Uma
octogenária britânica, Jill Allen-King, uma activista invisual em prol dos
cegos, na noite de quarta-feira, num evento para celebrar os campeões da
comunidade, conheceu ali Rishi Sunak, actual 1º Ministro de Inglaterra, a quem
pediu que ajudasse a resolver o problema da escassez de cães-guia em todo o Reino
Unido. Esta mesma senhora breve enfrentará o mesmo problema, porque o seu cão,
o Jagger, irá ser aposentado em junho próximo devido à idade. Inquirida sobre a
falta de cães-guia, a GUIDE
DOGS
disse que a escassez de cães ficou a dever-se às restrições da pandemia.
De acordo com a Guide Dogs, há a nível nacional 1.108 pessoas à espera de um cão-guia; 40% das pessoas a quem foi entregue este ano um cão-guia tiveram que esperar um ano para o conseguir; 90% tiveram um tempo de espera até dois anos; o tempo médio actual de espera por um cão-guia é agora de 14,9 meses.
Referindo-se às solicitações de Jill Allen-King, no sentido de conservar o seu cão por mais tempo, Peter Osborne, da Guide Dogs, disse que é importante equilibrar as necessidades do dono, bem como a saúde do cão e sua capacidade de trabalhar. “À medida que um cão envelhece, embora ainda possa estar saudável, as suas reacções podem diminuir e a sua vontade de guiar pode diminuir também, o que pode trazer riscos associados tanto para o cão como para o seu utente”, disse ele. A activista teve que tirar um dos olhos quando era bebé devido ao sarampo e perdeu a visão aos 24 anos, no dia do seu casamento, devido a um glaucoma (que prenda!). Desde então, ela tem feito campanha para melhorar o acesso aos cães-guia por parte dos cegos e deficientes visuais, sendo também dela a ideia da criação de pavimentos texturados nos cruzamentos das estradas. Allen-King recebeu também um OBE, a distinção de Oficial da Ordem do Império Britânico, pelos seus serviços a favor das pessoas com deficiência. Se faltam cães-guia no Reino Unido, imagine-se quantos faltarão em países com menor poder económico, como é o caso do nosso!
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