sexta-feira, 31 de maio de 2019

CUIDADO COM AS BRIGAS, QUE OS CÃES GOSTAM DE ENTRAR NELAS!

No passado dia 22, na cidade francesa de Grasse, situada nos Alpes Marítimos da Riviera Francesa, um menino de 3 anos de idade foi mordido por um cão 56 vezes, foi encaminhado para o Hospital Infantil de Nice e afortunadamente não se encontra em risco de vida. De acordo com o jornal regional Nice-Matin, tudo começou quando o pai da criança e o dono de um cão se envolveram num confronto físico acalorado pelo álcool, briga que levou o bebé a chorar e a ser mordido pelo cão 56 vezes. Os homens ficaram sob custódia, foram posteriormente soltos e intimados a comparecer diante do Tribunal Criminal de Grasse.
Esta notícia, de certa forma insólita, serve para lembrar aos nossos amigos, alunos e leitores que não devem envolver-se em discussões acaloradas e/ou em lutas na presença dos cães, não vão eles querer também participar nelas, o que é algo que acontece com alguma frequência, mesmo quando esses confrontos acontecem dentro de casa. Se eu tenho um cão ensinado para defesa pessoal ou para guarda, a probabilidade disso acontecer aumenta e o dolo causado será substancialmente maior. Nos confrontos familiares, o cão nem sempre toma a defesa do seu mestre e pode tomar partido pelos mais fracos, membros do seu grupo que adora e que protegerá até às últimas consequências. Assim, evite discutir na presença do seu cão, porque ao fazê-lo está desautorizar-se ou a desautorizar outrem, despromoção que os cães valentes sempre aproveitam para se autopromoverem e que lança os fracos na pior das confusões.  

QUEM TE MANDA A TI, SAPATEIRA, TOCAR RABECÃO?

Anteontem, Quarta-feira, por razões ainda por esclarecer, uma mulher foi ferida durante a noite quando tentava separar dois cães que lutavam em frente de um restaurante em Vigan, uma vila a Oeste de Gard, na Occitânia, no Sul de França. Segundo o jornal regional Midi Libre, a voluntariosa senhora acabou mordida por um dos cães e com um dedo decepado ao nível da falange, o que a obrigou a ser transportada para o hospital em Montpellier. Entretanto, a polícia abriu um inquérito para tentar esclarecer as circunstâncias do incidente.
Gente com o mesmo impulso, desconhecimento e castigo não falta por cá, o que verdadeiramente se lamenta. E a regra é esta: se não sabe ou não é capaz de separar em segurança dois cães envolvidos numa luta, então não corra a separá-los, para seu bem e até dos animais, já que pode aumentar a vulnerabilidade do mais fraco pelo abandono da defesa. Hoje mais do que nunca e enquanto é tempo, importa ensinar aos proprietários caninos como separar dois cães briguentos em segurança, tarefa que exige conhecimento e experiência. Este ensino tem sido transmitido até à presente data por um par de escolas caninas, quando na verdade caberia às autarquias fazê-lo, as mesmas que cobram as licenças. É evidente que estamos a falar de métodos, técnicas e até de utensílios que estendemos a quem nos procurar.

DELTA AIRLINES: OS CÃES OUTRA VEZ!

Depois de ter sido fustigada por grande número de animais de falso apoio emocional, que a obrigou a alterar as suas regras, a companhia de aviação norte-americana DELTA AIRLINES vê-se agora processada por negligência por um passageiro que supostamente foi atacado por um cão de apoio emocional num voo em 2017 e que se encontrava sentado junto a uma janela num voo entre Atlanta e San Diego. Marlin Jackson, assim se chama o lesado e segundo reza o processo, foi atacado repentinamente por um cão grande doutro passageiro, que lhe mordeu a cara e prendeu-a contra a janela do avião. O mesmo Jackson diz que o cão mordeu-o várias vezes, fazendo com sangrasse “tão profusamente que toda a fileira de assentos teve que ser removida do avião". Em síntese, este cavalheiro diz que sofreu ferimentos no rosto e na parte superior do corpo que o levaram ser suturado com 28 pontos e que o deixaram com cicatrizes permanentes, também que perdeu sensibilidade em algumas áreas do rosto e que se viu afectado por “dor física e sofrimentos severos”, para além de angústia emocional e mental, contribuindo tudo para a alteração do seu estilo de vida, exigindo agora uma indemnização com um montante não especificado. Sabe-se que o proprietário do cão envolvido foi também nomeado como autor no processo.
A Delta Airlines disse à ABC News que não poderia comentar as acusações porque o litígio ainda está pendente, mas dividiu com os media detalhes sobre sua política relativa aos animais a bordo: “Em 2018, a Delta reforçou as suas políticas de animais de apoio emocional, exigindo um formulário de 'confirmação do treino dos animais', bem como outra documentação oficial”  e que “também proibiu a entrada nos seus aviões a pit bulls e a animais com menos de quatro meses de idade designados como animais de apoio emocional… Essas actualizações das políticas reforçam o valor central da Delta – o de colocar sempre a segurança em primeiro lugar".
É bem possível que o Sr. Jackson (na foto seguinte) seja um cinófobo, mas ainda que o seja, não terá direito a viajar de avião por causa disso? Todos sabemos e os adestradores em particular, da relação pouco amistosa que alguns cães mantêm com gente de origem africana (há que dizê-lo), como é também sabido que grande número de negros não se sente confortável diante de cães. Perante estes factos e a ser verdade o que consta no processo, o cão agressor ou não foi convenientemente treinado ou não chegou sequer a sê-lo, porque cão de apoio emocional a atacar quem quer que seja cheira a esturro!
Mais cedo ou mais tarde, porque cada vez serão mais os cães a viajar de avião, as companhias aéreas terão que consultar o parecer de quem não ouviram neste processo - os passageiros que não gostam de cães, por não gostarem deles, sentirem-se incomodados ou simplesmente por temê-los. Neste momento vai tudo à molhada num “Fungagá da Bicharada”, mas com o aumento do número de cães e de outros animais que por aí vai, não me custa acreditar que no futuro uma nova divisão aconteça dentro dos aviões: numa ponta “passageiros sem animais” e na outra “com animais”, porque doutro modo dificilmente as companhias aéreas deixarão de ser processadas.

NÓS POR CÁ: GUTERRES SOMA E SEGUE

ANTÓNIO GUTERRES, Secretário-Geral da ONU, recebeu ontem o INTERNATIONALER KARLSPREIS ZU AACHEN (Prémio Internacional Carlos Magno), galardão entregue anualmente pela cidade de Aachen, na Alemanha, a figuras de destaque e mérito no contributo para a União Europeia. No seu discurso Guterres apelou a uma Europa forte e unida e defendeu o modelo europeu de sociedade, baseado no pluralismo, na tolerância e no diálogo, insistindo em simultâneo na necessidade imperiosa de uma agenda multilateral nestes tempos de grande ansiedade e desordem geopolítica. Adiantou ainda que a União Europeia tem uma responsabilidade acrescida na sua defesa, até por ser pioneira, mas também por ser um posto avançado do multilateralismo e um primado do direito, valores que segundo ele estão a ser cada vez mais postos em causa nos dias de hoje. Mais uma menção honrosa para um pequeno homem reconhecidamente empenhado no bem-estar global, sendo caso para se dizer: GUTERRES SOMA E SEGUE!    

RANKING SEMANAL DOS TEXTOS MAIS LIDOS

O Ranking semanal dos textos mais lidos obedeceu à seguinte preferência:
1º _ OS FALSOS PASTORES ALEMÃES, editado em 24/02/2015
2º _ HÍBRIDO DE CHOW-CHOW/PASTOR ALEMÃO: MÁQUINA OU DESASTRE?, editado em 11/05/2016
3º _ ACROBACIAS URBANAS, editado em 27/05/2019
4º _ CADERNO DE ENSINO: XXV. O "JUNTO INSTANTÂNEO", editado em 13/08/2010
5º _ MAX, BLAZE & CO., LTD, editado em 29/05/2019
6º _ O ESPANTO DO BRUNO, editado em 09/06/2010
7º _ EIS O SILVER E O MONET!, editado em 29/05/2019
8º _ ASSENTAR A 2ª PEDRA BASILAR, editado em 30/05/2019
9º _ HÁ MULHERES EM PLAUE QUE NÃO SÃO PARA BRINCADEIRAS, editado em 24/05/2019
10º _ QUAL SERIA A RAÇA DO “CÃO DOS BASKERVILLE”?, editado em 14/04/2016

TOP 10 SEMANAL DE LEITORES POR PAÍS

O TOP 10 semanal de leitores por país ficou assim ordenado:
1º Portugal, 2º Brasil, 3º Estados Unidos, 4º Reino Unido, 5º Alemanha, 6º Ucrânia, 7º Rússia, 8º Irlanda, 9º Espanha e 10º Região Desconhecida.

O CASO DO DOBERMAN DE HAIMHAUSEN /DACHAU

Os fugitivos à verdade e adeptos do susto e do terror, que gostam de dizer que o Doberman com o passar da idade vê o seu cérebro estrangulado pela estrutura do crânio e que por causa disso acaba por atacar os seus donos, têm neste incidente matéria mais do que suficiente para engrossar as suas fábulas. No Município de Haimhausen, Distrito de Dachau, na Baviera/Alemanha, na tarde de Domingo passado, um Doberman chamado Ajax, com 10 anos de idade, atacou um casal de sexagenários a quem pertencia, deixando homem e mulher em muito mau estado. Valeu-lhes na ocasião um vizinho, Herbert Ziller, que apesar dos seus 81 anos de idade, conseguiu cessar os ataques daquele cão com o tubo de um aspirador, dando-lhe uma valente mocada na cabeça. Apesar do pedido de ajuda do avô, proprietário e também vítima daquele cão, o seu neto de 29 anos negou-se a prestar auxílio, adiantando que não ia lá porque o cão podia matá-los, apesar da sua avó estar a ser violentamente mordida e encontrar-se em risco de vida (um verdadeiro valente!). O Doberman, que viria a ser abatido e que foi considerado por um expert como uma “bomba-relógio”, vivia com os donos desde sempre e também com a sua mãe, que veio a falecer no passado mês de Janeiro com 12 anos de idade.
Chamado a pronunciar-se sobre o ocorrido pelo jornal bávaro “Merkur”, Walter Kreipl (na foto abaixo), experimentado treinador de cães que em 1998 foi reconhecido pelo Governo da Alta Baviera como especialista em comportamento canino, agressividade e perigo para os seres humanos e outros animais, começou por dizer que os Dobermans não se encontram na lista dos cães perigosos porque recentemente têm criados mais “humanos”. Quando inquirido a pronunciar-se sobre o incidente, disse que como não conhecia o cão, só poderia adiantar um diagnóstico remoto, não se escusando a dizer que os Dobermans são personagens difíceis, simultaneamente muito ágeis e rapidamente sobrecarregados de nervos, razões que levam muitos a tratá-los como “puros-sangues entre os cães”. Para este especialista o ataque resultou da ausência de submissão do cão em relação à família, o que o levou a considerar-se o chefe do bando, “ele não queria atacar a sua dona que estava a trabalhar no jardim, mas corrigi-la. Quando o marido veio em auxílio da senhora, o cão viu isso como um desrespeito ainda maior e a situação complicou-se”.
Para Kreipl o sucedido não aconteceu porque o cão era racialmente agressivo, mas por não se encontrar correctamente educado, não demonstrando respeito pelos donos e comportando-se totalmente desenfreado, mostrando assim nunca se ter integrado naquele lar. Quando o jornalista lhe perguntou como seria possível um cão viver 10 anos com uma família e não se integrar nela, o expert adiantou que isso geralmente acontece quando numa casa vivem dois cães juntos e o mais velho morre subitamente. Neste caso a falecida cadela era o animal principal e reconhecia os seus donos como mestres. O seu filho não passou pela mesma educação, orientando-se apenas pelo comportamento da mãe. Quando ela morreu, o cão ficou desnorteado, mostrou-se inseguro, ladrava em demasia e encontrava-se stressado. E foi justamente nesta circunstância de estímulo extremo que reagiu contra quem invadiu o seu território – o jardim. Esta é a razão por detrás do ataque. Quando o jornalista lhe perguntou se foram os donos os culpados da desgraça, Kreipl disse: “Basicamente sim. Os proprietários são certamente pessoas amantes de animais e de boa índole que deram tudo para os seus cães. Só não fizeram uma coisa: integrar o cão mais novo”.
Kreipl concordou com a eliminação do cão, uma vez que no seu entender a reeducação do Doberman seria muito difícil e só possível por um especialista viável, o que não evitaria que o cão permanecesse como uma bomba-relógio. Na perspectiva deste senhor cinco coisas contribuíram para o ataque do cão, vamos descrevê-las pela ordem da sua importância: 1ª Ausência de educação do Doberman; 2ª _ Desprezo pela liderança humana; 3ª _ Alteração do viver social do cão pelo desaparecimento da mãe; 4ª - Apego à territorialidade pela perca do líder e 5ª _ Problemas psicológicos oriundos da formação da raça ainda por resolver, como a carga nervosa e o stresse. A nosso ver, Walter Kreipl fez um excelente diagnóstico e soube salvaguardar-se de algumas inexactidões por não ter privado com o cão.
Este caso, acontecido no Domingo em Haimhausen, levanta velhas questões e contradiz certos mitos agora muito em voga, porque relança a necessidade de subordinação de todos os cães (educação e treino); demonstra que a agressividade canina nem sempre surge como resposta à violência ou à instigação dos cães; evidencia o problema de se ter dentro de casa uma matilha animal onde a liderança humana é omissa; destaca a importância do sentimento territorial canino, manifesto na defesa do território, que é suficiente para alterar o comportamento dos cães e levá-los à insubordinação; desnuda que ainda há muito a fazer para eliminar defeitos perpetuados em algumas raças, por força do desequilíbrio dos impulsos herdados de que foram alvo, que mais considerou os impulsos ao poder e à luta em detrimento do inescusável ao conhecimento que viabiliza a parceria homem-cão. Por outro lado, ficou claro que os cães não podem ser tratados de igual para igual, porque socialmente sobrevivem pela hierarquia que sustenta as matilhas, o seu funcionamento e boa ordem. Um cão em pé de igualdade com o dono e liberto de toda e qualquer obrigação, é um indivíduo que virá a impor regras por não lhe terem sido impostas nenhumas, um verdadeiro disparate que pode revelar-se altamente perigoso.  

quinta-feira, 30 de maio de 2019

ASSENTAR A 2ª PEDRA BASILAR

Consideramos como pedras basilares da disciplina de obediência canina os comandos de “junto” e de “aqui”. Apostados em instalar o “aqui” incondicional no CPA Max, levámo-lo para o meio de um jardim muito frequentado, no centro de uma avenida e rodeado de estradas sempre concorridas, onde não falta toda a casta de cães e gente de todas as idades, de diferente apresentação e comportamento.
Por precaução deixámos a trela no cão, para que de alguma forma se sentisse preso; não ultrapassámos os 12 metros de distância entre o cão e o seu condutor, para não contribuirmos para a distracção do animal (é ainda cachorro) e o Adestrador colocou-se estrategicamente no lado oposto ao do condutor para impedir a possível fuga do cão, o que não sucedeu mas que poderia muito bem ter sucedido (o Max completou recentemente um mês de escola).
No decorrer do condicionamento do “aqui”, quando colocámos o CPA Blaze deitado entre o Max e o seu dono, notámos que o cachorro afastava-se em demasia do seu mestre de 4 patas (Blaze), num receio aparentemente infundado que importava vencer. Optámos então pelo “Duo”, uma das manobras de sociabilização animal mais exigentes, que consiste no salto de um cão sobre outro e vice-versa e na passagem por debaixo da barriga um do outro. Isto porque tínhamos à nossa disposição o mui prestável e inabalável Blaze.
Saltador por natureza, o Max saltou em segurança sobre o Blaze, animado pelo dono que o conduzia à trela. O Blaze deixou-se ficar quieto, muito embora já mostrasse algum incómodo causado pelo sol quente que se fazia sentir (esta não é a Estação ideal para as grandes performances atléticas dos cães negros).
Vencido o salto com grande naturalidade, passámos para a passagem por debaixo da barriga do Blaze, que foi vencida à primeira graças à soberba instalação do comando de “deita” no Max. Também aqui o Pastor negro não tugiu nem mugiu, limitando-se a permanecer quieto conforme lhe foi exigido.
Como as pequenas vitórias são para nós prelúdio das maiores que queremos alcançar, pedimos ao Max que passasse por debaixo do seu companheiro de classe em liberdade, o que aconteceu sem qualquer contratempo.
Finalmente pedimos a uma airosa moçoila que por ali passou, menina dos seus vinte e poucos, o favor de se prestar como obstáculo humano, pedido a que generosamente acedeu depois de se ter prontificado como fotógrafa das nossas actividades matinais.
O nosso empenho ao redor do CPA Max, traz-nos à memória outro binómio que treinámos afincadamente, o constituído pelo Tomás e pelo Rottweiler Slinky, do qual deixámos de ter notícia para grande tristeza nossa. Afortunadamente, sobra-nos a alegria de treinarmos diária e matinalmente o Aníbal e o Max.

quarta-feira, 29 de maio de 2019

NEUROTOXINAS NO LAGO TEGEL

O Escritório Estadual de Saúde e Assuntos Sociais (Lageso) de Berlim/Alemanha, avisou hoje a população que o Lago Tegel em Reinickendorf, décimo segundo bairro de Berlim, está repleto de algas verde-azuladas que libertam uma neurotoxina letal, pelo que desaconselha a presença de crianças e cães junto das suas margens.
Dezassete cães foram ali intoxicados e quinze morreram nos últimos dois anos. Os animais morrem num curto espaço de tempo e os sintomas do envenenamento são: agitação, cãibras musculares, paralisia dos membros, espuma no focinho e falência circulatória. Assim, se for a Berlim e parar junto ao Lago Tegel, não mexa nas suas águas.
Como nós também temos por cá águas repletas de algas idênticas, igualmente letais para os cães e que mais proliferam no Verão, não deixe que o seu cão beba água em locais suspeitos e nem o banhe ali. Quando sair com o seu cão para uma caminhada leve água potável a contar com ele e não o deixe embrenhar-se por qualquer reservatório de água, mesmo que este lhe pareça inofensivo, pois poluição é coisa que não nos falta!

EIS O SILVER E O MONET!

Para quem já lhes perdeu o rumo ou não se recorda deles, apresentamos o SILVER e o MONET, os dois cachorros CPA cinzentos da Carla, filhos do Capo e da Prada, agora com 10 semanas de idade e a rondar os 10 kg de peso (o Monet é o da coleira vermelha e o Silver é o da coleira azul).
Neste momento os seus olhos são verde-azulados e por volta dos 4 meses ficarão castanho-esverdeados. Neste momento já se apresentam com as orelhas erectas, graças a um excelente implantação, muito embora ainda falte ao Monet levantar a pontinha de uma, pormenor ligado ao facto de ser maior do que o irmão (mais 800 gramas de peso).
O Silver, que é levado da breca, é o mais activo e brincalhão e já tem as orelhas completamente levantadas. Devido à sua irreverência e curiosidade, este cachorro nunca pára e quando pára é debaixo dos pés dos donos, o que não é nada boa ideia. Vale a pena vê-los brincar e guerrear, actividades das quais nunca se cansam.
Na imagem que se segue é possível detectar a atenção e curiosidade do Silver, que apesar de transportar uma bola na boca, atenta francamente para o que a dona está a dizer-lhe. Estes cachorros, para além de serem sobrinhos do Capo, são também primos dos CPAS Bjorn e do Bohr, graças a um ascendente comum o Kyrios-Schwartz da Quinta do ABC.
Esta “rapaziada” recebeu hoje vários brinquedos para poderem jogar com a dona, depressa se agradaram deles e não hesitaram em transportá-los por toda a parte, querendo cada um deles ser dono dos brinquedos todos.
Daqui endereçamos os nossos parabéns à Família Leitão pelo cuidado e excelente trabalho que tem dedicado aos novos membros do seu agregado familiar, dois pequenos piratas de olhar desavergonhado que encantam toda a gente.
Os dois cachorros irão engrossar a matilha heterogénea da família atrás mencionada, constituída por 2 Pastores Alemães, um cruzado de Pequinois e uma Bull Terrier – a Maggie do nosso contentamento!

MAX, BLAZE & CO., LTD

O CPA Max tem-se encontrado de manhã com o CPA Blaze para treinarem em conjunto, servindo o pastor negro de mestre para o preto-afogueado, o que facilita de sobremaneira a aprendizagem do cachorro, naturalmente menos seguro e mais distraído.
O Blaze trabalha invariavelmente com o Adestrador e ocasionalmente com o seu dono, conforme atesta a foto seguinte, onde podemos ver o Manuel, de avental posto, a introduzir o seu Pastor num salto em extensão.
Hoje o Plano de Aula foi dividido em duas partes: a primeira dedicada à obediência e a segunda à musculação, porque o Max já tem 11 meses, não o queremos insubordinado e muito menos com “a garupa às costas” (com a garupa mais alta do que o garrote).
Temos outra vez entre nós um grupo de Pastores Alemães de altíssima qualidade, responsabilidade que nos obriga a formar condutores ao seu nível, gente capaz de aproveitar e potenciar o muito que estes cães têm para dar. O CPA Max é um atleta raramente visto, muito para além dos limites atribuídos ao vulgo dos cães, qualidades que irão obrigar o seu dono à perca de peso, a mais exercício, a melhorar o arranque e a pensar rápido. A capacidade de elevação do Max é extraordinária e a foto seguinte não engana.
Convidá-lo para um salto é um privilégio, um recordar de tempos idos e de outros cães de igual valor, assim como um convite para a boa forma física. A sua alta capacidade de impulsão consegue elevá-lo a 150 cm, numa extensão 300, a apenas 3 passadas de um obstáculo.
No segundo momento do salto, na suspensão, raramente distende os posteriores completamente, o que indicia ser capaz de muito mais. Esta habilidade inata possibilita-lhe sair de um salto e entrar imediatamente noutro célere e em segurança.
Na execução dos exercícios de ginástica é possível ver a sua cauda levantada, pormenor que exalta a sua biomecânica, espelha a sua segurança e desnuda o modo de ensino de que foi alvo. O Max é um indivíduo feliz, um saltador poderoso que adora a dona.
Eu gosto dele como se fosse meu, estou constantemente a felicitá-lo e já começo a sonhar com ele, o que não é de admirar, porque estamos na presença de um cão de sonho!

NÓS POR CÁ: AS ELEIÇÕES PARA O PARLAMENTO EUROPEU

Os diferentes partidos políticos portugueses conseguiram transformar a campanha eleitoral para o Parlamento Europeu numa discussão de comadres que ao povo pouco interessou, atingido a abstenção um valor nunca visto – 68,6%. Ficou claro que os portugueses estão de costas viradas para os actuais partidos políticos, a quem não reconhecem capacidade para gerir os destinos do País e ajudar na solução dos problemas que nos afectam. Na campanha eleitoral falou-se de tudo e quase nada sobre a Europa, numa altura em que enfrenta desafios como o fluxo migratório, o Brexit e o reforço do euro, entre outros, questões que de uma forma ou de outra acabarão também por afectar-nos. Nenhuma campanha teve o povo em tão má conta como esta, nunca a desinformação foi tão chocante, a ausência de ideias tão grande e a procura do “tacho” tão evidente. Face a abstenção verificada, não houve vencedores nestas eleições porque todos perdemos - perdeu o País, perdeu o povo e perdeu o regime. E a haver vencedores, já que no meio da desgraça há sempre quem ganhe com ela, eles serão os 21 eleitos, grupelho heterogéneo, a puxar para o velhote, que pretensamente nos irá representar.

terça-feira, 28 de maio de 2019

APRENDA A CONDUZIR CÃES PELO SEU BEM-ESTAR E SAÚDE

A BBC, na sua edição on-line do passado dia 24 do corrente mês, alertou os proprietários caninos para não enrolarem as trelas no pulso ou nos dedos devido ao perigo de ferimentos graves, isto de acordo com a Sociedade Britânica de Cirurgia da Mão (British Society of Hand Surgery), que adianta que tais procedimentos podem produzir lacerações, queimaduras por atrito e lesões nos ligamentos. A mesma Sociedade informou que só no Condado da Cornualha aconteceram no ano transacto 30 lesões graves causadas por cães.
Quem se vê obrigado a enrolar trelas no pulso ou nos dedos fá-lo para se proteger e para segurar melhor o seu cão, por temer ir de rojo, cair, espatifar-se ou ver-se envolvido numa indesejável embrulhada. O exagerado aumento do número de cães urbanos, lamentavelmente, não gerou uma maior procura pelos centros caninos, lugares onde os donos aprenderiam a controlar eficazmente os seus cães e alcançariam a sua sociabilização, mais-valia indispensável diante da actual lei sobre os cães perigosos.
Facilmente se percebe qual o comando em falta nesta gente – o “junto”, código que permite a condução cómoda e alinhada do cão pelo dono ou ao lado daquilo que ele conduz ou transporta e que é uma das pedras basilares da obediência (ver o artigo “CADERNO DE ENSINO: III. O “JUNTO” (O CÃO SEMPRE À MÃO)”, editado em 19/03/2010). Assim, indigna desse nome será a Escola que não consiga proceder à instalação deste comando a todos os seus instruendos, pois do “junto” parte-se para tudo e sem ele pouco ou nada se alcança. Ir para um centro canino e não alcançar o “junto” é sair dali pior do que se entrou!
O que terá contribuído em maior escala para o afastamento generalizado do adestramento? Basicamente duas coisas: a ignorância e a irresponsabilidade. A ignorância que despreza o conhecimento, que leva muitos a considerar a esterilização como uma panaceia, que aceita serem todos os cãezinhos bons e que só os donos os fazem maus, que entende o adestramento como uma fábrica de autómatos e que induz à troca da experiência por verdades subjectivas, estabelecendo assim uma “dogmática canina” tantas vezes afastada dos mais elementares direitos animais.
A irresponsabilidade dos donos acontece quando não têm tempo para os seus cães, quando delegam noutros obrigações que são suas e não acompanham as fases de crescimento dos animais, condenando assim os vínculos afectivos e a cumplicidade que melhor os aproximaria dos seus companheiros de quatro patas, que por força das circunstâncias não passarão de ilustres desconhecidos e uma tremenda maçada. Está na hora de cada um aprender a conduzir o seu cão, a bem da sua saúde, bem-estar e viver social. E, quando isso suceder, também os cães serão mais felizes, saudáveis e respeitados.  

segunda-feira, 27 de maio de 2019

ACROBACIAS URBANAS

A temperatura no Sábado ultrapassou os 30º graus celsius durante o dia. Diante de tanto calor e importunados pelo sol, decidimos treinar à sombra, num parque urbano repleto de desafios para os binómios em instrução. Na foto acima podemos ver a Pétia a conduzir o CPA Bjorn sobre uma superfície estreita e redonda, para aumentar a autonomia condicionada do cachorro, melhorar-lhe o equilíbrio, tirar-lhe o medo das alturas e levá-lo a segui-la por toda a parte sem oferecer resistência. Neste parque, por exigência técnica ou estética, viemos a descobrir algo parecido com uma passerelle de linhas. Na foto seguinte vemos a Maria a vencê-la com o CPA Blaze, onde vale a pena reparar no carinho e no acerto das indicações da condutora para o cão (esta é a nossa Maria!).
Das duas cadelas Doberman oriundas da Federação Russa, a “Russa” é que necessita de mais apoio e amparo, porque nasceu diferente da sua irmã e mostra-se sempre mais receosa. Pouco a pouco, com a paciência e a constância necessárias, a Svetlana está a conseguir elevar a cachorra para patamares mais elevados do que aqueles que alcançaria naturalmente, verdade que é testemunhada pela foto que se segue.
O Aníbal tem um grande cão e o cão necessita de um grande dono, porque o CPA é um atleta de mão-cheia, voluntarioso e valente que espera o despertar do dono para evidenciar todas as suas mais-valias. Na foto seguinte é possível vê-los a vencer o topo do muro com a maior descontracção deste mundo.
Como todos sabemos a manha não tem origem genética, tende a afectar com maior frequência os cães mimados logo na adolescência e manifesta-se invariavelmente através do ensurdecimento e da desobediência, manifestações que tanto podem ser explícitas como dissimuladas, dependendo isso do perfil psicológico de cada cachorro. No caso do cachorro CPA Bjorn, a dissimulação deu lugar à resistência física desde que atingiu a maturidade sexual, tirando partido do seu peso e robustez. Como os cães manhosos são de pouco préstimo, está a ser exigido ao Bjorn maior disponibilidade e acerto – uma obediência inequívoca e incondicional dentro dos limites considerados razoáveis. O que acabámos de dizer pode ser compreendido através da comparação da 1ª foto deste artigo e a seguinte.
Por enquanto e entre nós, quando um exercício é mais exigente do ponto de vista técnico-atlético, a escolha sempre recai sobre o CPA Bohr, um lobeiro que avança para os desafios sem pestanejar, resolvendo-os com acerto independentemente do seu grau de dificuldade (um reprodutor que aconselhamos). Ao Afonso exigimos muito porque é jovem, elástico e um condutor inato. Passámos-lhe o Bohr para as mãos e convidámo-los a saltar uma vala.
Vencidos o muro, a passerelle de linhas e a vala, passámos para a aplicação dos comandos de “à frente” e “atrás” valendo-nos dos parapeitos de uma escadaria íngreme, onde mais uma vez a juventude do Afonso deu cartas, conduzindo agora a Doberman Lupa.
Em matéria de força a Doberman Russa não apresenta nenhum deficit, mais-valia que a leva a executar os dois comandos com alegria, decisão e confiança, pormenores que muito agradam à Svetlana.
O CPA Bjorn, um colosso de força e agilidade, por tudo o que atrás se disse, precisa de fazer muitas vezes o “à frente” para aumentar a sua determinação e velocidade de execução.
Fez o “atrás” de modo irrepreensível, muito embora não seja difícil travar quem não é dado a grandes explosões.
A Doberman Lupa é um verdadeiro furacão, porque nada teme e tudo enfrenta, arrancando determinada para o que der e vier sem medir as consequências, pelo que o seu controlo tem que ser levado a sério, considerando a sua salvaguarda e o dolo que possa causar. O Afonso entendeu-se bem com ela e conseguiu extrair-lhe o “atrás” sem maiores dificuldades.
Também o Aníbal conseguiu condicionar o CPA Max no “atrás”, muito embora o cachorro necessite mais de aceleração do que de travamento, mercê da sua idade, comportamento e propensão – o Max nasceu para ser campeão!
Quem tem a sorte de conduzir o CPA Blaze sabe o que é “passear na avenida” durante o treino, porque o pastor negro é extraordinariamente concentrado e obediente, zeloso de quem o conduz e sempre pronto a agradar. No Sábado o "passeio" calhou à Maria.
Atrasado como é seu apanágio e com o cabelo a indiciar noites alvoraçadas, o Zé Maria entrou com a CPA Mel já no período do trabalho específico, quando importava fazer “atrás” e “à frente” numa escada em caracol. Desenrascou-se do jeito que pôde e desta vez já trouxe a Mel mais ou menos escovada (a CPA está na muda do pêlo).
O CPA Max portou-se à altura na escada em caracol, subindo-a e descendo-a descontraído e confiante como se evoluísse em terreno liso. O seu condutor ouviu as explicações técnicas, compreendeu-as e executou-as irrepreensivelmente. 
A imagem seguinte solicita uma pergunta: quanto vale um cão que induz o dono ao exercício físico? Desta vez o CPA arrancou e a condutora viu-se obrigada a recuperar do seu atraso em relação ao cão.
Na iniciação às verticais cruas (as que apresentam apenas uma vara horizontal de transposição), devido à confusão que causam nos cães, à possibilidade de insucesso e as possíveis lesões dele resultantes, é de todo conveniente melhorar a sinalização da área a transpor. Geralmente usamos um pano, uma t-shirt ou um casaco para o efeito e foi isso que fizemos (o casaco do fato de treino é do Aníbal). Fez a introdução do CPA Max quem se encontrava mais habilitado para o fazer.
Depois chegou a vez do dono, ainda com o tecido posto para sinalizar a área de transposição e tudo correu conforme o esperado, saltando o cão com relativa folga.
Finalmente o cão foi convidado a fazer o salto limpo nas mãos do seu condutor habitual e não houve qualquer atropelo ou dificuldade. No nosso entender, como já atrás dissemos os saltos das verticais cruas, na sua iniciação e para maior segurança e sucesso, devem obedecer a 3 etapas: 1ª _ O adestrador leva o cão a saltar a vertical parcialmente coberta por um pano; 2ª _ O condutor habitual do cão é convidado a fazer o mesmo; 3ª _ O cão é convidado para saltar a vertical crua a mando do seu condutor.
Todos os cães em classe saltaram a vertical crua de 80 cm de forma satisfatória, incluindo os mais novos, como foi o caso do CPA Bjorn.
A Doberman Russa, ao fazer a chamada correcta e ter ganho a elevação necessária, passou folgada aquela vertical crua, sucesso que ficou também a dever-se ao acerto da sua condutora habitual.
Também a CPA Mel logrou ultrapassar esta barreira, apesar de isenta muitas vezes do período destinado ao aquecimento e à recapitulação, responsabilidade do seu dono que é pródigo em se atrasar. Daqui apelamos ao José Maria que seja mais pontual para melhor poder valer à sua fiel amiga.
Considerando que a maioria destes cães é urbana, importa que se acostumem a andar sobre grades de ferro, muitas vezes presentes nas nossas calçadas e jardins. Aproveitando a cobertura de um poço com este material, convidámos os binómios a passar por cima dele.
O Luis Carvalho sempre está de piquete e é chamado, quando necessário, para conduzir o CPA Bjorn em substituição da Pétia.
Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: Afonso/Bohr; Afonso/Lupa; Aníbal/Max; José Maria/Mel; Luis Carvalho/Bjorn; Maria/Blaze; Paulo/Bohr; Pétia/Bjorn e Svetlana/Russa. O Fotógrafo de serviço foi o Paulinho Jorge, sentimos a ausência da Carla e lembrámo-nos do Tomás e do seu excelente Rottweiler.
Para a semana estaremos de volta com novos exercícios e desafios, num ecossistema diferente e com outras exigências. Boa semana de trabalho!