retriever
do Labrador; 2º_ Jack Russel e 3º_ Pastor Alemão. O Gato Europeu foi o que mais
desapareceu e foi seguido pelo Maine Coon e pelo Persa.
Ao que tudo indica o
problema passa pela identificação dos animais, porque só ela permite o confisco
e o rápido contacto com os donos, já que a sua inexistência coloca os animais
fugitivos na rota da adopção. O mesmo organismo aponta com soluções para este
grave problema a tatuagem e o microchip. Mesmo assim, em 2018 foram devolvidos
aos donos 17.116 gatos (+21% que em 2017) e 14.527 cães (mais 8% no mesmo
período).
Independentemente da existência
de identificação ou não, estes números são avassaladores e inusuais
considerando as raças ali mais fugitivas, que na maior parte do mundo não entram
em rankings destes, como é o caso do Labrador e do Pastor Alemão, raças que são
reconhecidas como verdadeiras sombras dos donos. Das duas, uma: ou os franceses
não dão a necessária atenção aos seus cães ou então estão minados de ladrões.
Um cão sem identificação é um perigo para a população em geral, porque não se
sabendo a quem pertence, poderá vir a ser usado como cão-bomba e participar noutras
actividades terroristas, para além de poder vir a ser hospedeiro de drogas e de
diamantes ilegais. Os franceses têm todas as razões e mais uma para ter os seus
cães devidamente identificados e, se não o fizerem, estarão a colocar em risco
a sua segurança e a do país, o que mais agravará a crise económica que por lá
grassa. Apetece-me dizer que ser um bom francês é proceder também à identificação do
seu cão!
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