Há pessoas cuja grandeza
não se limita às suas áreas de actuação e Sir Alex Ferguson (Alexander Chapman
Ferguson) ex-jogador e ex-treinador de futebol escocês é certamente uma delas.
Hoje, ao ler o Jornal Desportivo “ A Bola” online, o título “FERGUSON FINGIA QUE NÃO VIA AS
ENTRADAS DURAS SOBRE O RONALDO NOS TREINOS, DIZ ANTIGO ADJUNTO”
chamou-me à atenção e optei por ler o artigo, o que raramente acontece. Pela sua
leitura fiquei a saber por que razão aquele renomado treinador fingia não ver
as faltas duras sobre Ronaldo nas peladinhas e obrigava a sua equipa técnica a
proceder do mesmo modo. O jovem futebolista português, hoje considerado o
melhor do mundo, tinha por hábito e parece que ainda não o perdeu totalmente,
de se atirar para o chão “como uma boneca de trapos”, depois de sofrer alguma
entrada dura nos treinos, esbracejando, pedindo falta e vociferando asneiras em
português, comportamento e fraqueza que desagradavam ao Mister do Manchester
United e que o levou a desconsiderar aquele espectáculo a bem do jogador, do
clube que representava e da sua carreira. O procedimento de Alex Ferguson
acabou por robustecer Ronaldo, torná-lo mais objectivo e transformá-lo no
jogador que é.
Também os cães de guarda
não dispensam treinos duros na sua capacitação. Ao invés de fugir têm que
aprender a impactar golpes ligeiros, a desviar-se dos duros, a desarmar, a não
virar a cara à luta e a contra-atacar, ainda mais que no confronto cão-intruso
não há árbitro e raramente os donos estão presentes. O genuíno cão de guarda
é forjado no calor da peleja e será tanto ou mais valente quanto sério,
árduo e difícil for o seu treino. Não se deve brincar aos cães de guarda ou
investi-los de modo precipitado, dar-lhes a ilusão que tudo podem e depois
rezar para que nada lhes aconteça.
Sir Alex lá sabe e nós
também!
Sem comentários:
Enviar um comentário