quinta-feira, 30 de março de 2023

SASSARICANDO DO LADO DE CÁ

 

É de louvar o acerto que a Carla, a nossa luso-brasileira, tem tido no adestramento da Ginga, não deixando para trás nenhum dos conteúdos escolares diários, o que me deixa boquiaberto diante das suas prestações. É evidente que Ginga também ajuda, porque é inteligente e submissa, apesar de manhosa e precisar de se sociabilizar com os outros cães, principalmente com os mais pequenos do que ela, para os quais rosna forte e decididamente, manifestação que contrasta de sobremaneira com o comportamento dócil e pacato que dispensa aos humanos. Quanto à Carla, que é uma presença positiva, alegre e graciosa nas aulas, não sei se o saudoso cantor e compositor portuense Artur Ribeiro (1924-1982) lhe dedicou o fado-canção “A Rosinha dos Limões”, mas se assim não foi, foi para alguém muitíssimo parecido com ela. Na foto acima vemo-la a mandar sentar a Ginga e na seguinte a deitá-la sobre um plano elevado.

Por norma, a sociabilização dos cães escolares começa com o contributo do CPA Bohr, que se transforma num verdadeiro patriarca para todos aqueles que chegam e que com grande paciência contagia-os com o seu comportamento tolerante e afável. Assim aconteceu ontem mais uma vez num momento de supercompensação, quando o emparceirámos com a Labradora Ginga nuns relaxantes bancos de jardim.

Considerando os 6 anos de idade da Ginga, cuja dona diz chamar-se “Lady Ginga”, o seu longo histórico não-laboral, o extraordinário mimo com que foi criada, os maus hábitos que foi adquirindo ao longo do tempo (não há praticamente nada que ela não coma, até as sementes dos plátanos marcham), o excesso de peso, o exagerado abatimento de metacarpos que demonstra e uma lesão nos anteriores que virou crónica, esta Labradora carece amplamente de ser recompensada para que o treino seja para ela uma verdadeira experiência feliz. Na avidez da recompensa não há conteúdo de ensino que ela não vença! Na foto seguinte, tendo como fila-guia o CPA Bohr, vemo-la a executar o “caracol”, passagem estreita circular usada para alcançar maior equilíbrio e reforçar a liderança da sua dona.

Debaixo do mesmo propósito – o de reforçar a liderança da dona – também para fomentar o aumento da disponibilidade da cadela, foi pedido à Ginga que passasse por baixo de um tradicional banco de jardim, exercício onde não nos alongámos face ao problema de anteriores da Labradora, mas que ela venceu radiante e sem grandes dificuldades.

Até à presente data nenhum cão conseguiu vencer tão rapidamente os círculos de marcação de salto como a Ginga, dando a impressão que já os conhecia e que sabia aquilo que iríamos pedir-lhe. O objectivo passava pela cadela saltar de círculo em círculo à voz da dona, sem nunca apoiar as patas nos seus intervalos. Como se pode ver no GIF abaixo, a resposta da “Lady Ginga” não podia ser melhor.

Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: Carla/Ginga e Paulo/Bohr. As fotos e a sua edição são da responsabilidade do Adestrador. O final da tarde favoreceu os nossos trabalhos e tudo correu conforme o planeado (a Maria não teve ontem a sua aula matinal por razões inadiáveis). Os dias maiores que agora despontam estão a favorecer e a iluminar os nossos trabalhos, coisa que não acontecia há uns dias atrás, quando ao invés do sol tínhamos a noite por companheira.  

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