quinta-feira, 10 de novembro de 2016

USA A CABEÇA MIÚDA!

Hoje recebemos um email da Rita Nabais, uma nossa ex-aluna e arquitecta recém-formada, proprietária de um Whippet chamado Bolt com qual frequentou as nossas classes de ensino em Lisboa. O pequeno lebrel exige hoje cuidados especiais com a sua saúde devido a uma hérnia discal, que de alguma forma lhe condiciona o tipo e a carga do seu exercício diário. A Rita pretende ter outro cão e pediu-nos opinião, adiantando-nos que agora trabalha 8 horas diárias (felizarda, há quem não tenha trabalho!). É nossa opinião que não deve adquirir um segundo cão, independentemente do seu tamanho e grau de actividade, considerando o aumento dos encargos e a pouca disponibilidade, o bem-estar do cão afectado e o virtual acompanhamento do vindouro. Adquirir um segundo cão obriga à divisão da atenção pelos dois animais no mesmo período, o que pode não ser suficiente para nenhum deles, porque o primeiro reclama por amparo e o novo por cumplicidade. A somar a isto, assistir-se-á ao aumento das despesas, o que não é nada desejável para quem agora começa a trabalhar e que normalmente aufere um baixo salário.
No que aos cães diz respeito, porque o novo não será para sempre pequeno e o Bolt encontra-se diminuído, é mais do que certo que venha a dominá-lo, traição que o pequeno galgo certamente dispensará e não merecerá. Sabemos que os lebréis são naturalmente taciturnos e um pouco arredados, animais presentes que parecem ausentes. A presença de um segundo cão no seu território mais agravará o seu desapego e ostracismo, podendo induzi-lo ao stress e à infelicidade. Quando temos um cão fragilizado, a última coisa que devemos fazer é aborrecê-lo com outro! É evidente que podemos arranjar uma cadela para o acompanhar, o que de imediato resolverá os problemas hierárquicos mas que obrigará à esterilização da fêmea. Há casos em que um cão segundo ajuda na recuperação doutro já existente, mas não nestas circunstâncias. Conhecendo o Bolt como o conhecemos, entendemos que ele deve ser cada vez mais acarinhado, dispensado de amizades forçadas e ser objecto da atenção exclusiva da dona. E depois Rita, dois cães sozinhos num apartamento não fazem companhia um ao outro, sofrem ambos de ansiedade pela chegada do dono. E se mal tens tempo para um, porventura terás mais tempo para dois? Ama o cão que tens, suaviza-lhe o caminho e honra a sua lealdade, cresce com ele e muito aprenderás. Já pensaste em ser mãe? Que grande mãe darias! Felicidades. 

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