Se os
cães falassem mandariam calar muitos donos, os mesmos que sem necessidade
apelam ao seu nome por tudo e por nada. Mas como não falam, é comum fazerem-lhes
“orelhas moucas” e gorar os seus intentos. Nenhum cão necessita de ser constantemente
chamado pelo nome para executar determinada figura ou evolução, pois para isso
assimilou o código, o que dispensa de imediato esse chamamento. O recurso
sistemático ao nome do cão, quando não se torna um vício, demonstra uma
liderança imprópria e/ou um condicionamento ineficaz, já que os comandos são
suficientes por si mesmos para as acções requeridas e dispensam o abuso neste
vocativo. Se entremearmos o nome do cão com as ordens, é mais do que certo que
elas acontecerão com maior delonga pela quebra de atenção provocada, pretexto
que os cães manhosos aproveitam para o seu incumprimento. A manha é de origem
ambiental e são os donos que a provocam nos cães, ensinando-os a ser assim pelo
desapego aos procedimentos. Quem gasta os
nomes cães acaba por desaproveitá-los e destruir a condição exclusiva da
obediência: o seu cumprimento pronto e imediato. Não lhes gastem os nomes, dominem
e persistam nos comandos.
segunda-feira, 7 de novembro de 2016
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