segunda-feira, 27 de março de 2023

UM FIM-DE -SEMANA USUAL

 

Acontecem ataques caninos todos os dias nas democracias do bloco liberal americano-europeu, inclusive aos fins-de-semana, o que infelizmente já é usual, porque as pessoas não trabalham e as famílias tendem a congregar-se, reconstruindo o seu viver social para além do fomentado ou decorrente do trabalho. Assim aconteceu também este sábado no município alemão de Lotte, localizado no distrito de Steinfurt, no estado de Nordrhein-Westfalen, onde um Rottweiler atacou e feriu gravemente uma senhora de 58 anos no jardim cercado de um bloco de apartamentos. De acordo com o que a polícia local fez saber, depois de ter brincado com o Rottweiler da sua filha, este atacou-a inesperada e repentinamente. O seu companheiro tudo fez para que o cão se distraísse e soltasse a pobre senhora, mas ele nunca a largou. Diante do incidente, alguns moradores locais alertaram a polícia e os serviços de emergência. Como a senhora se encontrava ainda ao alcance do molosso, os paramédicos não a puderam socorrer imediatamente, o que levou um polícia a abater o animal com um tiro certeiro. A vítima teve que ser levada de helicóptero para uma clínica com uma lesão grave numa das mãos.

Provavelmente algum abuso involuntário da senhora despoletou o ataque do Rottweiler, animal que não era seu e com o qual decidiu brincar. Estou em crer que a sua filha estava convencida que o cão não fazia mal a ninguém, porque doutro modo jamais consentiria que a senhora fosse brincar com ele. Mas teria a filha dado autorização para tal ou não foi ouvida neste processo? O corpo da notícia, ainda que dissimuladamente, explora o “mito do cão mau”, ênfase que se presta ao exigido sensacionalismo. É evidente que não estamos perante um cão agressivo por excelência ou copiosamente treinado para esse fim, porque doutro modo jamais morderia somente a mão da senhora, pormenor que denuncia um ataque de cariz defensivo do tipo “deixa-me em paz!” Estão em falta campanhas de informação acerca do modo de como lidar com cães, particularmente agora que o número destes animais nos lares aumentou como nunca se viu. Nisto os media têm um importante papel a desempenhar, nomeadamente as televisões, que na procura do share vendem “encantadores de cães” ao invés de promoverem a prevenção contra os ataques caninos. Em Lotte foi mais um Rottweiler “para os anjinhos”, que porventura nunca deveria ter ido. Não estarão as polícias ocidentais a precisar de formação específica para saber como lidar com cães? Os americanos já começaram a tratar do assunto!

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