É muito
mais fácil e menos desgastante trabalhar cães com o mesmo problema do que valer
a vários com problemas diferentes, porque se trabalha na mesma direcção, ainda
que eventualmente a partir de sentidos diferentes, o que é deveras importante
quando estamos a tratar da sociabilização canina, tantas vezes ligada à
ausência dos indispensáveis passeios binomiais ao exterior, lacuna geradora de
mil e um conflitos (continuo sem perceber porque é que gente com falta de tempo
vai desperdiçá-lo a adquirir cães – esperará um milagre?). Os problemas dos CPA’s
Dobby e Luna passam também um pouco por isto, porque raramente perfazem os 5 km
diários que lhe são recomendados.
As
razões para a sua ausência são muitas, algumas até compreensíveis, mas nenhuma que
justifique o seu incumprimento e o carácter antissocial dos cães privados do
contacto com o mundo à sua volta. E quando a isto se junta uma liderança precária,
o disparate torna-se uma evidência. Como a ausência da sociabilização dos cães
atrás citados tem como alvos outros iguais e pessoas, torna-se imperativo
sociabilizá-los primeiro um com o outro a partir de figuras de imobilização, o
que facilitará o seu controlo, diminuindo-se gradualmente a distância entre si.
Quando
os cães já não demonstram qualquer tipo de amuo ou picardia pela familiarização
obtida, é chegada a altura de proceder à sua sociabilização em movimento, sendo
cada um deles conduzido pelo seu respectivo condutor. Este trabalho só deverá
cessar quando os cães mostrarem inequívoca indiferença um pelo outro.
Alcançada
esta meta, quando os cães já têm instrução para isso, irão ser convidados para
a condução em liberdade, em marcha e sem obstáculos, unicamente ligados aos
seus donos pelas linguagens verbal e gestual (sem trela). Face ao exposto na
foto seguinte, há que dar os parabéns à Maria pelo “junto” alcançado, porque
mais “junto” é impossível!
O
êxito nas tarefas anteriores irá possibilitar a condução os dois cães em
simultâneo por uma só pessoa, pessoa essa que deverá conduzir o seu cão do lado
direito e o alheio do lado esquerdo para evitar qualquer tipo de fricção (a
Clarinda saiu-se bem e conseguiu alinhar os cães como lhe foi requerido).
Depois desta vitória, os cães deverão ser convidados para a obediência dinâmica,
fazendo uso do seu andamento natural mais célere – o galope – andamento que
usam naturalmente para perseguirem as presas, cruzando-se entre si num mesmo
obstáculo. No caso abaixo, o Dobby fez o salto à trela por ser um aluno recente
e de nos encontrarmos num recinto público, onde qualquer risco deverá ser evitado - reduzido a zero!
Os cães acabaram o trabalho como amigos de longa data e ao longo de toda a sessão de treino não se desentenderam, mérito que vale a pena assinalar e que irá servir de ânimo para futuras lições.
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