sexta-feira, 17 de março de 2023

NO REINO DOS MIJÕES

 

Importunado por uma insónia, comecei bem cedo por dar uma vista de olhos pelos media alemães que têm secções destinadas aos animais de companhia, chamando-me à atenção uma notícia passada na cidade de Plauen, onde dois homens entraram por uma propriedade privada adentro com os seus cães, apesar de haver no local uma placa bem visível a dizer “proibida a entrada”. E como um mal nunca vem só (dizem), um dos homens decidiu urinar contra a parede de uma casa, sendo surpreendido em flagrante por um operário que a estava recuperar naquele dia de março de 2021. Quando o operário tentou fotografar a parede urinada, o mijão não gostou e mandou-lhe os seus dois cães para cima, mordendo-lhe um uma das coxas e o outro a barriga da perna, obrigando-o a receber tratamento clínico. O caso chegou agora ao tribunal Distrital de Zwickau que condenou o pouco pudico proprietário canino agressor a 10 meses de prisão em liberdade condicional com um período probatório de 2 anos e ao pagamento de 2.250€ por danos corporais perigosos.

Há jardins e espaços públicos em Portugal que parecem não pertencer à República soberana que nos mal governa, aparentando pertencerem a um reino meio oculto que se faz anunciar por um cheiro nauseabundo – o reino dos mijões! Reino constituído, conforme me têm dito, por sem-abrigos, alienados, revoltados, drogados, malcriados e abusadores, chefiados por quem se está a borrifar para tudo e todos, urinando onde mais lhe apraz. Graças a esta grei à deriva, na sua maioria distante da família, sem formação específica e indigente, em algumas partes dos nossos jardins românticos, por mais intenso e agradável que seja o perfume das suas flores, tresanda a fossa e a chiqueiro, porque há também quem por lá faça o resto, apesar de muitos julgarem ser obra exclusiva de cães. 

 

É verdade que não abundam nos nossos jardins casas de banho públicas, o que normalmente sobrecarrega os contrariados comerciantes para valerem aos aflitos. De nada vale colocar nestes espaços casas de banho amovíveis, daquelas de pôr moeda, porque moedas querem os arrumadores de carros, não se importando de urinar em qualquer lado e a qualquer hora do dia (por vezes para o lado onde estão virados). Caberá às autarquias encontrar solução para o problema em abono do bem-estar e da saúde das populações, porque doutro modo ainda viremos a andar de mola no nariz e ataviados de sapatos de salto alto - estamos perante um sério problema de saúde pública! 

PS: Nem tudo é mau, a ureia presente na urina humana pode ser um excelente fertilizante para as plantas!

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