Quando
um PLANO DE AULA
tem objectivos mistos de obediência e ginástica, na procura do melhor
aproveitamento dos cães, é de todo conveniente que comecemos pela obediência e
só depois nos dedicarmos à ginástica, para evitar a saturação e cansaço dos
cães que obstam à sua melhor concentração. Na aula de ontem foi assim que
fizemos, também para facilitar o processo de adaptação ao treino do binómio
Catarina/Titã, anteriormente sujeito a grande dispêndio físico. Comecei por
ensinar-lhe o comando direccional “TROCA”,
a mutação do lado da condução, usado para evitar temores, confrontações e
proteger os cães, os nossos e os dos outros. A foto acima e a que se segue diz
respeito a esta instalação.
Uma
vez assimilado o “troca” pelo binómio, avançámos para a prática do comando de “quieto”
a partir das posições de “deitado” e “sentado”, afastando-se a dona 20 metros
da cadela. Afortunadamente a Titã não é dada a grandes sustos e distracções, o
que facilitou de sobremaneira esta tarefa, assim como a atenção dispensada pela
sua condutora.
E
porque a Titã apresenta alguma dificuldade nos saltos verticais, problema
biomecânico associado ao “carregar a garupa às costas”, ao facto de ser mais
alta de garupa do que de espádua, urge compensá-la urgentemente através da
ginástica, para que não venha a ter o dorso selado, o que mais a limitaria em termos físicos.
Esta
disfunção é mais visível nos saltos tipo exel, quando a cadela é obrigada a
executar saltos em extensão. Conhecedor da dificuldade, vou-lhe propondo pequenos
saltos em extensão nunca superiores a 70 cm e elevados a 40 cm do solo, preferencialmente
de formação natural para lhe dar mais alento e não lhe provocar maior
estranheza.
A
Titã foi ontem também introduzida aos túneis ao internar-se num suporte para
bicicletas circular, obstáculo óptimo para a introdução de obstáculos deste
tipo, por ser de fácil execução, aberto q.b. e menos sufocante.
Aproveitando
uma colorida fita plástica de separação, estendida em torno de uma propriedade em
recuperação e pouco elevada do solo, introduzimos a Titã às “verticais cruas”,
verticais de corpo aberto que só apresentam a vara de transposição. Como era
importante que a SRD saltasse por cima da fita e não por baixo dela, foi pedido
à Catarina que saltasse lado a lado com a sua companheira.
No
final da aula e para seu registo, tirei uma foto à Titã na frente de um grafíti
de muito mau gosto e nenhum significado. Indiferente à paisagem que a rodeava,
a cadelinha “olhou para o passarinho” e não tremeu.
O Plano de Aula foi cumprido, o tempo não nos atrapalhou e aguardamos com alguma expectativa os progressos da Cataria e da Titã, amigas em quem apostamos e às quais dedicamos o nosso mais sincero empenho.
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