A grande sensação nestas
últimas eleições na Alemanha, apesar de esperada, foi o resultado alcançado pelo
partido “Alternative für Germany”, (AfD),
tido por uns como de extrema-direita e por outros como nazi ou neonazi, que se
tornou a 3ª maior força política teutónica, com 13,3% dos votos e 94 lugares no
Bundestag. Esta ascensão da “extrema-direita” ficou a dever-se em primeira
instância à entrada de refugiados na Alemanha autorizada por Angela Merkel, que
acabou por gerar grande contestação na sociedade alemã. Esta acção da Chanceler
acabou por fragilizar o seu próprio partido (CDU) e também o SPD com
quem se encontrava coligado, porque as alas mais conservadoras destes partidos
acabaram por ficar isoladas e não lhes restou outro remédio a não ser votar no “AfD”.
Setenta e dois anos depois
da queda de Hitler e do nazismo, não acreditamos no regresso desta ideologia
política, porque todos aprendemos com os erros e gerações diferentes abraçam
novos ideais, também porque o próprio AfD é em matéria política uma verdadeira manta de retalhos. Assim, o que estará a aumentar na Alemanha não é nazismo mas sim
o nacionalismo, que é coisa bem diversa e não se prende obrigatoriamente com o
expansionismo. Esta tendência nacionalista que não é produto exclusivo dos
alemães ou da sociedade alemã, não pode ser dissociada das actuais sociedades
multiculturais europeias, notoriamente frágeis na protecção aos cidadãos e
fartas em atentados de todos os tipos. Diante desta dura realidade, não é a
xenofobia que está de volta mas o medo que a alimenta. Vencer o terrorismo e os
terroristas parece ser a única solução viável, muito embora os seus ataques
sirvam de sobremaneira aos objectivos doutros criminosos e fratricidas. O Mundo
tem os olhos postos mais uma vez na Alemanha e nisto sim, a história repete-se!
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